Car tech: carros que se dirigem sozinhos em dez anos

4 min de leitura
Imagem de: Car tech: carros que se dirigem sozinhos em dez anos

Dirigir um carro que não requer mãos em seu volante é um sonho da indústria automobilística. Além de aumentar o conforto dos condutores, tal medida poderia melhorar o tráfego em rodovias, reduzir os riscos de acidentes e ainda diminuir o consumo de combustível e a emissão de poluentes. Caso você pense que isso só é possível em rodovias especiais com sensores, saiba que a ideia poderá ocorrer em qualquer estrada: o projeto SARTRE afirma que ela deve se tornar uma realidade na Europa em dez anos.
Um projeto curioso
Você já ouviu falar nos chamados “road trains”? São caminhões que puxam diversas carretas de cargas de uma única vez, uma solução econômica de transporte em massa em regiões afastadas. Visualmente fica fácil entender a origem do termo, os caminhões realmente parecem trens sobre a estrada. Os vagões estão ligados uns aos outros por meios físicos e são conduzidos por um único motorista no caminhão, afinal, tudo que os compartimentos de carga fazem é seguir aquilo que estão conectados.

Road trains, um único motorista conduzindo diversos vagões

Calma, ninguém precisa ser transportado por um veículo de carga. A solução que o projeto SARTRE oferece é no conforto do seu próprio carro: ao invés de utilizar os meios físicos para unir os vagões, até oito veículos serão unidos por um equipamento wireless, formando uma espécie de comboio, também conhecido como platoon. Esta central será capaz de assumir o controle integral e conduzir os veículos a velocidade normal de maneira segura.
Conheça as vantagens
Uma vez ligado ao platoon, o motorista pode abandonar o controle do carro e aproveitar o tempo da viagem para ler as notícias da manhã, assistir à televisão, falar ao celular ou mesmo trabalhar em seu laptop. Outra vantagem é na economia e na diminuição da taxa de poluentes, quando se deslocando próximo aos demais veículos, a resistência do ar cai drasticamente e menos combustível é necessário para o deslocamento.

Um veículo qualquer localiza um platoon

O risco de acidentes também deve diminuir com sua implementação. Além de seguir fielmente o carro à frente, a central que controla os carros prevê situações de risco. Andar em comboio ainda diminui o tráfego nas rodovias, diversos veículos enfileirados vão se comportar como se fossem apenas um de grande comprimento.
Mas quem controla isso
A liderança do platoon pode ser assumida por qualquer motorista profissional que conheça bem o trecho, enviando um sinal pelo seu equipamento. Poucos minutos após embarcar na rodovia, outro motorista encontra o líder do comboio e decide se unir a ele e, logo depois, o motorista recebe uma mensagem que pode soltar o controle do veículo. Da mesma forma outros motoristas podem se unir até atingir a quantidade limite, formando assim o “road train”.

O motorista se aproxima e pede para se juntar

Quando estiverem se aproximando do seu destino ou vendo a necessidade de deixar a rodovia, o motorista envia o sinal para que seu veículo seja desligado, retomando então a direção. A ideia principal é reduzir custos e aumentar o conforto de viagens rotineiras, mas qualquer carro ou veículo de transporte com o sistema pode usufruir do sistema.
Uma nova rota
O conceito de carros que são conduzidos automaticamente não é recente, mas todos os projetos até então se baseiam em sensores posicionados na estrada. Mas para que estes desenvolvimentos pudessem se tornar realidade, seria necessária a implementação e manutenção de uma quantidade inviável de sensores, fazendo com que todos esses estudos fossem deixados de lado.

Uma vez conectado, não é preciso tomar a direçao do veículo, aproite para fazer outras atividades

Em contrapartida, o projeto SARTRE tem plenas condições de funcionar em qualquer rodovia e sob qualquer condição. Cada motorista seria responsável pela aquisição e manutenção do seu próprio sistema em troca das vantagens que ele lhe oferece. O projeto visa a instalação do aparelho não somente em carros que deixam as montadoras, mas em qualquer veículo.

Também não se trata de nenhuma tecnologia milagrosa nas fronteiras da ciência, todos os recursos que o SARTRE precisa já se encontram em pleno funcionamento. O trabalho de desenvolvimento consiste na adaptação deles para as finalidades do projeto. Desafios grandes ainda estão no caminho, como organizar a fila é um deles, afinal, nenhum carro se sentiria confortável no meio de dois caminhões.
Sobre o empreendimento
Diversos centros de tecnologia e desenvolvimento automobilístico de vários países da Europa se uniram em um projeto liderado pela Ricardo UK Ltd. Entre os envolvidos estão: SP Technical, The Robotiker, Volvo Technology, IDIADA e Institut für Kraftfahrzeuge of the RWTH Aachen University.

Novos carros podem se juntar ao platoon sem comprometer a viagem

O projeto foi formalmente iniciado em setembro de 2009 e seu desenvolvimento tem previsão para três anos. Os primeiros testes com veículos reais deverão iniciar já no começo de 2011 em pistas de testes, antes disso serão desenvolvidos e aprimorados os diversos recursos que vão compor o equipamento. No prazo de dez anos, seus investidores preveem pleno funcionamento do projeto. Até o momento, nenhum valor foi divulgado.
No Brasil
Nada foi confirmado a respeito da exportação do SARTRE para outros continentes, mas com seu sucesso, é bastante provável que ele seja adotado em outras regiões. Como o sistema dispensa condições especiais das estradas, a princípio nada impede que as rodovias brasileiras embarquem nele.

Ao atingir seu destino, basta enviar um sinal para se desligar

A verdade é que ele só funciona na prática com a popularização do dispositivo, e como seu custo pode não soar muito convidativo, muitos brasileiros vão preferir manter ambas as mãos no volante. Também não se sabe como ele se comportaria durante desvios bruscos de buracos e mesmo em pista simples, porque não esperar por um maior investimento nas vias?

Solução para os países de primeiro mundo ou uma alternativa capaz de revolucionar o transporte nas rodovias de todo o mundo? Simples e viável, o projeto corresponde às suas expectativas? Conseguirá você soltar as mãos do volante e deixar que o carro seja guiado sozinho pelo platoon? Não deixe de contribuir com sua opinião.

Categorias

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.