Imagem de Mega Man X Legacy Collection 1 & 2
Imagem de Mega Man X Legacy Collection 1 & 2

Mega Man X Legacy Collection 1 & 2

Nota do Voxel
88

Mega Man X Legacy Collection 1 & 2 é um deleite nostálgico para qualquer fã

Pode não parecer, mas já faz 25 anos desde que Mega Man X estreou lá no Super Nintendo. Pois é, estamos ficando velho mesmo. Já faz quase três décadas desde que a Capcom iniciou sua era de ouro de Mega Man X ao lado de grandes nomes, como Keiji Inafune, Yuki Iwai e outros.

A série X é mais adulta, madura e robusta em gameplay quando comparada à principal, se tornando a favorita dos fãs. Mas com tantos anos e plataformas diferentes, é um tanto difícil jogar esses games atualmente. Para celebrar os 25 anos da franquia, eis que a Capcom surge com a ideia de lançar Mega Man X Legacy Collection 1 & 2 com os principais jogos (do 1 ao 8).

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Honestamente, trata-se de um combo que um fã das antigas ou curiosos de primeira viagem não devem deixar passar. No geral, Mega Man X Legacy Collection 1 & 2 é só elogios e há poucas ressalvas na coletânea (e, certamente, quase nenhuma é suficiente deixar de recomendá-la a alguém). Então vem com a gente conferir como ficou o novo trabalho da Capcom!

Nostalgia bate forte e há um combo de qualidade excelente

Mega Man X é uma obra-prima digna de representar sua época. Quando Keiji Inafune teve a ideia de um Mega Man visualmente diferente e isso foi pra frente como um spin-off, uma verdadeira obra de arte começava a ser moldada. Se você é fã da série e a jogou nos tempos áureos, sabe do que estou falando; caso nunca tenha experimentado, acredite: jogue, pois vale a pena até hoje (eu também tive um contato tardio com a saga).

AMega Man X

De oito jogos da série, é fácil dizer que há quatro deles dignos de serem chamados de espetaculares (os demais variam, mas há apenas uma exceção ruim e outra que não atendeu às expectativas da franquia). Hoje em dia é difícil ter uma plataforma para jogar todos esses games com boa qualidade e até mesmo buscá-los nos consoles originais não é tarefa fácil.

Apesar de o nome oficial do game ser Mega Man X Legacy Collection 1 & 2, vale ressaltar que as coletâneas são separadas: a X Legacy Collection 1 traz os Mega Man X1 ao X4, enquanto a X Legacy Collection 2 tem os Mega Man X5 ao X8 (já me adiantando à piada, não há um X9 porque ele morre cedo). Cada game tem sua própria platina ou 1000 pontos de conquistas e funcionam perfeitamente separados.

Em outras palavras: se você é um dos fãs que não quer chegar perto de Mega Man X6 e X7 novamente, pode ignorá-los e partir para a primeira coleção, que traz a era de ouro inteira da franquia. A escolha é sua. Cada um dos games tem seus próprios extras (alguns são compartilhados) e você também não estará perdendo o novo modo X Challenge, que traz nada menos que dois chefões ao mesmo tempo.

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O Museu do jogo tem diversas artes conceituais, as histórias escritas de maneira mais concisa, todas as músicas para escutar, diversos trailers antigos, uma série animada, uma coletânea de imagens de produtos promocionais e muito mais. Há bastante conteúdo extra para quem deseja se aventurar no universo de Mega Man X.

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É difícil dizer que o custo-benefício é excelente, pois o dólar está caro e a conversão não é das melhores: cada game sai por R$ 89 (R4 179 no combo) em lojas brasileiras, o que pode ser um preço um pouco mais salgado que o comum. Entretanto, a qualidade é óbvia: há muitos games espetaculares, opções mais modernas de gráficos, muitos bônus e extras, e até mesmo um novo e divertido modo.

Uma jornada gráfica, sonora e mecânica pela soberba série X

Seja jogar pela primeira vez ou relembrar a evolução da série Mega Man X, a experiência é recompensadora e divertida demais. Não é à toa que a franquia tenha tanto apreço pela legião de fãs. Jogar todos os games em sequência é quase uma aula de história de visuais de primeira e game design. Tudo isso sem contar a trilha sonora, é claro, que continua incrivelmente cativante e tem algumas das melhores faixas da história dos games.

É extremamente satisfatório avançar pelo modelo de 8 chefões com telas únicas, equipamentos singulares e level design muito bem-feito (e bota bem-feito nisso). De certa forma, a fórmula se repete em cada game: mate os chefes, procure os power ups e parta para a fase final. Apesar de a estrutura ser a mesma, cada game oferece uma dose de frescor e mudanças distintas suficientes para nos fazer continuar, sem criar uma sensação enjoativa.

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É noob na franquia? Quer apresentar a série para crianças? A Capcom também pensou nisso e criou o Rookie Mode, que pode ser ativado em qualquer momento. Basicamente, ele diminui o dano recebido de forma brutal, oferecendo uma dificuldade muito mais fácil do que a normal. Não é algo revolucionário, mas é um bônus bem legal para abranger a audiência.

O Rookie Mode reduz drasticamente a dificuldade é uma mão na roda para ajudar novatos ou crianças a experimentarem Mega Man X

Seja na experiência raiz de X (que ainda se mantém incrível ainda hoje), na dificuldade extrema e nos cenários mais bem elaborados de X2, nos dashs aéreos e chefões com fases mais horizontais de X3, a evolução de 32 bit, a vinda de Zero e o próximo patamar de história de Mega Man X4, nas mecânicas novas de planar agachar de X5 aí por diante, cada game é único e tem suas próprias particularidades para acrescentar à qualidade soberba de ambas as coletâneas (mais a primeira do que a segunda).

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Mesmo depois de dias jogando apenas os games de Mega Man X, ainda me sinto hypado em chegar em casa e jogar mais. Me aventurar em mais um capítulo da série, relembrar as mudanças que cada um teve, reviver os confrontos épicos de cada chefão, buscar cada power up de todo jogo (como o Hadouken em X, as partes de Zero em X2, as armaduras em todos os games etc) e muito mais. Convenhamos: são poucos os games que nos causam uma comoção e diversão como essa.

Há exceções, claro, já que Mega Man X6 foi uma grande bagunça e tem sérios problemas de design e mecânicas (alguns trechos requerem que os jogadores reiniciem o nível) e Mega Man X7 é praticamente um desastre em forma de jogo, com fórmulas e ideias que não deram certo. Mas, de qualquer forma, a experiência geral é ótima e você sempre terá a opção de escolher qual coletânea comprar.

X Challenge traz um frescor de novos desafios

Se você acha que já sabe a ordem de todos os chefões de cor e salteado, Mega Man X Legacy Collection 1 & 2 tem uma boa dose de surpresas. O X Challenge é, sem dúvidas, a maior adição de qualquer uma das coletâneas (cada uma delas tem seu próprio X Challenge). Os bônus são legais e os conteúdos extras reunidos no game são interessantes, mas nada como ter a chance de enfrentar dois chefões ao mesmo tempo em um novo modo.

AX Challenge

Basicamente, devemos escolher três armas para X e enfrentar uma sequência de três desafios com apenas duas vidas. A Capcom teve o cuidado de mesclar não somente chefões que combinam em temática, mas também em mecânicas. Portanto, cada batalha é bem diferente da outra e os jogadores não podem mudar as armas, recarregar as barras de energia dos power ups nem receber mais vidas.

Em outras palavras: você terá que enfrentar seis chefões com uma quantia bem limitada de recursos. Não bastando essa dificuldade toda, você ainda pode desbloquear o modo Hard com o tempo e apimentar ainda mais as coisas (o Easy e Normal vêm desbloqueados de início).

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Apesar de cada coletânea ter seu X Challenge, eles não são muito diferentes, o que acaba sendo uma pequena ressalva. Alguns chefões mudam e há armas diferentes para escolher, mas é basicamente isso (a diversão não muda, claro, mas a variedade poderia ser um pouco maior).

Experiência original e idêntica (para bom e para ruim)

Ok, temos os oito games da série. Mas eles estão modernizados? Por que é melhor jogar no PS4, Xbox One, Switch ou PC em vez de emulado? Bom, o primeiro e melhor motivo são as novas opções gráficas. Elas não são de outro mundo, até porque não há uma solução mágica, mas existem escolhas bem interessantes que funcionam muito bem nos títulos 2D (X ao X6).

Galeria 1

Galeria 3

Você tem três opções: a original e pixelada (que não há como remasterizar, apenas fazer um upscale de melhor qualidade, que é o caso aqui), a CRT, que coloca um filtro que simula TV de tubo, e a Clean, que suaviza as bordas e cria uma estética mais “apresentável” em telas modernas. Particularmente, optei pela Clean e adorei o resultado – a arte fica muito boa e passa longe de se parecer com o remake de Mega Man X para iOS. Há quem ache que isso é um ultraje, mas gostei bastante do resultado.

O filtro pode parecer apenas um grande anti-aliasing para alguns, mas é nos detalhes que vemos que a ferramenta foi criada com bastante capricho e funciona majestosamente bem. Há alguns probleminhas menores ao utilizá-la, como uma cintilação de pixels, mas no geral o filtro dá uma cara bem melhor a todos os jogos. Com exceção dos menus, que têm qualidade bem abaixo da média e zero adaptação da Capcom, o 2D é completamente tragável e vai além: é lindo de se apreciar.

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Nos X7 e X8, dois games 3D, há uma certa remasterização dos modelos 3D (quase como um supersampling de emulação), mas eles sofrem nas partes de texturas – especialmente no X7 –, interface e outros elementos que não são tridimensionais. Apesar de serem os mais modernos, eles acabam se tornando os mais datados visualmente e mostram que o trabalho de remaster foi muito pequeno.

Há algumas ressalvas que poderiam ter sido evitadas

Entretanto, nem tudo são flores e há alguns outros probleminhas. Já era de se esperar que a emulação dos primeiros seis games não teriam save state ou replay (a habilidade de salvar a qualquer momento ou voltar no tempo), dois recursos que são amplamente utilizados em emulação atualmente, mas é inegável que eles seriam bem-vindos do mesmo jeito – ou que ao menos existisse uma opção para ativá-los. O que acaba incomodando mesmo é que a emulação mantém até demais os aspectos originais, incluindo os defeitos técnicos.

Isso ocorre principalmente nos primeiros três jogos, que são de Super Nintendo, e há os mesmos problemas de performance que você teria no console original e na emulação padrão. E, diferentemente do modelo atual, quando a taxa de quadros caía em títulos da quarta geração era comum que a frequência estivesse associada à velocidade de renderização. Em outras palavras, todos os frames são renderizados, independentemente do tempo, e isso faz com que o game rode em câmera lenta em alguns momentos de estresse.

É esquisito pensar nisso, mas acaba sendo verdade: um jogo de Super Nintendo pode rodar mal na oitava geração de consoles. A explicação é simples: o problema está no código-fonte e a Capcom não alterou isso. Trata-se de uma coletânea emulada. E não há como forçar o clock maior para compensar esses problemas? Talvez fosse possível. Alguns emuladores de PC e Android oferecem essa funcionalidade, mas é difícil dizer se isso acarretaria em mais problemas do que soluções. De qualquer forma, o problema existe.

Por fim, mas não menos importante, também há outro aspecto que se provou bastante frustrante. Conforme mencionado, não há save state, mas sim uma forma de save convencional que substituem os Passwords (que ainda funcionam, só por via de curiosidade). Porém, esse sistema de save acaba criando uma falsa ilusão nos primeiros três títulos e pode confundir principalmente os novatos.

ASistema de save é bem ruim

Vamos pegar o Mega Man X original como exemplo. O último nível consiste em quatro etapas. A cada nova etapa, um password é gerado. Para fãs da velha guarda e que estão calejados, é fácil lembrar que os passwords não salvavam o progresso de cada etapa e muito menos guardava a coleta do Hadouken (recarregar o game requeria refazer tudo isso). Contudo, já que temos um sistema de save, isso não deveria acontecer, certo? Errado.

O sistema de save nada mais é do que uma forma de guardar o password mais recente possível, o que acaba reproduzindo os mesmos problemas do passado. É compreensível não ter save state, já que isso poderia ser um facilitador grande. Não usar um save de verdade entre os níveis realmente pode ser frustrante. Portanto, é bom não parar de jogar ou desligar o videogame entre os níveis maiores, pois você certamente perderá seu progresso. De Mega Man X4 para frente, isso deixa de ser um problema, já que os games foram lançados em plataformas que utilizam o mesmo sistema de save moderno que o atual.

Vale a pena?

Mega Man X Legacy Collection 1 & 2 tem um valor muito alto. Muito alto mesmo. Dos oito jogos, mais da metade têm qualidade gigantesca e há poucas exceções que podem abaixar sua nota. Trata-se de uma das coletâneas mais incríveis dos últimos tempos (e considerando que você pode escolher qual comprar, o poder de separar o joio do trigo fica ainda mais fácil).

Entretanto, nenhuma das duas coletâneas são perfeitas. Mesmo que a reprodução original esteja intacta e exista um filtro que ajude nos gráficos, há alguns problemas originais que são simplesmente chatos demais para existirem atualmente, como os saves e a lentidão por conta dos problemas técnicos de performance.

Os extras, o X Challenge e até mesmo o Rookie Mode são todos muito bem-vindos e abrangem ainda mais a audiência de Mega Man X. A coletânea é realmente para gregos e troianos, por mais estranho que seja. Se você já jogou todos os games, ainda vale jogar tudo de novo e aproveitar as novidades; caso seja estreante, há muitos games espetaculares te esperando.

*Mega Man X Legacy Collection 1 & 2 foi gentilmente pela Capcom para a realização desta análise.

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Pontos Positivos
  • As coletâneas têm todos os games (do 1 ao 8) e podem ser compradas separadamente
  • O nível de diversão é simplesmente absurdo e quase todos os games são fantásticos
  • Os controles são precisos e os desafios continuam excelentes, oferecendo uma quantia bem grande de horas para aproveitar
  • Os novos retoques visuais são de primeira (e completamente opcionais para quem quiser aproveitar o gráfico original)
  • O novo modo X Challenge é uma adição surpreendentemente boa e traz uma nova camada de desafios
  • Apesar de ser uma parte pequena, o Rookie Mode é uma ótima novidade para abranger a série a novos públicos
  • A coletânea de extras é gigantesca e há bastante material bem interessante para os fãs
Pontos Negativos
  • Há problemas de performance e de save nos primeiros games
  • Remasterização dos títulos 3D não é tão boa quanto poderia ser
  • Por mais que a coletânea seja ótima, Mega Man X6 não é tão bom e X7 ainda é ruim, diminuindo o valor de X Legacy Collection 2