Físico 'desconstrói' Paradoxo do Gato de Schrödinger para explicá-lo

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Você já deve ter ouvido falar a respeito do Paradoxo do Gato de Schrödinger, certo? Trata-se do famoso experimento mental proposto pelo físico austríaco Erwin Schrödinger, em que um gato colocado em uma caixa lacrada está — ao mesmo tempo — vivo e morto, até que o objeto seja aberto e um observador possa constatar se o felino se encontra vivo ou morto.

O exercício surgiu em meados da década de 1930, para ajudar a explicar uma questão relacionada com a mecânica quântica, o ramo da física que estuda o universo na escala das partículas subatômicas, também observado na física convencional, e que, até hoje, dá o que falar (e pensar!).

Gato "morto-vivo"

O experimento foi criado por Schrödinger com o objetivo de ilustrar a possibilidade de determinados corpos existirem em mais de um estado ao mesmo tempo, conforme prevê a mecânica quântica através do conceito de superposição, assim como explicar a ideia de imprevisibilidade, descrita no Princípio da Incerteza de Heisenberg.

Ao longo de várias décadas, não faltaram cientistas tentando solucionar o paradoxo. O último deles, no entanto, propôs uma nova abordagem para resolver o exercício de Schrödinger — e parece ter conseguido esclarecer uma porção de questões relacionadas a ele. O pesquisador em questão é Franck Laloë, físico teórico do Laboratoire Kastler Brossel, da ENS-Université PSL (Paris), e sua abordagem consistiu em "desconstruir" o Gato de Schrödinger.

(Fonte: Smithsonian Magazine/Reprodução)

Embora se trate de um experimento mental, o exercício não envolve simplesmente ficar pensando sobre o felino morto-vivo no interior da caixa. O paradoxo é um problema matemático também, e Laloë propôs a inclusão de mais um termo na equação de Schrödinger, que, resumidamente, descreve como o estado quântico de um sistema físico pode mudar com o tempo.

A introdução desse parâmetro permite que ocorra o colapso do vetor de estado, que consiste em um dos processos pelos quais um sistema quântico evolui, e, com isso, o resultado de cada medição seja único, tal como observado no universo macroscópico. Além disso, a interpretação proposta por Laloë relaciona o colapso do vetor com o campo gravitacional universal, e a combinação desses fatores possibilita que a abordagem do físico seja aplicada tanto a partículas subatômicas como a corpos de grandes dimensões.

Na realidade, essa abordagem já tinha sido sugerida anteriormente pelo filósofo e físico britânico Roger Penrose, mas jamais devidamente desenvolvida. Agora, com a proposta publicada e detalhada, a teoria de Laloë pode ser aplicada para a criação de modelos e simulações e posta à prova em experimentos de laboratório, tendo até implicações para a astrofísica.

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