Filmes 'refilmados' com inteligência artificial estão criando memórias falsas

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Imagem: Getty Images

Em um estudo publicado na revista científica Public Library of Science One (PLOS ONE), pesquisadores afirmam que filmes 'refilmados' com inteligência artificial (IA) estão confundindo as pessoas e criando memórias falsas. Em alguns desses casos, as pessoas até consideraram as versões de IA melhores que os filmes originais.

A pesquisa utilizou sistemas de IA para criar deepfakes de imagens, áudios e vídeos. Apesar disso, os pesquisadores não criaram conteúdos completos, eles utilizaram a tecnologia de deepfake para trocar o rosto ou a voz de uma pessoa pela de outra.

Segundo os cientistas, a essência do estudo é mostrar que a tecnologia atual já é capaz de distorcer a memória do ser humano. Certamente, uma melhor tecnologia pode melhorar este fenômeno, contudo, eles acreditam ser possível fazer isso de forma muito mais eficaz utilizando “meios não técnicos”.

A equipe acredita que os resultados do estudo podem ajudar em uma futura regulamentação da tecnologia de deepfake em filmes.A equipe acredita que os resultados do estudo podem ajudar em uma futura regulamentação da tecnologia de deepfake em filmes.Fonte:  Getty Images 

“Embora os deepfakes sejam uma grande preocupação por muitas razões, como pornografia não consensual e bullying, o estudo atual sugere que eles não são os únicos poderosos em distorcer nossas memórias do passado. Embora os deepfakes tenham levado as pessoas a formar falsas memórias em taxas bastante altas, conseguimos os mesmos efeitos usando texto simples”, os pesquisadores descrevem no estudo.

Inteligência artificial e memórias falsas

Uma equipe de pesquisadores da University College Cork e do Centro de Pesquisa de Software da Science Foundation Ireland, na Irlanda, recrutou 436 participantes com média de 25 anos; 35% deles concluíram a graduação ou pós-graduação. Os participantes precisaram assistir e descrever suas opiniões sobre os filmes reais e versões em deepfake.

O estudo aponta que os cientistas observaram uma taxa média de falsa memória de 49% nos relatórios. Em alguns casos, os participantes lembraram do remake falso como se fosse melhor do que o filme original.

“Em essência, este estudo mostra que não precisamos de avanços técnicos para distorcer a memória, podemos fazê-lo de maneira muito fácil e eficaz usando meios não técnicos”, os pesquisadores concluem.

Atualmente, as tecnologias de deepfake são consideradas um perigo para a humanidade, pois os especialistas tem medo de que elas sejam utilizadas para motivos políticos. Atualmente, o deepfake já é utilizado para criar conteúdos pornográficos com rostos de artistas famosos e vídeos de entretenimento para o YouTube.

Não é à toa que os roteiristas estão em greve nos Estados Unidos e, inclusive, os atores também estão cogitando participar do movimento. Eles lutam para a criação de uma melhor regulamentação de ferramentas de inteligência artificial, a fim de criar um ambiente mais seguro para todos os artistas da indústria.

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