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Ciência

TDAH e TDA: quais são as principais diferenças entre eles?

Saiba as características de cada transtorno e conheça o melhor tratamento para cada um

schedule04/02/2022, às 13:00

TDAH e TDA: quais são as principais diferenças entre eles?Fonte:  Pexels 

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O transtorno de déficit de atenção (TDA) e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) são problemas de saúde cuja principal característica é a dificuldade de concentração. 

Ambos costumam ser identificados em crianças na fase escolar, isso porque o ambiente de aprendizagem exige muita atenção dos alunos. Assim, é mais provável que logo os primeiros sintomas sejam diagnosticados, principalmente se há um acompanhamento pedagógico do estudante.

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Porém, adultos também são afetados por esses transtornos. Tanto no trabalho quanto no convívio social, o indivíduo pode sofrer prejuízos pela falta de atenção. Isso tem levado cada vez mais pessoas a buscar o diagnóstico e o tratamento.

Alunos com TDA e TDAH tem dificuldade de concentração. O transtorno afeta, principalmente, os estudos (Fonte: Pexels/CDC)Alunos com TDA e TDAH tem dificuldade de concentração. O transtorno afeta, principalmente, os estudos. (Fonte: Pexels/CDC)

Tanto o TDA quanto o TDAH acompanham o indivíduo pela vida toda. Estima-se que duas a cada três crianças com déficit de atenção terão sintomas na fase adulta, mas, com tratamento adequado, é possível levar uma vida de qualidade, mesmo com o laudo.

Mas, antes de tudo, qual é a diferença entre cada um deles?

TDA: Transtorno de Déficit de Atenção

A principal características do TDA é a desatenção, falta de foco e dificuldade de se concentrar. Algumas vezes, o transtorno se manifesta como falta de memória, justamente pela atenção reduzida que não permite reter no cérebro o momento vivido. 

Se a criança demonstra ter comportamentos excessivamente dispersos, principalmente durante as aulas, esse é um sinal de que ela pode ter alguma síndrome de déficit de atenção. Vale o mesmo para alunos com dificuldade em tirar boas notas e muito dispersos.

O TDA é muito caracterizado pelo comportamento demasiadamente aéreo, mas não está limitado a ele. Existem, no total, 18 sintomas desse transtorno, que variam a cada paciente. Letargia, falta de motivação, dificuldade em expressar sentimentos ou falar pouco são alguns deles.

TDAH: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

No caso do TDAH, além da falta de atenção, o paciente sofre de hiperatividade. Esse sintoma é caracterizado pela impulsividade e dificuldade em conter atitudes. Para a pessoa, é quase impossível permanecer quieto por muito tempo. Sintomas claros de hiperatividade incluem a incapacidade de assistir a um filme até o final ou de prestar atenção em uma conversa com outras pessoas.

É importante diferenciar um comportamento agitado de um hiperativo. A hiperatividade não permite que uma criança, por exemplo, mude de foco, mesmo com a supervisão de um adulto. Ela não tem controle sobre as ações que toma. Já uma criança agitada, quando auxiliada, consegue se concentrar e realizar uma tarefa diferente daquela que realizava antes. 

Hiperatividade

A hiperatividade pode ser motora ou cerebral, dependendo de algumas características. Ela costuma ser mais intensa nas crianças e tem a tendência a diminuir na puberdade até desaparecer na vida adulta, mas há casos em que persiste.

Na categoria motora, se enquadram as crianças que não param quietas. Elas têm muita energia e precisam descarregá-la, geralmente em brincadeiras ativas, com muito movimento corporal e correria. Podem ter dificuldade de dormir.

Já a mental gera uma agitação diferente nos menores. O fluxo de pensamento intenso causa dificuldade de concentração e impossibilita o foco. São pessoas que falam muito, que atropelam palavras e mudam muitas vezes de raciocínio.

Adultos hiperativos terão sintomas diferentes daqueles da infância. Eles apresentam a tendência de ser viciado no trabalho, por exemplo, ou tem dificuldade de realizar atividades com calma. A ansiedade pode também surgir de um comportamento hiperativo.

Em adultos

Esses transtornos, deve-se ressaltar, não começam a se manifestar apenas depois da infância. Um adulto que recebe um laudo novo de TDA ou TDAH conviveu toda a sua vida com o transtorno — ele apenas não sabia disso.

É que a discussão sobre transtornos psicológicos ainda é recente no país, e não atinge de maneira abrangente toda a população, infelizmente. Enquanto isso, as pessoas que crescem sem o diagnóstico adequado enfrentam prejuízos e lidam com as consequências.

Conviver com um transtorno como esses pode levar a comprometimento das funções executivas, afetando a atenção, a capacidade de planejamento e de organização, bem como do manejamento do tempo. 

Tratamento

Para levar uma vida saudável e ter uma rotina produtiva, o paciente, seja adulto, seja criança, precisa ter acesso ao diagnóstico e ao tratamento adequados.

O diagnóstico é feito com base no comportamento. Como está associado a fatores genéticos, também é importante saber se há outros casos na família. Em adultos, é preciso identificar evidências sólidas de que a falta de atenção é uma queixa desde os primeiros anos de vida.

Para crianças, o tratamento será multidisciplinar. Às vezes, o uso de medicamentos é dispensável, mas em outras, não. O mais importante é que o menor conte com acompanhamento de um neurologista, psicólogo, pedagogo, psiquiatra e qualquer outro especialista que seja necessário.

Já para adultos é mais comum a prescrição de psicoestimulantes e antidepressivos, devido à necessidade de melhora rápida proporcionada pelo estilo de vida moderno. Em poucas semanas de tratamento, é possível obter melhoria na vida social e no desempenho laboral, por exemplo.

No entanto, também é fundamental fazer terapia acompanhada de médicos e psicólogos que ajudem a pessoa a desenvolver melhor sua autoestima e sensação de bem-estar. TDA e TDAH têm tratamento.