Ejeção solar: câmera SoloHI flagra imagens por acidente

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Imagem: Fonte: Pixabay.

O novo instrumento espacial de observação Solar Orbiter Heliospheric Image - SoloHI, que faz parte da missão Solar Orbiter – parceria entre a NASA e a Agência Espacial Europeia - ESA –, capturou acidentalmente, em 12 de fevereiro de 2021, uma ejeção de massa coronal (EMC) do sol. O evento aconteceu pouco mais de um ano após o lançamento da missão, que tem como propósito original observar o vento solar, a poeira e os raios cósmicos que preenchem o espaço entre o Sol e os planetas.

ejeção solar

Embora seja uma visão breve e granulada, já que o sensoriamento remoto da missão só irá funcionar em sua performance completa a partir de novembro de 2021, é possível detectar a explosão repentina de partículas escapando do Sol, que está fora de quadro, no canto superior direito da imagem. A EMC começa na metade do vídeo, como uma explosão brilhante, e sai da tela pelo lado superior esquerdo.

Para captar a explosão, o SoloHI utilizou um de seus quatro detectores em menos de 15% de sua cadência normal, para reduzir a quantidade de dados obtidos e armazenados.

"Photobomb" solar

No momento em que a erupção atingiu a espaçonave, a Solar Orbiter tinha acabado de passar por trás do Sol da perspectiva da Terra – e estava voltando pelo outro lado. Quando a missão estava sendo planejada, a equipe não esperava poder registrar nenhum dado antes da operação completa dos instrumentos.

“Desde que planejamos isso, as estações terrestres e a tecnologia foram atualizadas”, disse Robin Colaninno, investigador principal do SoloHI no Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos, em Washington, DC, durante entrevista à equipe de comunicação da NASA. “Então, na verdade, temos mais tempo de 'downlink' para a missão do que o que foi originalmente programado”. E foi dessa forma que o SoloHI capturou sua primeira EMC.

Os equipamentos Extreme Ultraviolet Imager e Metis, da ESA, acoplados na Solar Orbiter, também capturaram imagens da EMC.

A espaçonave STEREO-A da NASA, abreviação de Solar Terrestrial Relations Observatory, também teve um vislumbre do evento pelo seu detector COR2, que bloqueia o disco brilhante do Sol para ver fenômenos tênues que ocorrem no vento solar.

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Aqui na Terra, o Escritório de Análise do Clima Espacial da Lua a Marte, da NASA, modelou a EMC para traçar sua trajetória através do sistema solar. As posições da Solar Orbiter, marcadas com um diamante vermelho, e da STEREO-A, como um quadrado vermelho, revelam seus diferentes pontos de vista.

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As espaçonaves da NASA têm observado EMCs por décadas, mas a missão Solar Orbiter pode trazer insights inéditos. “Percebemos nos últimos 25 anos que muitas coisas acontecem a uma EMC entre a superfície do Sol e da Terra”, disse Colaninno. “Portanto, esperamos obter imagens com resolução muito melhor de todos esses fluxos de saída, estando mais perto do Sol”, enfatizou.

A missão Solar Orbiter já tirou a foto mais próxima do Sol feita até hoje, utilizando o Ultraviolet Imager, em julho de 2020. De lá para cá, o astro-rei só deve ficar mais perto. A missão da Solar Orbiter começa oficialmente em novembro, quando SoloHI e os outros instrumentos de sensoriamento remoto serão ligados no modo de ciência total.

Saiba mais sobre as EMCs

Ejeções de massa coronal do sol são relativamente comuns – em épocas de máxima atividade solar, ocorrem ao menos três por dia; já em épocas de pouca atividade solar, ocorre uma ejeção a cada cinco dias, em média.

As EMCs são grandes erupções de gás ionizado a alta temperatura, provenientes da coroa solar. Quando atingem o campo magnético terrestre, podem causar tempestades geomagnéticas, prejudicando os meios de comunicação e estações elétricas.

Fontes

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