Enxertos de pele artificial 3D se encaixam no corpo como 'roupa biológica'

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Imagem: Universidade de Colúmbia/Centro Médico Irving

Uma equipe de bioengenheiros da Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados Unidos, está revolucionando os enxertos de pele no que pode ser o maior redesenho da técnica lançada nos anos 80. Desafiando o “paradigma predominante” de construir peles “como tecidos planos com bordas abertas”, eles propõem projetar a pele como um tecido 3D totalmente fechado.

A nova pele, que pode ser moldada a partir de uma parte do corpo e ser transplantada sem problemas, funciona como vestir uma roupa biológica. Para isso, a equipe desenvolveu uma técnica para cultivar pele projetada em formas tridimensionais complexas. Nesse modelo, o enxerto para uma mão gravemente queimada poderia vir na forma de uma “luva” de células sem costuras.

Citando em um comunicado as vantagens das roupas biológicas, o principal desenvolvedor do projeto, professor Hasan Erbil Abaci destaca que “elas minimizariam drasticamente a necessidade de sutura, reduziriam a duração das cirurgias e melhorariam os resultados estéticos”. Além disso, os enxertos 3D contínuos oferecem melhores propriedades mecânicas e funcionais do que os procedimentos cirúrgicos convencionais.

Como são feitos os enxertos de pele 3D?

Fonte: Pappalardo et al./Divulgação.Fonte: Pappalardo et al./Divulgação.Fonte:  Pappalardo et al. 

A criação do novo modelo de enxerto de pele tem início com uma varredura a laser 3D da estrutura alvo que pode ser, por exemplo, uma mão humana. Com esse molde, cria-se um modelo oco e permeável do órgão, utilizando-se design computadorizado e impressora 3D. Esse procedimento é similar ao utilizado para fazer pele plana e leva o mesmo tempo (três semanas). 

A única diferença – o chamado scaffold tridimensional – é adicionado como um substrato 3D para o modelo semeado com fibroblastos (células jovens) da pele, que irão produzir tecido conjuntivo e proteína estrutural (colágeno). A parte externa do molde é revestida com uma mistura de queratinócitos (células da epiderme); e a interior, perfundida com meios de crescimento.

A equipe prevê que, no futuro, novos enxertos poderão ser feitos sob medida a partir de amostras de pele do paciente com apenas 4x4 mm. 

ARTIGO - Science Advances - DOI: 10.1126/sciadv.ade2514.

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