CCXP traz Cauã Reymond para painel de Reza a Lenda, o ‘Mad Max brasileiro’

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Um local não estabelecido, cenário beirando o apocalíptico, clima árido e muita ação motorizada. Parecem ser os elementos ideais para começar um texto sobre o badalado e explosivo “Mad Max”, certo? Esqueça a produção norte-americana, já que desta vez estamos falando de um longa-metragem com pedigree 100% brasileiro: “Reza a Lenda”. Na última quinta-feira (3), durante a cobertura da Comic Con Experience 2015, tivemos a chance de conferir mais detalhes e conhecer algumas curiosidades sobre o filme em um painel que contou com o diretor Homero Olivetto e o ator Cauã Reymond.

Segundo Homero, a ideia para o projeto vem desde sua juventude e, apesar de ter sim uma certa inspiração no primeiro “Mad Max” para situar o clima seco e cruel, só guarda semelhanças superficiais com o novo capítulo da franquia, “Estrada da Fúria”. O primeiro roteiro oficial da produção data de 2006, mas a empreitada só teve seu pontapé inicial com o estágio de captação de recursos para viabilizar tudo, que foi de 2008 a 2014. “Tentei usar as dificuldades e as limitações do período ao nosso favor”, explicou o diretor, que diz ainda ter usado esse tempo para refinar ainda mais o pano de fundo.

Aqui, o deserto norte-americano é substituído por um sertão fictício, que serve como ambientação ideal para o desenrolar da história de Ara, um jovem que enterrou os próprios pais e foi criado junto a outros órfãos por um padre messiânico. De acordo com Cauã, os integrantes do grupo crescem para se tornar uma espécie de “cangaceiros punks”. O objetivo dessa trupe de irmãos e irmãs de criação em sua rotina envolvendo motocicletas e muitas armas? Acreditar no poder da fé e seguir piamente uma lenda local, resgatando uma santa que pode fazer voltar a chover mais uma vez na região.

Mesmo tendo que sair correndo da apresentação pouco depois do começo da conversa – por conta de um atraso no seu voo do Rio de Janeiro para São Paulo e de outros compromissos –, o artista deu uma palhinha das dificuldades na preparação para o papel. Para incorporar o líder da gangue, o galã precisou aprender a andar de moto e fez tudo dentro dos conforme: teve aulas de condução do veículo e precisou passar no teste como qualquer mortal. O detalhe? Sua carteira só saiu alguns poucos dias antes do início das filmagens, garantido um bom suspense para seus colegas de set.

Desafiador do começo ao fim

Outro dos causos envolve a escolha das locações – Bahia e Pernambuco – que, para Homero, foram ideais para a trama, mas apresentaram uma boa dose de desafios. Durante as seis semanas de filmagens no final de 2014, por exemplo, o time de produção e os atores tiveram que encarar temperaturas escaldantes. Achou pouco? Bem, no painel, ele também revelou que transportar todo o equipamento e material necessário para rodar o filme era bem complicado, graças tanto à situação das vias dessas regiões quanto de espinho que furavam pneus de carrinhos – e, claro, solas de sapato.

Para provar que todo o esforço tinha valido a pena, porém, o diretor e autor do projeto apresentou em primeira mão um trecho de sete minutos da edição final do longa-metragem – completada no dia anterior à apresentação na CCXP. O vídeo abre com uma sequência que combina em doses iguais a tensão e ação desse mundo, mostrando por que algumas pessoas chamam a produção de “Mad Max brasileiro”. As cenas seguintes dão conta de descrever a tal lenda da santa e mostrar Ara e seus companheiros mostrando quem manda de verdade no sertão – tudo regado a balas e uma boa quantidade de sangue.

Após a exibição, o diretor e seu responsável pelos efeitos especiais usados no longa-metragem bateram um papo sobre os aspectos técnicos de “Reza a Lenda”, reproduzindo trechos e clipes curtos para mostrar todo o trabalho da pós-produção no resultado final do produto – uma operação que levou mais de sete meses e precisou de 40 pessoas para ser finalizada. Além das visíveis calibrações de cores para dar o clima do dia e da noite do sertão, a edição de mais de 157 mil quadros do filme envolveu também remoção de objetos, correção de reflexos e outros detalhes e a adição de efeitos sangue espirrando.

Homero, que disse se considerar um geek e revelou que estava muito feliz de estar no evento, também mostrou como um exercício de renderização 3D básica no período de pré-produção ajudou a visualização antecipada de diversos trechos mais complexos do projeto, permitindo que ele, como diretor, pudesse decidir com uma boa antecedência como abordá-las. Contando com Cauã Reymond, Humberto Martins, Sophie Charlotte, Luisa Arraes, Jesuita Barbosa, Silvia Buarque e Julio Andrade no elenco, “Reza a Lenda” está programado para chegar aos cinemas em 21 de janeiro de 2016.

Serviço

A Comic Con Experience ocorre de 3 a 6 de dezembro no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, próximo a estação Jabaquara do Metrô. Para mais informações sobre a programação e regras do evento, visite o site oficial da CCXP e não deixe de conferir as notícias por aqui.

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