Dispositivo usa energia do açúcar do sangue para ativar bomba de insulina

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Imagem: ETH Zurique

Pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Zurique (ETH), na Suíça, criaram o protótipo funcional de um equipamento que tem sido teorizado há muitos anos: células de combustível de glicose. Na prática, o dispositivo, que é pouco maior que uma unha, é capaz de converter a energia química contida no açúcar simples em energia elétrica.

De acordo com o professor de biotecnologia e bioengenharia do ETH, Martin Fussenegger, o objetivo geral da pesquisa é regular, de forma autônoma, os níveis de insulina e glicose dos pacientes, além de poder "ser usado para tratar diabetes no futuro", afirma em nota o líder do projeto. O resultado é obtido usando o excesso de açúcar no sangue (glicose) para ativar eletricamente uma célula de combustível implantada sob a pele.

Ativado, o equipamento estimula células beta artificiais (criadas em 2016 pela mesma equipe) a liberar insulina, o hormônio não produzido naturalmente pelo pâncreas em portadores de diabetes tipo 1. Essa substância produzida externamente é atualmente liberada por bombas bioeletrônicas que, além de consumir muita energia, são alimentados sem fio, o que dificulta a mobilidade e a confiabilidade.

Como funciona a célula que usa glicose como combustível?

Esquema de geração de energia e controle de insulina.Esquema de geração de energia e controle de insulina.Fonte:  ETH Zurique 

A “mágica” por trás da nova célula eletrolítica é um ânodo (eletrodo positivo) inventado pela equipe de Fussenegger, que é confeccionada com nanopartículas à base de cobre. Este elemento divide a glicose em ácido glucônico e um próton para gerar eletricidade, dando início a um circuito elétrico.

Funcionando como recipiente da solução eletrolítica está um pedacinho de tecido não tecido (TNT) embebido com alginato, um polímero natural feito de algas e aprovado para uso médico. Dentro desse “saquinho de chá” implantável sob a pele, o alginato absorve o fluido corporal, permitindo sua passagem do tecido para a célula de combustível interna.

Fussenegger agora busca um parceiro na indústria para lançar o dispositivo no mercado. O estudo foi publicado na revista Advanced Materials.

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