XRING 01: conheça o novo processador da Xiaomi para celulares
Chip será implementado nos futuros smartphones da companhia para otimizar ecossistema e reduzir a dependência de fabricantes parceiras, como Qualcomm e MediaTek

16/05/2025, às 10:30

A fabricante chinesa Xiaomi agora está oficialmente no setor de processadores para dispositivos móveis com um modelo próprio. A companhia anunciou nesta quinta-feira (15) o XRING 01, um chip de fabricação interna.
A postagem foi feita pelo cofundador da companhia, Lei Jun, na rede social Weibo. O texto não traz mais informações sobre o componente, mas confirma que ele será oficialmente apresentado e detalhado em maio deste ano.

A mensagem reforça ainda que esse é um processador “desenvolvido e projetado de forma independente pela Xiaomi”, por mais que a fabricação em si seja realizada por uma empresa parceira.
O que já sabemos do XRING 01
- Segundo o site Gizmochina, a companhia que vai fabricar o chip para a Xiaomi é a taiwanesa TSMC a partir de uma arquitetura de 4nm.
- Ele deve trazer uma configuração 1+3+4 de núcleos, com um deles mais poderoso e focado em desempenho, o Cortex-X925, com clock de 3;2 GHz. Além disso, o chip terá de três cores Cortex-A725 a 2,6 GHz e quatro Cortex A-520 de 2 GHz;
- A GPU é a Imagination Technologies IMG DXT72, com 1,4 GHz e performance superior ao rival Adreno 740 da Qualcomm;
- Em termos de potência, o processador deve ficar levemente abaixo de modelos top de linha atuais, como o Snapdragon 8 Elite e o Dimensity 9400;
- O Xiaomi 15s deve ser o primeiro smartphone que terá o XRING 01 integrado;
- O projeto já estava em desenvolvimento na companhia há cerca de dez anos, mas não há mais informações sobre o motivo da demora até o lançamento.
Por que a Xiaomi quer ter o próprio chip nos celulares?
A fabricante chinesa Xiaomi é mais uma grande empresa do ramo de eletrônicos que decidiu ter os próprios processadores. Essa estratégia já é seguida por companhias como Apple (com as linhas A e M), Google (com os modelos Tensor), Samsung (dona da marca Exynos) e Huawei (dos componentes Kirin).
O principal motivo para essa mudança de rumo está na independência: agora, a Xiaomi não depende de acordos com fabricantes como Qualcomm e MediaTek. Além disso, ela pode construir o processador para que ele seja otimizado com o seu próprio dispositivo e até otimizado a nível de software, já que passa a controlar ainda mais etapas da produção.
A Xiaomi tá havia confirmado que estava investindo no setor de semicondutores internamente há algum tempo. Em abril deste ano, ela oficializou a inauguração de uma divisão para fabricar os próprios chips de celular.
Atualmente, ela até já fabrica chips para usos específicos, como componentes de imagem e recarga da bateria. Além disso, a partir de 2017 ela lançou celulares com um chip interno: o Pengpai S1, ou Surge S1 no ocidente, que só foi usado em alguns poucos aparelhos.

Quer saber mais sobre a história da Xiaomi, desde a fundação até o estabelecimento como uma gigante chinesa? Confira esse vídeo completo no canal do TecMundo no YouTube!
Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.