Cientistas inventam bateria que dobra, estica e vai na máquina de lavar

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Imagem: The University of British Columbia

Principais limitações dos dispositivos eletrônicos vestíveis, o tamanho e espessura das baterias, estão sendo eliminadas por pesquisadores da Universidade de British Columbia (UBC) de Vancouver, no Canadá. Liderada pelo cientista Ngoc Tan Nguyen, uma equipe conseguiu desenvolver a primeira bateria flexível e lavável, que funciona mesmo se estiver torcida ou esticada até o dobro de seu comprimento.

Embora as baterias extensíveis já existam e sejam essenciais no desenvolvimento dos wearables, reconhece Tan Nguyen em um release da UBC, “até agora, as baterias extensíveis não eram laváveis”, um acréscimo que se torna crucial em equipamento desenhado para "suportar as demandas do uso diário.”

Para atingir o resultado pretendido, os pesquisadores resolveram, primeiramente, a questão da rigidez das baterias comuns, triturando os componentes (foram utilizados zinco e dióxido de manganês) em pequenos pedaços, que foram em seguida incorporados a um plástico emborrachado. Várias camadas ultrafinas desse polímero são então envoltas em um invólucro do mesmo material para formar uma bateria totalmente hermética e à prova d'água.

O artigo com os resultados da pesquisa foi publicado no final de novembro na revista científica Advanced Energy Materials.

Metodologia da pesquisa

A cientista Bahar Iranpour torce a bateria saída de um ciclo na máquina de lavar (Fonte: The University of British Columbia/Divulgação)A cientista Bahar Iranpour torce a bateria saída de um ciclo na máquina de lavar (Fonte: The University of British Columbia/Divulgação)Fonte:  The University of British Columbia 

O desenvolvimento da bateria por Nguyen e seus colegas combinou momentos de sofisticados avanços de engenharia com outros de improviso. A coautora Bahar Iranpour, estudante de doutorado, sugeriu que o protótipo fosse simplesmente jogado na máquina de lavar para ser testado em um ciclo real de lavagem. A bateria resistiu a 39 ciclos, saindo intacta e funcional.

Quanto à escolha da química empregada ter sido zinco e dióxido de manganês, Nguyen justifica a opção dizendo que essa "é uma química mais segura do que a das baterias de íon-lítio, que podem produzir compostos tóxicos quando se quebram”, o que faz toda diferença quando se trata de um dispositivo usado diretamente sobre a pele.

O preço da nova bateria para os consumidores poderá ser o mesmo de uma bateria recarregável comum, segundo os pesquisadores. “Os materiais usados são incrivelmente baratos, então, se for feito em grande escala, será barato”, afirma o professor de engenharia elétrica e da computação John Madden, também coautor do trabalho. Além dos vestíveis, as baterias podem ser integradas a roupas que mudam de cor ou temperatura.

ARTIGO Advanced Energy Materials: doi.org/10.1002/aenm.202103148

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