Primeira orelha impressa em 3D é implantada em humano

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No dia 2 de junho, a empresa americana 3DBio Therapeutics, em colaboração com o Microtia – Congenital Ear Deformity Institute, divulgou a realização de um procedimento de reconstrução da orelha, com seu produto AuriNovo.

O AuriNovo utiliza uma técnica com tecido vivo que é bioimpresso em 3D. As células utilizadas para o modelo são do próprio paciente, o que em tese, diminui em muito as possibilidades de rejeição ao tecido. O procedimento, que está na fase de testes clínicos, deseja assegurar a segurança e eficácia do tecido modelado.

O procedimento foi realizado em uma paciente chamada Alexa, que possui microtia, uma deformidade congênita na orelha, que pode causar além da deformação, surdez pela ausência, ou formação incompleta do canal auditivo. Os graus da microtia variam entre I e IV, sendo que os participantes do estudo possuem os graus II à IV.

transplante de orelhaImagem mostra o antes e o depois do transplante realizado com a técnica de bioimplantes (crédito: Arturo Bonilla/Microtia)

A equipe de implante e reconstrução foi liderada por Arturo Bonilla, cirurgião pediátrico e especialista em reconstrução de orelhas, fundador e diretor do Instituto Microtia. Bonilla diz em comunicado que esse tratamento algum dia pode se tornar padrão, substituindo as atuais técnicas de reconstrução, que envolvem a utilização de colágeno retirado das costelas, ou então, com implantes de polietileno poroso.

Ambas as técnicas, utilizadas hoje, não conseguem trazer resultados estéticos excelentes, e são bastante invasivos. Com o sucesso do estudo clínico, os implantes serão esteticamente melhores, com procedimentos menos invasivos, e também serão moldados de acordo com as próprias características dos pacientes, o que pode auxiliar na melhora do bem-estar e na autoestima.

Com o sucesso dos bioimplantes, um mundo novo de possibilidades se abre. De acordo com Daniel Cohen, CEO e Cofundador da 3DBio Therapeutics, “o primeiro foco é o uso da cartilagem nos campos reconstrutivos e ortopédicos, incluindo tratamentos de defeitos nasais complexos, e de degeneração espinhal”.

Para além desses tratamentos, ainda de acordo com Cohen, a nova tecnologia de bioimpressão 3D também pode ser dirigida a soluções em reconstrução de seios, após mastectomia, e futuramente, haver a possibilidade do uso dessa tecnologia para outros órgãos.

Alguns estudos preliminares já visam o aumento do tempo de viabilidade de órgãos para transplantes, o que seria muito útil, e aumentaria o raio de atendimento para as pessoas que necessitam.

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