Ciência

Coronavírus já causou mais mortes nos EUA que '11 de setembro'

Esforços para conter ameaça incluem construção de leitos de hospital improvisados em Nova York, mas as estimativas são preocupantes

31/03/2020, às 07:05

Coronavírus já causou mais mortes nos EUA que '11 de setembro'

Fonte:  Unsplash 

Imagem de Coronavírus já casou mais mortes nos EUA que "11 de setembro" no tecmundo

Na segunda-feira (30/03), informações divulgadas pelo rastreador online da Universidade Johns Hopkins mostraram um dado alarmante: o número de vítimas fatais do coronavírus nos Estados Unidos ultrapassou a quantidade de mortos nos atentados de 11/09/2001, chegando a mais de 3 mil pessoas. Mais de 163 mil pessoas estão infectadas no país.

O epicentro local da pandemia é o estado de Nova York, no qual mais de 67 mil pessoas estão infectadas e mais de 1,2 mil faleceram em decorrência da covid-19. A cidade de Nova York, por sua vez, sofreu com mais de 914 mortes até o momento. Infelizmente, as coisas tendem a piorar.

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Segundo projeções da força-tarefa contra o coronavírus criada pela Casa Branca, o cenário mais catastrófico vitimaria em torno de 2,2 milhões de pessoas. O presidente Donald Trump, que inicialmente não demonstrava grandes preocupações com a doença, declarou que consideraria uma vitória, ainda que amarga, caso os esforços para conter a ameaça restrinjam o alcance mortal do vírus a 200 mil fatalidades.

“E se pudéssemos segurar essas estimativas, e, com isso, quero dizer cerca de 100 mil americanos – é um número horrível, talvez menos –, mas vamos considerar 100 mil. Caso consigamos manter entre 100 e 200 mil vítimas, estaríamos fazendo um bom trabalho”, declarou Trump.

Situação catastrófica

Em 2001, o atentado terrorista que chocou o mundo teve três alvos, incluindo as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York. Foram registradas 2.753 mortes após terroristas sequestrarem o voo 11 da American Airlines e o voo 175 da United Airlines e os lançarem de encontro aos prédios. 

Além disso, em um ataque ao Pentágono, em Washington, 184 pessoas foram mortas após o sequestro do voo 77 da American Airlines; na Pensilvânia, outros 40 passageiros e tripulantes morreram com a queda do voo 93 da United Airlines.

Agora, a maior ameaça ao país pode causar baixas maiores que as registradas durante a 1ª e a 2ª guerras mundiais juntas. Registros históricos apontam cerca de 535 mil mortes de norte-americanos decorrentes dos eventos.

Os Estados Unidos são o país com o maior número de casos confirmados de covid-19, mais 163 mil, ultrapassando países como Itália (mais de 100 mil), Espanha (cerca de 88 mil) e China (mais de 82 mil). 

(Fonte: Unsplash)(Fonte: Unsplash)

Corrida contra o tempo

Para evitar a falta de leitos decorrente de números que não param de subir, Nova York está construindo hospitais militares no Central Park. Além disso, a Guarda Nacional de Nova York e o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA também construíram um hospital improvisado no Javits Center, aumentando a capacidade de atendimento local em mil leitos em menos de uma semana. Entretanto, a falta de recursos é um problema grave.

A Dra. Arabia Mollette, do Centro Médico do Hospital da Universidade Brookda, fez um apelo em entrevista à CNN: “Precisamos de uniformes, luvas, máscaras, respiradouros. Precisamos de mais espaço médico. Também precisamos de apoio psicológico. Não é fácil vir aqui quando você sabe o que está se preparando para enfrentar”, lamenta a médica.

No mundo, o coronavírus já infectou mais de 800 mil pessoas até a manhã desta terça (31/04), causando mais de 39 mil mortes. 172 mil infectados se recuperaram.