Jovens que usam serviços de caronas reavaliam necessidade de ter carro

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As empresas automotivas devem encarar um grande desafio pela frente diante dos  jovens das novas gerações, já que muitos deles estão passando por uma gigantesca mudança de comportamento, o que pode afetar diretamente a indústria de carros.

Segundo uma pesquisa feita pela empresa de auditoria Deloitte, 43% dos participantes pertencentes à geração Y e Z utilizam serviços de caronas compartilhadas, como Uber e Cabify. Apesar desse número, 64% dos brasileiros nunca ou quase nunca usou esse tipo de aplicação.

Tudo bem, mas o que isso tem a ver com a indústria automotiva? É que o estudo revela também que, entre os usuários dessa forma de locomoção no Brasil, 55% questionam a necessidade de ter seus próprios carros. Essa tendência é ainda mais evidente quando consideramos apenas a opinião dos mais jovens, já que 62% deles consideram dispensável possuir um veículo no futuro.

Tecnologia ainda não é fundamental

Além da indisposição de ter seu próprio automotor, a pesquisa apontou outro dado relevante, que também deve estar no radar dos gestores das empresas do setor: cada vez mais o brasileiro não quer investir em recursos tecnológicos embarcados nos veículos.

Na edição de 2014, os consumidores que participaram do estudo afirmaram que poderiam gastar até R$ 5.951 em média para contar com determinados equipamentos tecnológicos em seus veículos. Essa estimativa de gasto caiu para a média de R$ 1.995 em 2016.

Segurança em primeiro lugar

A pesquisa apurou também que, entre os itens tecnológicos a ser considerados na hora da compra, os mais valorizados pelos consumidores do Brasil são com relação à segurança.

Os quatro sistemas que foram avaliados como prioritários pelos participantes do estudo da Deloitte são: reconhecimento de objetos na via para evitar colisões, bloqueio de funções do veículo diante de situações de condução perigosa, avisos de situações de condução perigosa e conexão autônoma do veículo para relatar e contatar serviços de suporte quando ocorrem emergências médicas ou acidentes.

Sistemas como esses são encontrados em alguns veículos de custo mais elevado, como é o caso do Volvo XC90, de meio milhão de reais. Nesse modelo, por exemplo, há o mapeamento passivo de materiais em volta do carro, entre outros assistentes.

A Ford já apresentou também uma tecnologia de segurança chamada Assistência de Emergência Sync que, quando os airbags são deflagrados ou há corte da bomba de combustível, realiza uma ligação para os serviços de socorro médico, com a localização do acidente.

Na comparação internacional, a pesquisa mostra, por exemplo, que os brasileiros têm expectativas mais altas do que norte-americanos, canadenses ou mexicanos em relação à disponibilidade de recursos avançados de automação, como os citados acima.

Outros aspectos concluídos pelo estudo

Durante a pesquisa da Deloitte, outros aspectos foram observados entre os consumidores e o mercado automobilístico atual. Todos eles estão relacionados, de alguma forma, ao jeito com o qual a tecnologia embarcada nos carros age sobre o usuário.

  • Cinquenta e cinco por cento dos participantes dizem confiar mais nos fabricantes tradicionais de veículos para que o desenvolvimento da condução autônoma total seja viabilizada no mercado.
    As empresas de tecnologia já existentes foram citadas por 22% das pessoas, mesmo percentual daqueles que confiam em novas companhias especializadas em veículos autônomos.
  • Oito em cada dez participantes do estudo temem ameaças de hackers ao compartilhar seus dados. No entanto, grande parte dos participantes (72%) dividiria informações pessoais com os fabricantes em troca de melhorias e mais benefícios em seus carros.
  • As tecnologias voltadas a funcionalidades de conveniência e conectividade (como sistemas de ajuda na gestão de tarefas diárias ou que oferecem entretenimento customizado aos passageiros) foram vistas como as menos desejadas entre os consumidores brasileiros.
  • O desempenho das baterias dos carros elétricos ainda deixa a desejar, tendo como referência o tempo de recarga de três a quatro horas em uma estação. Sessenta e quatro por cento dos consumidores só estão dispostos a esperar o máximo de uma hora para carregar completamente um veículo.

O levantamento foi realizado com foco em apurar hábitos, costumes e expectativas dos consumidores em relação a preferências tecnológicas incorporadas pela indústria automotiva a seus produtos e aborda também as escolhas e tendências sobre mobilidade indicadas pelos participantes do estudo.

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