Os detritos espalhados na atmosfera terrestre gerados por nós mesmos têm grande potencial de se tornarem uma ameaça no futuro. Por isso, há um compromisso mundial em tentar removê-los ou ao menos diminuí-los. Uma das missões recentes, comandada pelos japoneses, até experimentou uma das possíveis soluções, mas falhou.
No final do ano passado, a Agência Japonesa de Exploração Aerospacial (Japan Aerospace eXploration Agency — JAXA) lançou a espaçonave não tripulada Kounotori 6 para entregar suprimentos à Estação Espacial Internacional (International Space Station — ISS) e testar tecnologia para remover nossa sujeira.
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Há cerca de 500 mil peças de detritos de tamanhos que variam entre o de uma bola de gude até uma de tênis na baixa órbita terrestre
A Kounotori 6 pretendia estender um cabo de metal de 700 metros de altura, criado para desacelerar os movimentos do lixo espacial e trazê-lo de volta para a Terra por meio de força eletromagnética. Porém, houve um problema com a liberação do instrumento e os técnicos não conseguiram resolver a tempo. Há duas semanas, a JAXA também amargou uma derrota, durante o envio do foguete SS-520-4.
Confira abaixo uma simulação do projeto nipônico:
O que são esses detritos cósmicos?
A agência espacial norte-americana NASA estima que há aproximadamente 500 mil peças de detritos de tamanhos que variam entre o de uma bola de gude até o de uma de tênis na baixa órbita terrestre. Tudo isso foi criado pelas estruturas deixadas para trás em lançamentos de foguetes e coisas do tipo. Estão lá desde parafusos, lascas de tinta, pedaços de metal, enfim, uma grande variedade de lixo espacial — incluindo itens curiosos, a exemplo da cápsula que levou as cinzas do criador de Star Trek, Gene Rodenberry, até urina congelada.
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Isso tudo faz com que os arredores de nosso planeta seja um lugar, digamos, no mínimo perigoso. Essas coisas podem se mover até incríveis 27 mil km/h e nossa atmosfera registra cerca de 780 satélites, fora a ISS. Não é difícil de imaginar que uma hora alguma colisão pode acontecer, inclusive com futuras missões tripuladas.
Mas o que estão fazendo então?
Pois é, todo mundo sabe dos altos riscos relacionados à enorme quantidade de lixo espacial sobre nossas cabeças, por isso mesmo é que há esse esforço conjunto em todo o mundo para encontrar soluções a respeito.
Várias ideias estão em desenvolvimento, a exemplo de remoção com poderosos lasers, uso de uma boia gigante que poderia arrastar os detritos com magnetismo, a experiência dos japoneses que não deu certo, entre outras. Atualmente, os satélites e a ISS usam propulsores para desviar de objetos com alto potencial destrutivo.
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Os orientais prometem tentar novamente o mesmo procedimento em breve, o Reino Unido planeja usar um sistema de rede com arpão no próximo ano e a Agência Espacial Europeia (European Space Agency — ESA) também trabalha em um emaranhado para captura, com lançamento previsto para 2023.
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