O que é a tirzepatida, remédio para diabetes que pode ajudar a emagrecer

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*Este texto foi escrito com base em artigos científicos, informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde. Para uma melhor orientação sobre o consumo de qualquer medicamento, procure um médico ou farmacêutico.

Em maio de 2022, a farmacêutica Eli Lilly teve a aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos americana (FDA), para seu medicamento injetável contra diabetes tipo 2, chamado Mounjaro, nome comercial da tirzepatida.

Além de ser um medicamento eficaz no controle de diabetes tipo 2, a tirzepatida também se mostra favorável para o uso no controle da obesidade e sobrepeso, de acordo com estudos.

A medicação traz uma tecnologia inovadora, em que duas incretinas são estimuladas, melhorando o metabolismo da glicose circulante no organismo, e consequentemente, controlando a diabetes tipo 2.

Obesidade pode trazer diversos outros problemas de saúdeObesidade pode trazer diversos outros problemas de saúdeFonte:  Shutterstock 

No entanto, foi observado que pacientes que utilizaram a medicação, tiveram uma perda de peso considerável, e novos testes foram realizados para que se possa compreender como a tirzepatida atua no emagrecimento.

Mas afinal, o que é tirzepatida?

A tirzepatida é uma medicação experimental injetável, que atua como agonista (estimulante) dos receptores GLP-1 (peptídeo-1 semelhante ao glucagon) e GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose), que são responsáveis pelo metabolismo da glicose no organismo.

Atuando em substâncias que são produzidas no pâncreas e no intestino, a medicação é capaz de controlar e diminuir os níveis de glicose circulante no sangue, controlando assim o diabetes tipo 2.

Estudos sobre a tirzepatida.

Durante o estudo SURPASS, que avaliou a eficácia e a segurança da medicação para o uso de pessoas com diabetes tipo 2, outro fato chamou a atenção: a perda de peso.

Pacientes que fizeram uso da medicação injetável, uma vez por semana, em conjunto com mudança alimentar e exercício físico, apresentaram um emagrecimento ponderado.

A fim de validar essa observação, a medicação passou por outro estudo, chamado SURMOUNT-1, que contou com a participação de 2.539 adultos com obesidade e sobrepeso, sem diabetes, mas que possuíam ao menos um agravo de saúde, em decorrência do peso.

Em um programa de 72 semanas, as pessoas foram divididas em quatro grupos, que tomaram doses diferentes da medicação (5mg, 10mg e 15mg), e um grupo de controle tomando placebo.

A prática de atividade física pode ajudar a combater a obesidadeA prática de atividade física pode ajudar a combater a obesidadeFonte:  Shutterstock 

Aliando medicação, alimentação saudável e uma rotina de exercícios físicos, os dados mostraram que os participantes tiveram uma perda de peso significativa.

Para doses mais altas de tirzepatida (15mg), 91% dos participantes, perderam ao menos 5% do total do peso, contra apenas 35% dos participantes que utilizaram placebo.

Mas não para por aí. Ao menos 57% dos participantes, que utilizaram 15mg de tirzepatida perderam entre 20% e 30% do peso total. Para o grupo que tomou placebo, apenas 3,5% das pessoas alcançaram esse percentil.

Nova medicação contra obesidade?

A obesidade tem se tornado um problema mundial, e as medicações disponíveis para auxílio no controle de peso, atuam apenas no cérebro, controlando neurotransmissores.

Essa nova medicação, caso obtenha sucesso nos demais estágios de verificação de segurança e eficácia a longo prazo, é uma potente ferramenta para o auxílio no controle de peso, pois atua diretamente nas reações de metabolismo do açúcar e armazenamento de gordura no nosso organismo.

Abre-se um novo leque de possibilidades no tratamento da obesidade, evitando as possíveis comorbidades que acompanham a condição, como problemas cardíacos, altas taxas de colesterol, e mesmo diabetes.

Apesar de nos Estados Unidos a medicação já ter liberação para comercialização como remédio indicado para diabetes, no Brasil o uso da tirzepatida ainda passa por análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Apesar de rumores sobre a liberação poder ocorrer em 2023, ainda não há certeza sobre isso.

De acordo com a farmacêutica que desenvolveu o remédio, os dados das demais fases do estudo estão previstas para 2023, e então será possível garantir resultados com confiabilidade e segurança para os usuários.

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