Novo medicamento é candidato promissor para tratamento da dengue

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Novidade promissora na luta contra uma doença bem conhecida dos brasileiros: um inibidor do vírus da dengue se mostrou eficaz para frear a infecção em camundongos. Os resultados, publicados na quarta-feira (06) na revista científica Nature, são a esperança de um novo mecanismo de ação antiviral, já que, atualmente, não existem remédios do tipo para a prevenção ou tratamento da dengue.

O vírus da dengue tem múltiplas variantes, o que torna a busca por um agente terapêutico que funcione em todas elas um grande desafio. Um medicamento antiviral contra a dengue também promete ser uma grande arma contra o vírus, já que hoje, os métodos para combatê-lo se resumem a iniciativas de controle das populações do mosquito transmissor da doença (Aedes aegypti) e cuidados ambientais — como eliminar focos de água parada para que os mosquitos não se reproduzam.

DengueEvitar deixar água parada no quintal é uma maneira de combater a dengue (créditos: frank60/Shutterstock)

A equipe do virologista belga Johan Neyts conseguiu um grande avanço: eles identificaram compostos que inibem o vírus da dengue em culturas de células. O composto com melhores resultados foi otimizado e batizado de JNJ-A07 — e ele se revelou altamente potente contra todos os subtipos do vírus.

O composto, seguro em camundongos e ratos, reduziu a carga viral em camundongos que receberam a dose oral, tanto como prevenção quanto como tratamento. Isso ocorre porque o JNJ-A07 interfere diretamente na replicação do vírus, bloqueando a interação de duas proteínas do vírus – NS3 e NS4B. Agora, o próximo passo na criação do antiviral é realizar ensaios clínicos em humanos.

Dengue no Brasil

A dengue, uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, afeta cerca de 96 milhões de pessoas no mundo todos os anos. Segundo o estudo, a estimativa de pessoas em risco de infecção é de 3,9 bilhões — número que vem aumentando a cada ano.

No Brasil, segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde que monitora casos da doença, publicado em julho, a situação epidemiológica de 2021 é de 440.012 casos prováveis de dengue no País, o que significa uma taxa de incidência média de 207,8 casos por 100 mil habitantes.

Em comparação com o ano de 2020, houve uma redução de 51,8 % de casos registrados no mesmo período, com maior número de casos na região Centro-Oeste: 466,2 casos a cada 100 mil habitantes. Em seguida vieram a região Sul, com 222,3 casos/100 mil habitantes; Sudeste, com 201,9 casos/100 mil habitantes; Nordeste, com 154,5 casos/100 mil habitantes e Norte, com 147,7 casos/100 mil habitantes.

Segundo o boletim, a causa provável da redução no registro de casos pode ser o receio da população em procurar atendimento em unidades de saúde durante a pandemia, além de casos de subnotificação ou atraso em notificações, também devido à mobilização das equipes de saúde para o enfrentamento da pandemia.

ARTIGO Nature: doi.org/10.1038/s41586-021-03990-6

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