Mercado de PCs volta a crescer nos EUA; vendas no Brasil seguem em queda

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Imagem: CNET

Mesmo sofrendo quedas em vendas bastante significativas nos últimos dois anos, o mercado de PCs pode estar apontando uma tímida recuperação em 2016. Quer dizer, pelo menos se depender das contagens relacionadas ao primeiro semestre deste ano, nos EUA. Ao que parece, ainda que o número de computadores despachados pelas fabricantes continue reduzido em escala mundial, o comércio norte-americanos no setor tem crescido de forma expressiva – chegando a quase 5% no período.

A informação vem de duas grandes empresas de análise. A Gartner afirma que esse crescimento na terra do Tio Sam ficou na casa dos 1,4% enquanto o IDC apresenta um cenário mais otimista, apontando um aumento de 4,9% na distribuição desses equipamentos. A diferença na porcentagem de ambas diz respeito a incluir ou não as cifras obtidas por meio da venda de Chromebooks por lá, já que esses laptops de baixo custo superaram a venda de MacBooks e foram adquiridos aos montes pelas escolas dos Estados Unidos.

Além da popularidade dos aparelhos rodando o sistema operacional da Google, outro fator que pode estar contribuindo para uma guinada nas vendas de PCs nos EUA é a própria estabilidade econômica do país – com o dólar se fortalecendo cada vez mais. Lenovo, HP, Dell, ASUS e Apple seguem como os nomes mais fortes do segmento; a empresa liderada por Tim Cook caiu uma posição este ano e deixou o quarto lugar com a fabricante taiwanesa dos ZenBooks e de outros computadores portáteis.

Lá fora e aqui dentro

Embora os dados para as vendas globais neste primeiro semestre de 2017 ainda não estejam finalizados, tanto a Gartner quanto o IDC têm projeções de queda para o período, apontando respectivamente uma redução de 5,2% e 4,5% no mercado. Sim, os números podem parecer ruins, mas já são mais animadores do que nos anos anteriores e estão aquém da expectativa inicial das firmas de análise – que esperavam encontrar um declínio de cerca de 7,4% na comercialização dos computadores.

Indo na contramão do que acontece nos EUA, a fragilidade da economia do resto do mundo tem exercido seu peso na venda de PCs, fazendo com que esses produtos fiquem cada vez mais caros. O efeito direto desse aumento de preço é fazer com que o consumidor fuja dos desktops e notebooks e acabe optando pelos principais concorrentes do setor: os dispositivos móveis. Oferecendo, em geral, um benefício melhor pelo preço, smartphones e tablets continuam a “roubar” clientes dos equipamentos mais tradicionais.

Smartphones e tablets continuam a 'roubar' clientes dos equipamentos mais tradicionais

No Brasil, o cenário também parece se estabilizar um pouco mais, mas ainda segue em uma taxa relativamente desfavorável para o segmento. Em 2015, as vendas de computadores apresentaram uma queda de 36% quando comparadas com 2014. Mesmo que as estatísticas para a performance do comércio nacional na primeira metade do ano ainda não tenham sido publicadas, a perspectiva é de que a taxa de queda caia pela metade. Isso porque o IDC Brasil projetou uma retração de 18% na área para 2016.

Luz no fim do túnel?

Mesmo que as fabricantes ainda estejam cautelosas com a forma como a indústria está se comportando nesses últimos tempos, nem tudo é pessimismo nesse ambiente. Alguns analistas acreditam, por exemplo, que uma nova versão do MacBook Pro possa ajudar a fazer o mercado decolar daqui a alguns meses. A expectativa é de que os consumidores que estavam guardando dinheiro para um upgrade substancial acabem investindo em um equipamento que pode trazer processadores Intel Skylake e vídeo integrado com a microarquitetura AMD Polaris.

Outro ponto interessante e que pode dar uma mãozinha às vendas é o fato de a atualização gratuita para o Windows 10 se encerrar muito em breve. Assim que o sistema operacional da Microsoft se tornar pago, a esperança é de que os consumidores acabem preferindo mudar para uma máquina que já traga a plataforma do que gastar em um upgrade de software para seu PC atual. Seja como for, essas mudanças só devem começar a dar resultado e a aparecer nas pesquisas de 2017. Será que o setor se segura bem até lá?

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