Partida Pirata, finalmente, vai chegar ao poder na Islândia

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O Partido Pirata, ao que parece, vai vencer as próximas eleições para Primeiro-Ministro da Islândia. Carregando bandeiras como o livre acesso ao conhecimento, educação e cultura, além de acreditar que a inclusão digital é uma necessidade e o compartilhamento de conhecimento uma obrigação, o Partido Pirata tem como rosto público na Islândia a hacker e poeta Birgitta Jonsdottir, que está prestes a se tornar uma das figuras mais importantes na política local.

"Eu não sou uma política de carreira. Eu acabei caindo aqui por puro acidente, talvez eu seja apenas uma poetisa", disse Birgitta para a AFP em entrevista. "Eu poderia fazer o que quisesse, mas quando eu tinha 14 anos, decidi que seria poeta". Hoje, ela tem 49 anos e apresenta uma vasta experiência no currículo trabalhando como jornalista, designer gráfica e porta-voz do WikiLeaks.

Os veículos de mídia na Islândia dão como certa a vitória de Birgitta Jonsdottir, que ajudou a fundar o Partido Pirata em 2012. A sigla está liderando em todas as pesquisas populares, porém, caso a vitória realmente aconteça, as coisas podem mudar significantemente no país — e, talvez, ainda para melhor.

  • Vale notar que o Partido Pirata é formado por geeks, anarquistas e hackers libertários em sua maioria, tanto na Islândia, no Brasil e em todos os países que está presente

Essa mudança pode vir porque Birgitta Jonsdottir comentou que está relutante em assumir o cargo de Primeiro-Ministro da maneira em que ele é conduzido hoje. Birgitta quer uma mudança radical na estrutura de poder da Islândia.

"Eu gostaria de pegar essa ideia de poder e trazê-la ao parlamento e, na verdade, ser a porta-voz desse governo. Nós precisamos de uma mudança real... O parlamento deveria seria a instituição mais forte e importante", disse para a AFP.

Asta Guthrún Helgadóttir, membro do Partido Pirata no Parlamento islandês, explicou ainda mais a motivação: "Nós não estamos aqui para ganhar o poder. Estamos aqui para distribuir o poder".

Birgitta Jonsdottir

Fim da corrupção

Com o lançamento do Panama Papers em abril — empresas offshore, para saber mais, clique aqui —, a política na Islândia foi gravemente afetada. Banqueiros, CEOs e ministros do gabinete locais foram expostos e o Primeiro-Ministro da época renunciou ao cargo. Por isso, o Partido Pirata busca acabar com os partidos tradicionais de centro-direita e direita que estiveram associados nesses casos de corrupção e com a crise do sistema bancário em 2008.

Panama Papers expôs a corrupção

"A Islândia será corajosa o suficiente para dizer 'não' para esse bloco de corrupção que é afiliado com partidos governamentais e vai votar por uma mudança, ou a Islândia ainda não está pronta? Eu espero que ela esteja pronta!", disse Birgitta.

No próprio Facebook, a ativista escreveu o seguinte: "Eu preciso admitir que é tão assustador quanto empolgante estarmos tão próximos de realizar mudanças fundamentais para a nossa nação. Nós dividimos a mesma ideologia no que toca questões críticas: constituição, empoderamento do povo, lidar com a corrupção e utilizar os recursos de nossos portos para pagar pela ressurreição do setor de saúde pública".

Birgitta surge como líder nas pesquisas

Partido Pirata BR

O Partido Pirata é um partido global e também está presente no Brasil. Você pode saber mais sobre as bandeiras que eles carregam e as ações que eles apoiam clicando aqui. Ainda vai rolar um evento do Partido chamado AnaPirata II, que você pode participar clicando aqui, e ainda acessar o canal Pirata do Telegram, aqui.

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