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Ciência

Emissões de carbono caem aos níveis de 2006 por causa da pandemia

Apesar dos bons resultados em todo o planeta, a redução ocasionada pelas medidas contra a covid-19 é apenas temporária

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

schedule19/05/2020, às 14:59

Emissões de carbono caem aos níveis de 2006 por causa da pandemiaFonte:  Nature Climate Change/Reprodução 

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As emissões diárias de dióxido de carbono (CO2) em todo o mundo apresentaram uma queda de 17% no mês de abril, em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com estudo publicado hoje (19) na revista Nature Climate Change. A redução está ligada ao declínio na demanda por energia ocasionada pela pandemia do novo coronavírus.

O resultado do estudo conduzido por pesquisadores de universidades de vários países revela que os índices de poluição causada pelas mudanças climáticas atuais são os mesmos registrados em 2006.

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Segundo os autores, a maior parte dos cortes na emissão de CO2 veio da diminuição da demanda em indústrias, na geração de energia e nos transportes. No caso da aviação, por exemplo, bastante afetada pelo confinamento, houve queda de 60% na emissão de poluentes.

As emissões têm diminuído desde o início do ano.As emissões têm diminuído desde o início do ano.

Foram analisados os dados referentes a 69 países, que juntos representam 85% da população mundial e 97% das emissões globais. Conforme a pesquisa, os principais decréscimos ocorreram na China, nos Estados Unidos e na Índia, que estão entre os maiores emissores de carbono do planeta e implantaram medidas mais restritivas para tentar conter o avanço da covid-19.

Resultado anual não deve ser tão significativo

Apesar da queda nas emissões de gases poluentes chegarem a um patamar equivalente ao de 14 anos atrás, os participantes do estudo não estão muito otimistas em relação ao resultado anual, medido ao final de 2020. É que os índices devem subir novamente, à medida em que houver o relaxamento da quarentena.

Com isso, a redução da poluição ao fim do ano deve ficar entre 7% e 8%, conforme as estimativas, índice considerado modesto e insuficiente para frear os problemas causados pelas mudanças climáticas. 

O resultado final ainda pode ser influenciado pelo tempo em que as medidas de distanciamento social forem prolongadas.