Fungo de Chernobyl pode proteger astronautas de radiação espacial

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Missões espaciais tripuladas enfrentam um problema difícil de contornar: a radiação cósmica, que pode ser fatal a astronautas. Com o objetivo de evitar desastres relacionados a essa questão, pesquisadores se dedicam constantemente ao desenvolvimento de soluções diversas – e um grupo de cientistas encontrou auxílio em algo que se floresceu após uma tragédia ocorrida aqui mesmo, na Terra: em fungos de Chernobyl.

Como se sabe, o local foi testemunha de um dos piores acidentes nucleares da História, responsável por tornar a região inabitável por milhares de anos. Entretanto, a vida, aos poucos, está voltando por lá, e o Cryptococcus neoformans é um exemplo claro da capacidade adaptativa da natureza, já que, em testes executados na Estação Espacial Internacional, bloqueou e absorveu 2% dos raios cósmicos que o atingiram enquanto permaneceu nas instalações.

Desastre nuclear pode auxiliar no futuro de missões espaciais.Desastre nuclear pode auxiliar no futuro de missões espaciais.Fonte:  Unsplash 

A princípio, isso parece pouco, mas deve-se levar em consideração que a amostra possuía dois milímetros de espessura. De acordo com a equipe por trás do estudo, formada por especialistas das universidades Johns Hopkins University e Stanford, ambas dos Estados Unidos, uma camada de 21 centímetros seria suficiente para manter colonizadores de Marte a salvo.

Mais barato e autossuficiente

Com a descoberta, já são esperadas a construção de escudos protetores para equipamentos e, também, a criação de um novo tecido que faça parte de trajes espaciais, cujo principal diferencial seria a capacidade de fungos danificados voltarem a crescer por conta própria. Isso, claro, diminuiria os custos operacionais, pois equipamentos tradicionais precisam ser enviados da Terra sempre que necessário – algo nada barato. A novidade reduziria tantas viagens.

Novas roupas espaciais protegeriam astronautas da radiação.Novas roupas espaciais protegeriam astronautas da radiação.Fonte:  Unsplash 

“O que o torna incrível é que bastam poucos gramas para iniciar uma cultura”, afirma Nils Averesch, professor da Universidade Stanford e coautor da pesquisa. “O fungo se autorreplica e se recupera sozinho de danos. Sendo assim, mesmo que um vento solar prejudique o escudo contra radiação de maneira significativa, o organismo estará pronto para crescer novamente em poucos dias.”

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