Australianos desenvolvem turbina de íons movida a urina

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Protótipo do HDLT, construído em 2009. (Fonte da imagem: Reprodução/ANU)

Um novo modelo de propulsor para foguetes está sendo construído na Universidade Nacional da Australia. É o Helicon Double Layer Thruster (HDLT). O desenvolvimento do equipamento tem recebido diversos tipos de incentivo do governo e de outras entidades, como o Surrey Space Center, na Europa.

O objetivo da equipe ao planejar o HDLT foi basear o design na simplicidade e na leveza. Ele funciona como um motor de íons comum, gerando a força de propulsão através da expulsão de partículas carregadas, mas possui o diferencial de conseguir fazer isso sem precisar de partes móveis.

Para ativar o motor, um gás (pode ser xenon ou krypton) é injetado na entrada do tubo, que é bombardeado com ondas de rádio na frequência de 13,56 MHz por antenas presas em torno dele. Isso cria um campo elétrico de dupla camada funcionando como um bocal, direcionando a onda de íons para fora do motor.

A Universidade explica que, como existe um fluxo igual de elétrons negativos e íons positivos sendo expelido pelo motor, isso faz do HDLT uma verdadeira turbina de plasma.

Trabalhando com muitos combustíveis

A simplicidade do design faz com que o HDLT aceite uma grande variedade de combustíveis, inclusive urina. Ao contrário das outras turbinas de plasma, que trabalham apenas com gases nobres como combustível — principalmente para não degradar os componentes do motor —, o HDLT pode trabalhar, virtualmente, com qualquer tipo de propelente.

A Estação Espacial Internacional possui um equipamento chamado Russian-piss-presser, que é uma máquina utilizada para filtrar a urina dos astronautas transformando-a em água potável novamente. Como o gás xenon é muito caro, por que não utilizar a urina que está lá disponível?

O design simples do projeto ainda garante muita economia de combustível, já que ele é consumido apenas no início, na hora de criar a primeira onda de plasma e, depois, para manter o campo elétrico.

A turbina de plasma foi testada com sucesso em 2009 e 2010, e o projeto final deve estar pronto em 2013. O primeiro teste de campo para o HDLT deve acontecer em 2014.

Fonte: The Register

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