Mistério resolvido? Tensão de Hubble é explicada com teoria alternativa da gravidade, diz estudo

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Imagem: Getty Images

Segundo um estudo publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society (MNRAS), cientistas podem ter encontrado uma nova resposta para a tensão de Hubble. A Constante de Hubble é uma medida criada para analisar a taxa de expansão do universo, contudo os métodos de medição oferecem resultados contraditórios; essa discrepância é chamada de tensão de Hubble.

Para compreender a diferença de resultados, os cientistas aplicaram uma teoria alternativa da gravidade. Além de ser facilmente explicada, a tensão de Hubble desapareceu com a aplicação da tese. Nomeada de dinâmica newtoniana modificada (MOND), a teoria explica que existem 'bolhas' que podem explicar as discrepâncias nas medições — as 'bolhas’ se referem às regiões com menos matéria no universo.

De acordo com a MOND, as forças gravitacionais não seguem as leis propostas por Albert Einstein em determinadas condições. Na teoria, existem áreas com subdensidades (bolhas), ou seja, regiões com menor densidade que excluem as discrepâncias atribuídas a taxa de expansão do universo citada pela Constante de Hubble; nesse caso, elas podem ser atribuídas à distribuição não uniforme da matéria.

O que é a Constante de Hubble?

Em poucas palavras, é possível descrever que a Constante de Hubble é a taxa de expansão do universo, criada pelo astrônomo Edwin Hubble e nomeada em sua homenagem. A medida sugere que a taxa de expansão é calculada em unidades de quilômetros por segundo por megaparsec (km/s/Mpc) — um megaparsec equivale a aproximadamente 3,26 milhões de anos-luz. Atualmente, os cientistas acreditam que a medida está entre 66 km/s/Mpc e 74 km/s/Mpc, mas existem outros resultados que apresentam diferentes números.

Tensão de Hubble

Os cientistas utilizam medições iniciais e medições tardias do universo para calcular a Constante de Hubble, contudo, ambas apresentam resultados diferentes; por isso, o fenômeno foi nomeado de tensão de Hubble. O estudo propõe que as diferenças podem ser explicadas pelo fato da Terra estar localizada em uma região onde existe pouca matéria em comparação com o resto do universo. Em uma comparação mais simples, eles explicam que é como se houvesse uma bolha de ar em um bolo.

O estudo explica que a Via Láctea está em uma região do espaço com pouca matéria (ponto verde) e, ao aplicar a teoria MOND, a tensão de Hubble desapareceria.O estudo explica que a Via Láctea está em uma região do espaço com pouca matéria (ponto verde) e, ao aplicar a teoria MOND, a tensão de Hubble desapareceria.Fonte:  AG Kroupa / University of Bonn 

Os modelos padrões de medição não levam em consideração que a Terra está nessa 'bolha', na realidade, eles descrevem que a matéria está espalhada uniformemente no universo. Ao aplicar o modelo MOND, eles perceberam que a tensão de Hubble desaparece e só resta apenas um único resultado para a taxa de expansão do universo.

"Acredita-se que Einstein tenha dito que não podemos resolver problemas com o mesmo pensamento que levou aos problemas em primeiro lugar. Mesmo que as mudanças necessárias não sejam drásticas, podemos muito bem estar testemunhando a primeira evidência confiável em mais de um século de que precisamos mudar nossa teoria da gravidade", disse o físico da Universidade de St Andrews,  Indranil Banik, em um artigo para o site The Conversation.

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