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Ciência

Microsoft consegue automatizar leitura e gravação de dados em DNA

Em parceria com pesquisadores da Universidade de Washington, companhia cria uma técnica capaz de facilitar a conversão de DNA em bits e vice-versa

schedule22/03/2019, às 09:11

Microsoft consegue automatizar leitura e gravação de dados em DNAFonte:

Imagem de Microsoft consegue automatizar leitura e gravação de dados em DNA no tecmundo

A tecnologia que permite o armazenamento e a recuperação de dados em DNA não é nova e há muito se fala sobre isso como o futuro da informação. O assunto estava meio apagado nos últimos anos, mas uma inovação da Microsoft pode trazê-lo à tona: a companhia conseguiu desenvolver um sistema capaz de automatizar todo o processo — o que pode facilitar a criação de soluções comerciais muito em breve.

O projeto foi realizado pela empresa de Redmond em parceria com pesquisadores da Universidade de Washington. Um dispositivo realiza todo o processo de tradução de informações para DNA e de volta em bits, de ponta a ponta. Na primeira execução, o protótipo, que custou US$ 10 mil, converteu “HELLO” em DNA.

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microsoftFonte: Microsoft

No começo, a máquina codificou bits (1 e 0) em sequências de DNA (A, C, T e G), sintetizando isso em forma de líquido. Em seguida, essa amostra foi examinada por um sequenciador de DNA e um software decodificador transformou-a de volta em bits. A mensagem de 5 bytes levou 21 horas para fazer todo esse caminho e os cientistas já adiantaram que podem reduzir o tempo e o custo dos processos.

Novidade pode diminuir espaço físico e aumentar longevidade do armazenamento de dados

O nucleotídeo formado por HELLO (01001000 01000101 01001100 01001100 01001111 em bits) produziu 1 mg de DNA e apenas 4 mg foram retidos para sequenciação. Segundo a Technology Review, a essas taxas todas as informações armazenadas em um centro de processamento de dados do tamanho de um depósito pode ser compactado em um cubo do tamanho de um dado.

— Microsoft Research (@MSFTResearch) 21 de março de 2019

Depois de aperfeiçoada, essa técnica por melhorar a longevidade das informações. A própria Microsoft se diz interessada nisso pois vestígios de DNA conseguiram resistir por dezenas de milhares de anos em presas de mamute e nos ossos dos primeiros humanos. O objetivo da companhia é ter um sistema operacional baseado em DNA funcionando em um data center até 2020.

Agora que a empresa de Redmond conseguiu automatizar o processo, é preciso baixar os custos para sintetizar e extrair a informação do DNA para se tornar um sucesso comercial. E isso é uma questão de tempo.