Veja como funciona o escudo térmico da sonda que vai estudar o Sol

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Desde que foguetes começaram a ser lançados de forma controlada, enviamos para o espaço sondas para tentar entender melhor nosso Sistema Solar. A maioria dos veículos tiveram como destino Marte, Júpiter e até mesmo Plutão, mas agora as atenções se voltam para o Sol.

Não é preciso ser engenheiro da NASA para entender que, ao chegar perto demais dele, o calor se torna um grande problema. Por isso, para que a missão da sonda Parker Solar Probe, lançada no último dia 12, seja realizada com sucesso, foi desenvolvido um escudo térmico capaz de aguentar o calor solar.

O sonho de Ícaro

A sonda ficará a aproximadamente 6,4 milhões de quilômetros da estrela, o suficiente para aquecer o escudo a incríveis 1.371 °C, enquanto os equipamentos se mantêm a agradáveis 29 °C. O desenvolvimento desse item, que levou uma década, foi parte essencial da missão, pois de nada adianta lançar uma espaçonave que vai derreter no destino.

A estrutura é composta por placas de carbono-carbono em suas extremidades – um material leve e com grandes propriedades mecânicas, especialmente em altas temperaturas – e com a espessura ideal para ser suficientemente flexível e resistente. Entre elas, foi colocado espuma de carbono, material utilizado como prótese de ossos humanos e que possui uma dissipação de calor excelente.

Mesmo assim, a face interna de carbono-carbono alcançaria incríveis 316 °C, e a única maneira de dissipar tanto calor no espaço, onde não existe ar, é espalhar luz e calor na forma de fótons. Para isso, foi colocado um revestimento externo à base de óxido de alumínio branco brilhante, que, com o auxílio de diversos materiais auxiliares, conseguirá dissipar o calor de forma satisfatória, mantendo a temperatura dos equipamentos baixa o suficiente.

Esse material é semelhante à cerâmica, ou seja, extremamente frágil. Por isso, a superfície dele é porosa, para que, ao ser submetido a temperaturas extremamente altas, não quebre devido à expansão natural. A primeira passagem próxima ao Sol acontecerá somente em 2024, mas até lá a sonda passará por Vênus seis vezes, antes de colocar o escudo à prova.

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