Startup diz que vai fabricar avião elétrico para 100 passageiros

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Imagem: Wright Electric

A startup americana Wright Electric anunciou que irá adaptar motores elétricos em um avião regional, de forma a criar um avião totalmente elétrico de 100 lugares, que poderá estar disponível em 2027, segundo a Bloomberg. O protótipo adaptado, chamado de Spirit, poderá ser o ponto de partida para uma futura aeronave comercial de emissão zero de carbono.

O projeto da Wright prevê a instalação de motores elétricos, dentro do processo chamado retrofit de aeronaves (uma espécie de recondicionamento) aplicado em um BAe 146, avião fabricado originalmente pela British Aerospace que saiu de linha em 2002. A alteração consiste em substituir os quatro motores a jato movidos a querosene por modelos de propulsão elétrica.

De acordo com o CEO da Wright Electric, Jeffrey Engler, a empresa planeja não apenas converter um BAe 146, mas construir uma frota inteira de aviões convertidos, com autonomia de voo de uma hora ou 740 quilômetros. Esses veículos aéreos poderiam ligar cidades próximas, como Nova York e Boston, ou Rio de Janeiro e São Paulo, além de uma grande quantidade de cidades europeias servidas por jatos regionais da família Airbus A320 ou Boeing 737.

Projeto do Spirit (Fonte: Wright Electric/Divulgação.)Projeto do Spirit (Fonte: Wright Electric/Divulgação.)Fonte:  Wright Electric 

Como irá funcionar o Spirit?

O BAe 146 foi escolhido para hospedar o programa da Wirght por ser um modelo relativamente pequeno, porém com quatro motores, o que o qualifica para testes de voo escalonados. A princípio, o avião voará com um único motor elétrico em 2023, evoluindo para dois motores elétricos em 2024, até chegar a quatro no ano seguinte.

Para viabilizar o seu projeto de aeronave elétrica, a Wright ainda depende de avanços que estão em curso na tecnologia de baterias, afirma Engler. Ele explica que o modelo de retrofit implantado demanda motores um pouco mais potentes do que o atual sistema de dois megawatts (MW). Células de combustível de hidrogênio ou de alumínio conseguem fornecer a capacidade exigida de 2,5 MW a 3 MW.

Se o cronograma da Wright for cumprido como previsto, a companhia conseguirá suplantar alguns "pesos pesados" da indústria aeroespacial, como a neerlandesa Airbus que promete modelos elétricos ou movidos a hidrogênio somente em 2035. Engler destaca que, embora aeronaves retrofit apresentem algumas desvantagens, não deixam de ser veículos certificados.

A Wright Electric é uma startup fundada em Los Angeles em 2016. O seu grande objetivo, com o atual projeto, é viabilizar até 2030 o design do modelo próprio Wright 1, um avião carbono zero de 186 lugares, com autonomia de 1,3 mil quilômetros.

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