Voyager 2 é o segundo “objeto humano” a entrar no espaço interestelar
Sonda foi lançada em 1977 e ultrapassou hoje a “Heliopausa”
Por Leonardo Muller
10/12/2018, às 19:54
A NASA anunciou hoje (10) que a Voyager 2 ultrapassou a heliopausa, a última fronteira na qual os ventos solares do nosso Sol ainda têm algum efeito importante no espaço. Essa é a segunda vez na história da humanidade em que um objeto feito pela nossa espécie cruzou essa fronteira. A primeira foi em 2012, quando a Voyager 1 concluiu o mesmo feito.
“Para mim, esse é um momento absolutamente incrível na história da exploração espacial”, disse Georgia Denolfo, uma astrofísica da NASA que trabalha nas missões Voyager.
Durante a conferência com a imprensa realizada pela agência espacial norte-americana, Denolfo enfatizou que este é um momento único. “Éramos capazes apenas de observar a galáxia através da lente turva da heliosfera, e agora podemos dar um passo para o lado de fora com a Voyager”, comentou.
Voyager 2 (fonte: TheVerge)
Dentro da heliosfera, os ventos solares da nossa estrela são praticamente onipresentes e impedem grande parte das partículas externas entrarem no nosso sistema. Mais distante do Sol, a influência desses ventos diminui e partículas subatômicas conhecidas como raios cósmicos começam a dominar o espaço.
A barreira entre a influência dos ventos solares e os raios cósmicos, a heliopausa, foi ultrapassada pela Voyager 2 no dia 5 de novembro. Contudo, por conta da distância da Terra, só foi possível confirmar essa marca mais recentemente considerado o atraso nas comunicações.
Último passo
As Sondas Voyager tiveram um importante papel em observar vários planetas mais distantes da Terra e, agora, partem para a fronteira do Sistema Solar. Apesar de terem atravessado a barreira da heliopausa, a última fronteira só deve ser alcançada em cerca de 300 anos.
Essa barreira é onde orbitam objetos como cometas e outros elementos cósmicos, chamada de “Nuvem Oort”. Para ultrapassar totalmente essa nuvem, as Voyager 1 e 2 levaria mais 30 mil anos. Estima-se, contudo, que os aparelhos estarão funcionais por apenas mais 10 anos.
As sondas também carregam discos dourados, criados pela NASA como mensagens da humanidade para outras possíveis cavilações extraterrestre decifrarem.