Wandinha: série da Netflix acerta ao explorar personagem (Crítica)

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Imagem: Netflix

Lançada no dia 23 de novembro, a série Wandinha, da Netflix, apresenta ao público uma história toda centrada na filha mais velha de Mortícia e Gomez Addams. Pois é, depois de vários filmes, séries e animações, a primogênita de A Família Addams ganhou uma obra para chamar só de sua.

Agora, foi a vez da atriz Jenna Ortega (Pânico 5) viver a garota trevosa, que traz consigo várias características especiais, digamos assim, como uma personalidade gótica, tiradas ácidas, gosto por elementos macabros e... bem, acho que deu para ter uma ideia clara do que Wandinha curte, certo?

Nos filmes da década de 1990, quem deu vida à personagem foi a atriz Christina Ricci, que também está na série da Netflix, porém, interpretando uma nova figura, chamada Srta. Thornhill, que é uma das professoras da Escola Nunca Mais, na qual Wandinha estuda. Mas falaremos um pouco mais da trama daqui a pouco.

Criada por Alfred Gough e Miles Millar, o seriado foi dirigido pelo icônico Tim Burton, artista que comandou obras clássicas, como Edward Mãos de Tesoura (1990) e Os Fantasmas se Divertem (1988). Ao todo, a temporada de estreia contou com oito episódios, lançados de maneira simultânea (um deleite para quem curte maratonar).

Dito isso, as perguntas que ficam são: Wandinha é uma boa série? Vale a pena assistir a nova produção da Netflix? Fiz uma análise narrativa e crítica completa de Wandinha para te responder isso e muito mais. Vamos nessa?

O que é Wandinha? (SEM SPOILERS)

Como de costume, primeiramente, farei um breve resumo da história de Wandinha para que você entenda tudo sobre a obra e todos fiquemos na mesma página.

Muito bem, a narrativa da temporada de estreia de Wandinha começa com a personagem sendo expulsa de seu antigo colégio por atirar piranhas na piscina da instituição. Detalhe: haviam pessoas lá dentro no momento. Ou seja, já temos aquele gostinho de uma das paixões de Wandinha: brincadeiras sádicas.

A garota, então, é transferida para a famosa escola Nunca Mais, a mesma que sua mãe (Catherine Zeta-Jones) e seu pai (Luis Guzmán) frequentaram quando eram jovens. O local é um tipo de instituição de ensino exclusiva para jovens místicos e com poderes, incluindo vampiros, lobisomens, metamorfos e por aí vai.

Por lá, Wandinha já chega chegando e percebe que fazer amigos não é tão simples quanto fazer inimigos. Não que ela ligue muito para amizades, aliás. Logo no início de sua jornada na escola, a garota já desenvolve algumas relações conflituosas e percebe que precisará resolver alguns mistérios locais para se manter entretida.

Tais mistérios envolvem assassinatos contínuos, cultos secretos e um caso antigo que parece sem solução e que envolve seus pais. O que não falta, portanto, são coisas para Wandinha se divertir, como ela mesma diz.

um dos hobbies de Wandinha é tocar música clássica em seu violoncelo. Algo que ela faz muito bem!um dos hobbies de Wandinha é tocar música clássica em seu violoncelo. Algo que ela faz muito bem!Fonte:  Netflix 

Análise narrativa e crítica de Wandinha (COM SPOILERS)

Wandinha é uma grata surpresa e uma da séries mais divertidas da Netflix em 2022, especialmente para quem já era familiarizado com A Família Addams e ansiava por um retorno da franquia às produções em live-action, visto que as obras mais recentes eram dois filmes animados: A Família Addams (2019) e A Família Addams 2: Pé na Estrada (2021).

Mas para quem ainda não conhecia a família mais bad vibes do entretenimento, Wandinha é um ótimo ponto de partida e faz um belo serviço em levar os Addams para uma nova geração de pessoas. Afirmo isso porque, é bom lembrar: A Família Addams foi concebida em 1930 e sua última produção em live-action foi o filme O Retorno da Família Addams, de 1998.

Ou seja, serviços de streaming ainda não eram uma realidade na época e, por isso, Wandinha serve como uma espécie de reapresentação da saga para um público mais novo e conectado. E isso fica claro na narrativa da série, que, ao focar em Wednesday e em sua vida na escola Nunca Mais, acerta em cheio em seu público alvo: os jovens.

O que não significa dizer que Wandinha seja um seriado que só deveria ser consumido pelas novas gerações. Um do trunfos da série da Netflix é justamente unir diferentes tribos e gerações ao misturar elementos distintos e que, ao longo da narrativa, se complementam, como amizades, inimizades, mistérios, segredos familiares, drama, disputas colegiais, entre outros.

Em Wandinha, há um pouquinho de tudo para todos e, tanto os fãs antigos de A Família Addams como os novos, certamente, têm motivos para sorrir ao assistir à obra, seja pela nostalgia, pelos personagens inesquecíveis, pelas novas figuras, pelo humor ácido e por aí vai.

A narrativa, portanto, leva os espectadores a investigar diversos mistérios junto com Wandinha. Mergulhamos nos segredos da escola Nunca Mais e, episódio após episódio, vamos nos aproximando de respostas ao lado da protagonista. E, apesar de apresentar um storytelling simples, a produção é eficaz em manter quem está assistindo entretido e curioso, seja por meio das ponta soltas na narrativa (que geram apreensão) ou dos plot twists (que são vários na reta final).

Isso tudo, somado à direção de Tim Burton, cria uma atmosfera sombria e que combina perfeitamente com Wandinha, com A Família Addams e com o próprio estilo do diretor, conhecido por suas obras excêntricas e "diferentonas". Os cenários, os elementos de cena, as atuações, os mistérios, tudo tem a marca registrada de Burton, que acerta em cheio ao conduzir a série.

Por último, mas não menos importante, precisamos falar de Jenna Ortega, que entrega uma Wandinha maravilhosa do início ao fim. O semblante vazio, intenso e de desprezo (perceba como a atriz quase nunca pisca), a voz contida, a postura mecânica. Realmente, Ortega deu um show de atuação e conseguiu captar muito bem o espírito gótico de Wandinha.

E, claro, Wandinha continua mais ácida do que nunca. Suas tiradas mórbidas, apesar de incômodas, causam riso e adicionam um humor "esquisito" à narrativa. Esse aspecto, aliás, é um dos que mais de destacam no seriado, mostrando toda a habilidade dos roteiristas em criar falas perfeitamente ajustadas para a protagonista.

Wandinha navega por amizades e inimizades com frequência durante sua estadia na escola Nunca Mais.Wandinha navega por amizades e inimizades com frequência durante sua estadia na escola Nunca Mais.Fonte:  Netflix 

Conclusão

Fã de A Família Addams ou não, conhecedor de Wandinha ou não, jovem ou não, não importa. Wandinha não faz distinções ao destilar seu desprezo e genialidade em tela e é um prato cheio para os assinantes da Netflix aproveitarem.

Os oito episódios iniciais passam voando ao percebermos o quanto a narrativa nos puxa para dentro de seu próprio universo e o quanto estamos hipnotizados por Wandinha, que mesmo parecendo fria e calculista, arranja um jeitinho de roubar nossos corações. Não literalmente, todavia, como a própria personagem gostaria, provavelmente.

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Fontes

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