Imagem de Castlevania: Lords of Shadow 2
Imagem de Castlevania: Lords of Shadow 2

Castlevania: Lords of Shadow 2

Nota do Voxel
70

A história do Drácula chega à sua conclusão sem a força que merecia [vídeo]

Quando a Konami anunciou que lançaria um reboot para a série Castlevania, muitos fãs ficaram desconfiados, enquanto outros acharam que seria uma grande chance de revitalizar a franquia.

Castlevania: Lords of Shadow foi lançado em 2010 e apresentava um novo herói da família Belmont, Gabriel, em uma trama que não colocava o jogador contra o temível Conde Drácula. Depois de reviravoltas, um novo esquema de combate e um game para o 3DS (que acabou chegando aos consoles de mesa em versão HD), chegamos à conclusão da saga.

Castlevania: Lords of Shadow 2 prometia melhorar elementos vistos no primeiro game da nova saga, além de apresentar a conclusão da saga de Drácula. Será que a Konami conseguiu criar um jogo que não só é melhor que seu antecessor, mas que também consegue agradar aos exigentes fãs da franquia Castlevania?

Uma história digna do Príncipe das Trevas

Provavelmente um dos pontos mais fortes de Castlevania: Lord of Shadows 2, a história criada pelo estúdio MercurySteam, que coloca o jogador no controle do herói caído Gabriel Belmont, renascido como o temível Conde Drácula, é muito interessante.

A maneira como o personagem é tratado, os demônios do seu passado e a busca pela simples mortalidade fazem a diferença, já que você começa a compreender o quão épica é cada batalha enfrentada.

Desde os primeiros momentos, é possível notar que os desenvolvedores resolveram criar uma experiência grandiosa para os jogadores. Ao colocar todos no controle do próprio Drácula, após um jogo inteiro revelando (em segredo) a sua origem, fica mais fácil notar como o personagem é muito mais interessante e envolvente do que havia sido mostrado anteriormente.

A presença de personagens conhecidos dos fãs, como Alucard, apenas deixa a trama mais rica e emocionante, vide o relacionamento que ele tem com o seu pai, o Conde Drácula.

Eu acho que já joguei algo parecido...

Antes do seu lançamento, produtores de Castlevania: Lords of Shadow 2 comentaram o quanto não gostavam que o primeiro game fosse comparado com a série God of War por causa de seu esquema de combate. Na época, foi comentado que a sequência traria um estilo próprio, se afastando das comparações com a franquia da Sony.

Pois bem, Lords of Shadow 2 está em nossas mãos e, apesar de o sistema de combate ser competente e fácil de dominar, ele ainda se parece com o de God of War. Só que esse não é realmente um problema, já que God of War trazia vários elementos de jogos que vieram antes, como Devil May Cry. Em resumo, Castlevania: Lords of Shadow 2 traz controles dignos de um game hack ‘n slash.

As comparações com God of War vão existir, mas, de maneira grosseira, é o mesmo que falar que Mortal Kombat e Street Fighter são idênticos porque ambos têm comandos para chutes e socos.

Trilha sonora primorosa. Gráficos... nem tanto

Uma das marcas da franquia Castlevania é a sua trilha sonora de qualidade. Lords of Shadow 2 não fica atrás dos grandes títulos da série, apresentando uma bela evolução desde o último game, que tinha boas músicas incidentais, mas que não soavam muito inspiradas.

Aqui, cada melodia ajuda a criar o clima daquela cena em particular, o que é bem importante para um game como Lords of Shadow 2.

O trabalho de dublagem também merece nota, trazendo vozes de atores famosos, como Robert Carlyle, da série “Once Upon a Time” e de “Trainspotting”, Sir Patrick Stewart, de “X-Men”, e Richard Madden, da série “Game of Thrones”, que conseguem dar mais vida aos seus personagens, deixando a apresentação do game mais rica.

Já os gráficos de Lords of Shadow 2, ainda que estejam longe de serem feios e mal feitos, deixam um pouco a desejar. Em alguns momentos, o que é mostrado na tela impressiona, somente para que na cena seguinte, graças à movimentação da câmera ou qualquer que seja o problema, sejam apresentadas texturas em baixa resolução. Essa diferença acaba por tornar o visual do game bem irregular, o que pode incomodar a alguns jogadores.

Levando em consideração que o primeiro Lords of Shadow tinha em seus gráficos um de seus grandes trunfos, a queda na qualidade visual em alguns momentos de sua sequência apenas mostra que ela é inferior nessa área.

Uma ambientação diferente para um jogo mais atual

Conforme visto no final do primeiro game, Gabriel Belmont/Drácula estava em um estado lastimável após anos adormecido. A grande revelação que seguiu foi que essa nova realidade se passava em tempos modernos, dentro de uma grande cidade.

Em Lords of Shadow 2, descobrimos que esta cidade foi construída em cima das ruínas do castelo do Drácula e, por isso, se tornou alvo de súditos de Satã, derrotado por Gabriel no primeiro game, que buscam trazer o seu mestre de volta à Terra.

A ideia de um Castlevania em tempos modernos sempre pareceu interessante, nem que fosse pelo quesito “novidade” que ela apresenta. Depois de passar pelo prológo/tutorial, você é jogado nessa realidade, com lojas, mendigos e carros passando pelas ruas.

Caso o jogo se passasse na cidade, como acontecia no castelo do Drácula, deixando o jogador com total liberdade para ir e vir, Lords of Shadow 2 poderia se mostrar mais interessante.  Só que o game mostra algumas partes do lugar, intercalando com passagens no passado, mostrando o visual medieval que todos esperam de um título da série.

E esse é um dos problemas de Castlevania: Lords of Shadow 2. Mesmo apresentando um elemento que poderia trazer um ar de novidade à franquia, a impressão que fica é que alguém dentro da MercurySteam e da Konami acharam que fazer um Castlevania em tempos modernos faria com que fãs mais exigentes torcessem o nariz para o game (algo que já fariam por padrão). Por causa disso, enfiaram “alucinações medievais” para deixar as coisas dentro do que era esperado.

Essa verdadeira “puxada no freio de mão” do game acaba por tirar um pouco de sua graça, já que ele parece ter medo de contar a sua história, buscando meios de apenas agradar aos fãs e sem tentar algo novo.

Tragam a cabeça de quem inventou esse stealth

Os problemas de Castlevania: Lords of Shadow 2 até aqui são compreensíveis e facilmente superáveis. Só que aí começamos a pensar no esquema de stealth do jogo e as coisas mudam de figura.

Logo no início do game, Gabriel/Drácula está praticamente sem poderes, necessitando se esconder de inimigos para conseguir avançar por alguns trechos do cenário. Nada fora do normal e bastante compreensível.

Para se esconder, você precisa se transformar em ratos, utilizando pontos específicos dos cenário, e conseguindo dominar o corpo de inimigos, utilizando-os para avançar. Novamente, nada fora do normal.

O problema é que desde o início isso não funciona muito bem e só piora com o avanço do game. Seja pelo fato de na sua forma de rato você não conseguir fazer nada que preste ou, mesmo conseguindo recuperar seus poderes e se tornar o poderoso Conde Drácula, ainda ter que ficar se escondendo como uma criança amedrontada, o esquema de stealth irrita mais do que deveria.

Em alguns momentos, é possível que você fique preso em algum trecho simplesmente por esse esquema não funcionar direito, fazendo você entrar em uma sequência de tentativa e erro para conseguir avançar. Perto da décima tentativa frustrada, se você ainda estiver achando que o stealth de Lords of Shadow 2 funciona bem, saiba que você tem mais paciência que grande parte da população.

Vale a pena?

Apesar de seus problemas, Castlevania: Lords of Shadow 2 ainda consegue ser um jogo digno para o reboot da franquia. Apesar de utilizar o grande vilão da série como herói, mostrando que ele poderia ser algo além de um simples antagonista, o título consegue envolver o jogador e apresentar uma nova roupagem interessante à muitas vezes cansada franquia Castlevania.

O jogo ainda consegue proporcionar momentos empolgantes e emocionantes, mas os problemas que traz e a sensação de que ele poderia ser melhor tiram o brilho de um título que tinha tudo para agradar a novos fãs e aos antigos fanáticos pela saga da família Belmont.

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Pontos Positivos
  • Ótima história
  • Bela trilha sonora
Pontos Negativos
  • Sistema de stealth falho
  • Gráficos poderiam ser melhores