Liga metálica criada em laboratório é 5 vezes mais resistente do que o aço

1 min de leitura
Imagem de: Liga metálica criada em laboratório é 5 vezes mais resistente do que o aço
Imagem: Fonte: Laboratório Nacional de Lawrence Berkeley/Reprodução

Uma liga metálica criada em laboratório se tornou o material mais duro já visto na Terra, sendo 5 vezes mais resistente do que os melhores aços. A descoberta foi chamada de CrCoNi, feita a partir da mistura igual dos elementos cromo, cobalto e níquel, de forma que seja altamente maleável e impressionantemente forte.

Ao contrário de outros materiais conhecidos, o CrCoNi fica mais resistente à medida em que é exposto a baixas temperaturas. Sua observação microscópica revela que ele é estruturado em grãos, o que também lhe confere uma alta ductilidade — grau de deformação suportado até o rompimento de sua estrutura — quando tensionado.

A dureza apresentada pelo material foi testada por vários tipos de técnicas, como difração de nêutrons, retroespalhamento de elétrons e microscopia eletrônica de transmissão. As imagens mostram que mesmo quando esticado, um rompimento significativo não acontece. Tal comportamento inesperado se deve à combinação com outras microestruturas, que impedem a formação e propagação de trincas.

O material, considerado o mais resistente da Terra, fica ainda mais duro à medida em que é exposto a baixas temperaturasO material, considerado o mais resistente da Terra, fica ainda mais duro à medida em que é exposto a baixas temperaturasFonte:  Fonte: Laboratório Nacional de Lawrence Berkeley/Reprodução 

O trabalho foi publicado na revista Science. Ele é resultado de anos de estudo do Laboratório Nacional de Lawrence Berkeley, da Universidade de Berkeley (EUA), em parceria com Laboratório Nacional de Oak Ridge, do Departamento de Energia dos Estados Unidos.

Embora a descoberta seja bastante promissora, sua aplicação no mundo real ainda está longe de acontecer. Por conta de ser um material novo, pouco conhecido e difícil de usar, é necessário anos ou décadas até que seus produtos derivados entrem em uso.

Além disso, todo o processo envolve custos elevados, pois as ligas são feitas de elementos relativamente escassos no mercado. Isso porque cobalto e níquel geralmente são mais direcionados para a indústria de baterias, logo, uma das saídas possíveis seria encontrar outros materiais, mais abundantes e baratos, mas que possuam propriedades semelhantes.

Contudo, as características do CrCoNi despertam o potencial de ser levado para atuar em uma variedade de aplicações criogênicas. Os líderes do trabalho acreditam que a liga possa ser usada em ambientes de frio extremo, nos quais materiais padrão de hoje acabam por limitar algumas atividades.

O cenário mais provável apontado é a produção de peças com CrCoNi para a exploração do espaço profundo, onde há o domínio de temperaturas muito mais geladas — pelo fato de planetas e outros corpos estarem mais distantes do Sol.

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.