Marissa Mayer: uma das mulheres mais poderosas do mundo da tecnologia

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(Fonte da imagem: Reprodução/VentureBeat)

Há um ano, quando Marissa Mayer anunciou que assumiria o cargo de CEO do Yahoo!!, o mundo da tecnologia entrou em choque. Conhecida como uma das primeiras funcionárias da Google, a executiva estava trocando uma das empresas que mais crescem na atualidade por outra cuja situação nos últimos anos não tem se mostrado exatamente favorável.

No entanto, quebrando muitas expectativas, Marissa conseguiu mudar o rumo da companhia, exercendo decisões que, se ainda não se mostraram totalmente certeiras, já surtiram alguns resultados positivos. Prova disso é o fato de que, em julho deste ano, o Yahoo! conseguiu ultrapassar o Google em número de acessos únicos nos Estados Unidos — algo que não acontecia desde 2008.

Neste artigo, apresentamos mais detalhes da vida e do trabalho da executiva, que é considerada pela Forbes como uma das pessoas mais poderosas e influentes do mundo (ela é considerada a 32ª mulher mais influente da atualidade). Além de mostrarmos os motivos pelos quais ela decidiu mudar de companhia, fizemos uma breve análise do trabalho que ela vem realizando no último ano.

História de sucesso

Nascida em Wausau, Winconsin, Marissa Mayer se formou com honras na Universidade de Stanford, instituição na qual obteve bacharelado em sistemas simbólicos, área que estuda ciências cognitivas, inteligência artificial e interações humano-máquina. Em seguida, ela obteve um mestrado em ciência da computação e, posteriormente, um doutorado honoris causa concedido pelo Instituto de Tecnologia de Illinois.

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Em 1999, com somente 24 anos de idade, ela obteve o cargo de empregado número 20 da Google. Dentro da empresa, ela liderou o desenvolvimento de alguns de seus produtos mais famosos e consagrados, como o famoso buscador e o Google Imagens, Google News, Google Maps, Google Books e o Gmail — muitos atribuem à executiva a decisão acertada de manter a simplicidade da página inicial do sistema de pesquisas.

Essa história de sucesso, aliada à sua beleza natural, fez com que ela fosse a escolhida para ser um dos “rostos públicos” da companhia. Durante muito tempo, coube a Marissa tanto o papel de apresentar novos produtos ao público quanto o de interagir diretamente com a imprensa.

Um novo rumo

Apesar de possuir uma carreira brilhante, faltava a Marissa algo importante dentro da Google: poder. Embora continuasse a trabalhar duramente em seus projetos (ela é conhecida por adotar semanas de trabalho de até 130 horas), ela se viu presa na mesma posição, enquanto muitos de seus colegas eram promovidos ao cargo de Vice-Presidente Sênior.

Em 2010, embora a executiva fosse a responsável pelo desenvolvimento local de produtos, foi Jeff Hubert quem ascendeu ao cargo. Na mesma época, nomes como Andy Rubin e Vic Gundotra também subiram dentro da empresa, devido aos esforços da companhia em reforçar a imagem pública do Android e de sua rede social Google+.

(Fonte da imagem: Reprodução/Flicker de Jolie O´Dell)

Embora na ocasião Marissa tenha dito à imprensa que não se preocupava com títulos e só queria trabalhar no desenvolvimento de seus produtos, ficou claro que sua situação em Mountain View não era a desejada por ela. Para reforçar os sinais de que havia algo errado, a executiva passou a diminuir sua aparição em conferências, ficando de fora de eventos importantes, como o Google I/O.

Com valor líquido estimado em US$ 300 milhões e uma história de sucesso, o passo natural para Mayer nessa situação era sair da Google e procurar um cargo maior em outra empresa. No caso, a escolhida foi a Yahoo!, companhia que, apesar de não ter o mesmo prestígio do passado, apresentava uma oportunidade única para a jovem executiva de 38 anos.

Mudança de rumo para o Yahoo!

Durante seu período à frente da Yahoo!, Mayer quebrou expectativas ao mostrar que o antigo Gigante da Internet ainda tem muito fôlego. Prova disso é o fato de que, durante o período da CEO à frente da empresa, suas ações tiveram valorização anual de 74% — após anos variando entre US$ 13 e US$ 18, cada papel da companhia chegou à marca de US$ 26.

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Vale notar que grande parte disso não se deve necessariamente à administração de Mayer, embora ela tenha bastante crédito no processo. Grande parte da valorização da companhia se deve ao fato de ela ter vendido ao site chinês Alibaba metade das ações que a Yahoo! detinha sobre ele — negociação que rendeu US$ 7,6 bilhões à empresa.

Atualmente, a companhia detém 24% das ações do site de compras, que podem ser vendidas posteriormente caso isso seja necessário. A decisão da CEO de aprovar essa transação foi bastante elogiada pelos acionistas, já que isso ajudou a empresa a ganhar um destaque positivo entre os membros do mercado de tecnologia e a imprensa especializada.

Foco em aquisições

Durante seu período à frente da empresa, Marissa adquiriu 17 das 83 empresas já compradas pela organização em toda a sua história (mais de 20% do total). O objetivo não era necessariamente ampliar o portfólio de serviços da companhia, mas sim adicionar ao seu quadro de funcionários jovens talentosos e criativos — um produto bastante desejado pelas companhias do Vale do Silício.

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A principal aquisição feita sob sua direção foi o Tumblr, que custou US$ 1,1 bilhão aos cofres da companhia. Ao contrário do que aconteceu em outros casos, no entanto, a CEO garantiu que o serviço continuará a funcionar de maneira totalmente independente, sem que seus funcionários se misturem ao quadro geral de empregados do Yahoo!.

“Quando olhamos para as aquisições em larga escala do eBay, PayPal, Google, YouTube, um padrão surge”, afirmou Mayer durante um evento. “Essas companhias possuem muito momentum e geralmente operam melhor de forma independente. O aprendizado dessa história é o que gerou o compromisso de deixarmos o Tumblr independente”.

Mudança geral

Marissa também promoveu mudanças radicais no Yahoo! Mail, no Yahoo! News e na página principal do portal. Além disso, ela investiu no desenvolvimento de um novo visual para o Flickr e remodelou a maneira como a empresa constrói aplicativos para o mercado mobile, como pode ser comprovado com o Yahoo! Weather e o Mail.

(Fonte da imagem: Reprodução/Flicker de Jolie O´Dell)

“Tornamos o Flickr espetacular”, afirmou a CEO durante a revelação da nova interface e dos recursos renovados do serviço. “As fotografias fazem o mundo girar, e o Flickr já foi extraordinário um dia. Porém, ele ficou para trás. Agora, ele é extraordinário mais uma vez”. Além de apostar em um visual mais limpo, a nova versão do site ganhou 1 TB de espaço gratuito e suporte à hospedagem de imagens em altíssima resolução.

Mayer também promoveu a morte de diversos produtos que não possuíam o sucesso desejado, como o Yahoo! Clues, o Yahoo! Avatars e o Yahoo! Message Boards, entre outros. Outras vítimas foram o buscador AltaVista, o plugin Axis e o reprodutor de músicas FoxyTunes — produtos que, embora um dia tenham sido populares, estavam no ostracismo há um tempo considerável.

Nova filosofia interna

Marissa também mudou a maneira como os funcionários do Yahoo! trabalham e interagem. Em uma decisão que provocou controvérsia, a executiva decidiu banir totalmente rotinas de trabalho remotas, exigindo que todos os funcionários partilhassem o mesmo espaço físico — algo que, segundo ela, colabora para interações pessoais que podem resultar no desenvolvimento de produtos interessantes e lucrativos.

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Embora muitos não tenham gostado da decisão, isso parece ter surtido resultados positivos na moral dos funcionários. Pesquisas indicam que, atualmente, Marissa possui uma taxa de aprovação de 91%, marca bastante superior à de seus antecessores — Ross Levinsohn, que ocupava o cargo de CEO antes dela, era aprovado por somente 75% dos empregados.

Mesmo já tendo demonstrado seu potencial, Mayer tem um longo caminho a percorrer. Apesar dos resultados positivos, o Yahoo! ainda está bastante atrás de concorrentes como Google, Apple, Amazon, Facebook e Microsoft no que diz respeito a produtos inovadores e reconhecimento do público. No entanto, o desempenho demonstrado até o momento mostra que a executiva pode ter o necessário para trazer novamente sua companhia ao patamar mais alto do mundo da tecnologia.

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