Imagem de Final Fantasy IX
Imagem de Final Fantasy IX

Final Fantasy IX

Nota do Voxel
80

Final Fantasy IX no Switch reúne a glória e problemas de outros ports

Final Fantasy IX é um clássico que está prestes a completar 20 anos de vida, mas seu aspecto atemporal pode ser bem subjetivo. Lançado para PS1 nos anos 2000, a experiência original não é das mais modernas nos dias hoje, mas tem seu charme intacto. E se o game tivesse visuais mais polidos e resolução mais alta? Será que assim seria excelente em 2019?

É isso que os recentes ports de Final Fantasy IX fizeram ao dar um tapa no visual do game e trazer uma experiência mais digestível nos consoles modernos. Recentemente, o jogo chegou ao Nintendo Switch também e tivemos a chance de jogar para contar o que achamos. Seria a versão de Switch a melhor possível? Vem conferir a nossa análise completa!

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Gráficos crocantes e atuais, mas com seus probleminhas

Comentarei com mais detalhes abaixo, mas a primeira coisa que você deve saber sobre a versão de Final Fantasy IX de Nintendo Switch é que ele é um port da versão mobile do game, a primeira a ser lançada (e que foi distribuída para outras plataformas, como o PlayStation 4, Xbox One e PC).

Apesar de parecer algo negativo, fique tranquilo: não é bem assim. O que isso significa é que basicamente todos os objetos 3D renderizados em tempo real, ou seja, todos os personagens e demais elementos do cenário, sofreram um aumento drástico de resolução, deixando os modelos bem mais bonitos. O que pode pegar os olhos dos mais atenciosos é que não há uma técnica de anti-aliasing em ação, então há pequenos serrilhados, coisa que não me recordo de ver na versão de PS4 ou mobile (no meu caso, iOS).

Galeria 1

Por se tratar de um game do final da vida do PS1, Final Fantasy IX se beneficia bastante dessa “emulação aumentada”, trazendo muito mais detalhes em coisas que no hardware original seriam impossíveis de ver. Em outras palavras: trata-se de um belíssimo jogo de PS1 (talvez um dos mais bonitos) que ganha um novo sopro de vida nas máquinas certas.

Mas isso não quer dizer que seja uma remasterização de fazer escola para a indústria. Assim como Final Fantasy VII e outros jogos da era PS1 (ou até mais recentes, como Resident Evil HD Remaster, mas em menor escala), Final Fantasy IX sofre de uma negligência ou descuido da Square Enix em não ter os materiais originais pré-renderizados em seus arquivos históricos.

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Em suma, os cenários pré-renderizados ficam bem destoados em relação aos personagens. No gameplay comum, dá pra passar batido, mas em algumas animações in-game que não trazem as belíssimas cutscenes (que também estão melhores aqui) as coisas podem ficar bem borradas. Nesse caso, o jogo de PS1 acaba oferecendo uma coerência visual melhor.

Por fim, mas não menos importante, há algumas mudanças visuais que podem desagradar aos mais puristas. Os menus de combate são os mesmos da versão mobile e têm um design maior, quadrado e com todas as opções, algo que claramente tampa parte da ação. Os menus clássicos são bem mais charmosos e bem-feitos e, de fato, serviriam melhor nas versões de consoles e isso inclui o Switch. Sem dúvidas, seria melhor ter um tratamento mais refinado aqui em vez de um CTRL C + V da versão de smartphones.

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Um port da versão mobile, em tudo

Sim, Final Fantasy IX é um port da versão mobile do game, a primeira a ser lançada. Graficamente isso não é um problema, pois todas as versões lidam da mesma forma, com renderização e resoluções mais altas dos modelos 3D. A discussão aqui é outra e envolve jogabilidade, usabilidade e pequenos problemas acarretados pelo port direto.

Os menus diferentes são vão do gosto de cada um e nem é uma das maiores mudanças. As diferenças de Final Fantasy IX de Switch estão principalmente em algumas melhorias,  alguns bugs e probleminhas do port.

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Vamos aos pontos positivos: assim como Final Fantasy VII, o IX também tem algumas adições boas para novatos e outras benéficas até aos veteranos. No menu de pausa, o usuário pode escolher recursos, como o 9999 (que causa dano e cura 9999 sempre que ativo), o Battle Assistance, que faz a batalha automática, o Safe Travel, que desativa os encontros aleatórios, e o mais útil de todos: High Speed Mode, que acelera o tempo para deixar as viagens e combate mais rápidos.

Entretanto, diferentemente de Final Fantasy VII (e até mesmo o XII), esses recursos só são ativos durante o menu de pausa, possivelmente por uma limitação mobile. Em outras palavras, as assistências requerem uma etapa extra, algo que atrapalha bastante (principalmente para acelerar e desacelerar o tempo).

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Outros probleminhas, como o looping de músicas, também estão presentes. Isso é particularmente ruim para a trilha sonora, pois uma faixa musical sempre recomeça ao fim de uma batalha, fazendo com que as músicas não toquem inteiras (os fãs mais puristas perceberão mais). E, por fim, há uma tela preta de loading a cada combate que tira o ritmo acelerado do game. Nem mesmo acelerar o tempo ajuda com isso, já que não parece ser um loading original de PS1, e sim algo do desenvolvimento do remaster.

A mesma obra-prima de quase 20 anos

Em um grande resumo, Final Fantasy IX de Switch é muito bom, mas principalmente pela qualidade do game original. O nono game da franquia é tido por muitos um dos melhores (se não o melhor) de toda a série, então você encontrará uma trama excelente, combate de turnos em seu ápice (com opções de ser ativo ou pausado), magias bem legais e um mundo incrível. Reviver a aventura de Zidane, Vivi, Steiner Garnet e muitos outros personagens continua tão sólido e incrível como há 20 anos.

O fator Switch também é um ponto que pesa especificamente nessa versão, já que poder jogar na telinha é um diferencial bacana. O game roda muito bem tanto no dock quanto no portátil, mas o visor menor e cheio de liberdade acaba sendo um fator mais leve para experimentar o RPG em seu auge.

Sim, não é uma remasterização da maior qualidade. Os loadings poderiam não existir, os cenários pré-renderizados deveriam ter resolução maior (mas é impossível, pois o material original foi perdido), os recursos de acessibilidade deveriam ser tão simples quanto os de Final Fantasy VII e os bugs não deveriam existir.

Contudo, mesmo com esses probleminhas de remasterização, a experiência principal é boa. E o mais importante é ter o game dos anos 2000, da era PS1, apresentado de uma forma mais agradável para consoles modernos. Como isso atende às expectativas, pode esperar uma boa maneira de reviver esse clássico Final Fantasy de uma forma bem boa.

Final Fantasy IX foi gentilmente cedido pela Square Enix para a realização desta análise.

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Pontos Positivos
  • Experiência mantém a essência original, que é fantástica e tem com combate, história e ambientação de primeira
  • Os gráficos 3D, performance e (quase) tudo que diz respeito a visual teve um bom tratamento
  • Há diversos facilitadores que ajudam os novatos e dão uma mão aos veteranos, como acelerar o tempo
  • Cutscenes apresentam qualidade maior do que a esperada e continuam lindas, mesmo 19 anos depois
Pontos Negativos
  • Loadings demorados e bugs pequenos também vieram da versão mobile
  • Os facilitadores têm um passo extra que quebra o ritmo
  • Cenários pré-renderizados contrastam com os gráficos bonitos do 3D