Que tipo de música as pessoas inteligentes escutam?

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Imagem: Jimartinfotografo/Shutterstock

“Sem música a vida seria um erro”, já disse o filósofo primaz Nietzsche, em 1889.

A manifestação sonora, porém, muito antes da constatação do pensador,  já era capaz de unir povos, demarcar crenças e costumes e estabelecer identidades culturais. Segundo relatos, seu surgimento pode ser datado ainda na pré-história, até mesmo antes da  formação  da  linguagem e do aparecimento da agricultura.

Hoje, todavia, apreciada pela maioria da população, a música também é instrumento de avaliação sobre a personalidade de um indivíduo, como, por exemplo, ser possível, por meio dela, categorizar qual estilo é mais apreciado por pessoas com QI elevado.

Levando em consideração que somos mais inteligentes que os demais animais devido ao desenvolvimento do lobo frontal, onde há no córtex pré-frontal humano a chamada sinaptogênese, intensa comunicação entre neurônios num processo de formação, fortalecimento e eliminação de conexões sinápticas que estão relacionadas com a habilidade de raciocinar sendo esta região responsável pelo comportamento social e raciocínio lógico, logo, não há outra maneira de definir o estilo musical de pessoas inteligentes que não seja entrevistando pessoas cujo alto QI foi comprovado em testes válidos.

instrumentos musicaisImagem mostra diversos instrumentos musicais (créditos: Brian Goodman/Shutterstock)

No estudo “O estilo musical de pessoas inteligentes”, o objetivo era compreender a preferência musical de pessoas com QI acima do percentil 98 (que equivale a acima de 130 pontos pelo teste WAIS), em diferentes ocasiões e a razão pela predição do estilo.

A pesquisa foi realizada com um grupo de 50 pessoas dentro da categoria estabelecida  que responderam à pergunta: Qual seu estilo musical preferido?

Lembrando que, como conceito de inteligência gera sempre muita discussão, já que muitos falam dos diferentes "tipos de inteligência", também por isso criei a definição de inteligência DWRI — já publicada aqui no Tecmundo. Sim, existem tipos de inteligência, mas existe uma inteligência lógica que orquestra todas as demais e esta só pode ser medida através de teste de QI, utilizados em todos os países do mundo.

Para analisar as respostas, foi preciso compreender qual a influência da música no cérebro, já que é sabido que processamento musical é envolvido por percepção musical, reconhecimento  e  emoção, e que o córtex  cerebral  auditivo  primário  e  o  giro  temporal superior são responsáveis por trazer a percepção musical.

O córtex primário é sensível à percepção do tom, a associação auditiva está relacionada ao processo de melodia e não lineares como harmonia e que o ritmo  está  relacionado ao  cerebelo,  gânglios  basais  e  lobos  temporais superiores.

Em relação ao reconhecimento memorial musical e a emoções ligadas à música estão envolvidas as partes do cérebro como: órbito-frontal e o sistema límbico. Sendo assim, partimos do pressuposto de que a música consegue ativar diversas áreas cerebrais.

O   estudo   foi   realizado   através   de   entrevistas   qualitativas   com   amostra   de conveniência. Concluiu-se que o  estilo  rock,  seguido  pelo  heavy  metal  são  os preferidos  das  pessoas  mais  inteligentes,  e  que a  música  instrumental  clássica é  a  mais utilizada em momentos de estudo e concentração destes.

Por fim, após a entrevista  e a conclusão, sugere-se a realização de estudos com população amostral maior e um grupo controle, para a retirada de vieses de pesquisa, no entanto, pode-se concluir que pessoas inteligentes preferem estilos musicais mais elaborados e fundamentados na  teoria musical  e  que gêneros  mais “populares”  não  são  apreciados  por  estas pessoas.

ARTIGO Centro de Pesquisas e Análises Heráclito: doi.org/10.53504/cpahjv1n4-003

Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do TecMundo, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Neurociências e Psicologia, com especialização em Propriedades Elétricas dos Neurônios (Harvard), programação em Python na USP e em Inteligência Artificial na IBM. Ele é membro da Mensa International, a associação de pessoas mais inteligentes do mundo, da Sociedade Portuguesa e Brasileira de Neurociência e da Federação Europeia de Neurociência. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), considerado um dos principais cientistas nacionais para estudos de inteligência e alto QI

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