Review: testamos a Zogis GeForce GTX 750 Ti

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A primeira placa de vídeo para desktops a utilizar o chip Maxwell foi a GeForce GTX 750 Ti. O modelo chegou em fevereiro do ano passado apresentando várias características importantes, entre elas um consumo extremamente baixo de energia e um desempenho satisfatório.

De lá pra cá, uma série de fabricantes trouxe modelos para o mercado, cada um com características distintas. O modelo que testamos agora pertence à Zogis e traz uma arquitetura turbinada para garantir ainda mais desempenho.

Especificações

Visual da placa

Por se tratar de uma placa de vídeo relativamente mais simples, esse modelo é um pouco menor que outros  que utilizam o mesmo chipset, especialmente a placa de referência, que possui dimensões bem mais modestas.

A Zogis trabalha com um sistema de refrigeração composto por dois ventiladores e um dissipador que ocupa quase toda a superfície do componente. A união desse sistema com o chipset Maxwell GM107 resulta em uma placa que não esquenta muito, mesmo que tenha clocks ligeiramente mais elevados que o padrão.

O suporte que prende os coolers ao dissipador é de metal e possui detalhes em dourado, lembrando o visual da GTX 760 da fabricante que testamos há algum tempo. No geral, o sistema é simples e não oferece nenhum grande diferencial, mas é eficiente e silencioso.

Além disso, poucas GPUs trazem uma carcaça superior de metal hoje em dia, e isso dá um destaque interessante para essa placa de vídeo da Zogis.

Como saídas de vídeo temos duas portas DVI, uma HDMI e uma DisplayPort. A diferença principal dessa versão para a de referência é a presença de um conector de energia de seis pinos, que está ali para garantir os clocks mais elevados da placa. Esse modelo também não oferece porta SLI, assim como a placa de referência.

GeForce GTX 750 Ti e Maxwell GM107

A placa leva o chip GM107, com 640 núcleos CUDA, e trabalha com dois controladores de memória de 64 bits cada, resultando em um total de 128 bits. A memória utilizada é a GDDR5 rodando a 5.700 MHz, o que confere aos 2 GB RAM do modelo uma banda de memória de 91,2 GB/s. O clock da GPU também é mais elevado. Esse modelo conta com um máximo de 1.176 MHz, contra 1.085 MHz da versão de referência.

O chipset GM107 foi o primeiro a trazer a arquitetura Maxwell para os desktops. O diferencial dessa tecnologia é a eficiência, já que consome a metade da energia da anterior para apresentar mais desempenho bruto.

Segundo a NVIDIA, essa nova arquitetura é capaz de entregar o mesmo nível de desempenho de uma GPU top de linha de quatro anos atrás, a GTX 480. A diferença é que o consumo energético desse modelo é de apenas 60 W, ou seja, apenas um quarto do que a GTX 480 consumia na época.

A arquitetura Maxwell não é totalmente diferente da Kepler, presente na geração anterior. O que a NVIDIA fez foi otimizar os componentes internos do chip para aumentar a eficiência.

O GM107 possui 5 SMM (Maxwell Streaming Multiprocessors). A nova versão também apresenta 35% mais desempenho por núcleo CUDA em operações de shader. A NVIDIA garante que conseguiu isso através de uma reescrita dos algoritmos de agendamento a fim de evitar paradas desnecessárias nas instruções. Consequentemente, isso reduz a quantidade de energia utilizada por instrução para o agendamento de tarefas e aumenta o desempenho.

A organização dos SMMs também mudou. Agora cada um deles é dividido em quatro blocos de processamento separados, cada um com seu próprio buffer de instrução e 32 núcleos CUDA. Esse particionamento simplifica o desenho e a lógica de programação, economizando espaço físico e energia, além de reduzir a latência de processamento.

Os pares de blocos de processamento compartilham quatro unidades de textura e cache de textura. O cache L1 agora também foi combinado com a função de cache de textura. A memória é dividida em sete unidades e é compartilhada entre os quatro blocos.

No Kepler, um único controlador lógico era responsável por gerenciar e enviar instruções para blocos com 192 núcleos CUDA. No Maxwell, esse bloco foi dividido em quatro; desse modo, existem quatro conjuntos de 32 núcleos CUDA onde antes existia apenas um. Além disso, cada um deles possui o seu próprio controlador lógico.

Essa nova concepção garante que cada SMM seja significativamente menor, mesmo sendo capaz de entregar até 90% do desempenho de uma unidade SM presente na arquitetura Kepler. Essa área menor permite que mais SMMs sejam implementados dentro de uma única GPU, mais precisamente cinco, contra apenas dois do GK107. Isso garante 25% a mais de pico de textura, 1,7 vez mais núcleos CUDA e cerca de 2,3 vezes mais desempenho de shader.

Outro recurso que ganhou implementos foi a memória, que trabalha com a mesma largura do GK107. Por outro lado, a largura de banda interna cresceu, assim como a eficiência do projeto. O cache L2 também ficou maior: agora são 2 MB para garantir que a largura de banda DRAM não seja um gargalo no processamento dos dados.

Recursos NVIDIA

Essa placa de vídeo também possui todos os recursos exclusivos desenvolvidos pela NVIDIA. Entre eles está o PhysX, um sistema que realiza os cálculos de física para trazer aos jogos efeitos mais realistas. Roupas, partículas e iluminação podem ficar muito mais detalhadas com o PhysX ativado.

Junto dele estão recursos avançados de antialiasing como o FXAA e o TXAA, capazes de garantir uma ótima qualidade visual sem comprometer muito o desempenho do sistema como um todo. O Adaptive V-Sync sincroniza as imagens com a frequência da tela para garantir a fluidez nas animações sempre que a placa tem poder de sobra. O efeito é ativado e desativado em tempo real para garantir um bom equilíbrio entre desempenho e qualidade visual.

O GPU Boost é uma tecnologia que pode aumentar o clock do processador gráfico em tempo real oferecendo mais poder de fogo enquanto a temperatura máxima do chip não for atingida.

A GeForce GTX 750 Ti também é compatível com o G-Sync. Esse novo recurso foi desenvolvido pela NVIDIA e permite que a imagem renderizada pela placa de vídeo seja sincronizada perfeitamente com a imagem exibida na tela do monitor, acabando completamente com pequenos “engasgos” e falhas que surgem ocasionalmente nas imagens quando a taxa de atualização do monitor é fixa. Tudo isso, claro, desde que você tenha um monitor compatível.

Testes de desempenho

Para conhecer todo o poder da placa de vídeo, realizamos uma série de testes práticos com ela. As configurações de vídeo no painel de controle dela foram mantidas no modo padrão, com exceção do V-Sync, que foi desativado. Os testes são divididos em três etapas diferentes: jogos, benchmarks sintéticos e poder computacional.

Máquina de testes

  • CPU: Intel Core i7-3930K @ 3.800 MHz;
  • Placa-mãe: EVGA X79 SLI;
  • Memória: 16 GB RAM quad-channel G. Skill Sniper DDR3 2133;
  • SSD: 256 GB Samsung 840 PRO Series;
  • HD: 3 TB Seagate ST3000M001;
  • Sistema operacional: Windows 8.1.

Jogos

Batman: Arkham Origins

Batman: Arkham Origins utiliza uma versão modificada da Unreal Engine 3 e DirectX 11 aliado a diversos efeitos especiais para garantir o visual. O game também aproveita o PhysX da NVIDIA para trazer recursos de física mais realistas.

Battlefield 4

Battlefield 4 utiliza a nova engine Frostbite 3 para trazer efeitos especiais e ambientes maiores e mais detalhados, incluindo muitas partículas, texturas de alta resolução e tessellation. Tudo isso através do DirectX 11.

BioShock Infinite

O terceiro BioShock utiliza uma versão altamente modificada da Unreal Engine 3 e foi refeito completamente do zero para garantir uma ótima experiência visual. O mundo do jogo é grande e repleto de efeitos visuais.

Crysis 3

O motor de Crysis 3 é a CryEngine 3, que desta vez apresenta uma série de novos recursos gráficos, incluindo fumaça e luz volumétricas, vegetação e tecidos dinâmicos, além de texturas em altíssima resolução. Para que tudo isso seja possível, o game roda exclusivamente com o DirectX 11.

GRID 2

GRID 2 utiliza a engine EGO 3.0, desenvolvida pela Codemasters e presente em diversos games de corrida da desenvolvedora. O jogo apresenta efeitos visuais impressionantes, incluindo batidas, efeitos de fumaça luz e sombras.

Metro: Last Light

Metro: Last Light aproveita o poder das GPUs modernas para trazer gráficos excelentes, texturas em alta definição e muita destruição com efeitos especiais incríveis. O game é construído com a engine 4A e também é compatível com o PhysX, da NVIDIA.

Total War: Rome 2

Total War: Rome 2 é um game de estratégia que coloca centenas de personagens simultaneamente no mesmo campo de batalha: cenários enormes e repletos de detalhes como rios, pedras e vegetação precisam de uma máquina potente para serem renderizados com perfeição.

Tomb Raider

O reboot chegou com diversas novidades em relação aos games anteriores da série. O mundo aberto possui muitos lugares para serem explorados, e o título trabalha com texturas em alta definição e o recurso TressFX, que garante à protagonista do jogo cabelos incrivelmente detalhados.

Sintéticos

3DMark

O 3D Mark é, talvez, o mais conhecido software de benchmark do mercado. No mundo todo, pessoas utilizam esse software para medir o desempenho de suas máquinas. A versão que utilizamos é dividida em três categorias, e cada uma delas apresenta um nível de complexidade diferente.

Valley Benchmark

O Valley Benchmark utiliza a Unigine para testar os limites do hardware. O software mostra uma região montanhosa com uma enorme quantidade de árvores e plantas de variadas espécies em um terreno de 64 milhões de metros quadrados. O Valley também exibe efeitos de luz e variações climáticas, colocando o poder das placas de vídeo à prova.

Heaven Benchmark

O Heaven Benchmark foi desenvolvido para explorar todos os recursos das placas de vídeo, testando os limites do hardware em situações específicas. O teste é baseado no motor gráfico Unigine e utiliza o que há de mais moderno em sistema de iluminação, física e Tessellation para determinar o poder da placa de vídeo.

Computacional

Civilization 5

Civilization 5 oferece uma ferramenta de benchmarks que utiliza o DirectCompute para calcular a taxa de descompressão das texturas do jogo. Quanto mais quadros por segundo o teste apresentar, melhor é a GPU.

Folding@Home

O FAHBench é um benchmark que simula os cálculos do Folding @ Home, a iniciativa de pesquisa em conjunto via internet que tem o objetivo de auxiliar na descoberta de cura para doenças como Alzheimer e Parkinson. O aplicativo utiliza o OpenCL para calcular os dados.

Luxmark 2.0

O Luxmark pertence à suíte gráfica LuxRender. O que esse teste faz é simular uma série de efeitos de ray tracing através da linguagem OpenCL.

Temperatura

Vale a pena?

A GeForce GTX 750 Ti é uma das placas de vídeo mais simples da linha principal da NVIDIA, mas nem por isso o modelo decepciona. Com ela, você vai conseguir rodar a maioria dos jogos com detalhes em um nível razoável e com uma média de 60 quadros por segundo, como pudemos ver nos testes.

A versão da Zogis não apresenta nenhum diferencial gritante em relação a outros modelos mais conhecidos, que geralmente vêm com coolers com desenhos e aplicativos de gerenciamento mais poderosos. Mas isso ajuda a fazer dessa placa uma opção mais barata e que pode ser mais atraente para muitos jogadores.

Apesar de trazer um sistema de refrigeração simples, essa placa trabalha com uma temperatura incrivelmente baixa: em nenhum momento ela ultrapassou os 60 graus, mesmo em momentos de carga mais intensa. Isso deixa um bom espaço para overclocks e ainda mais desempenho.

Quem quiser investir nesse modelo vai precisar desembolsar cerca de R$ 750. É um valor razoável, mas é sempre bom lembrar que com um pouco a mais de economia já é possível levar uma GTX 760 ou até mesmo uma GTX 960 para casa.

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