Era uma vez um estúdio de games

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Nós, jogadores, raramente damos importância para os nomes que aparecem na abertura dos jogos. Basta inserir o disco para começarmos a apertar todos os botões na tentativa de pular as apresentações de logotipos. O que acontece? Nunca dá certo e somos obrigados a ver tudo.

É por isso que acabamos conhecendo uma enormidade de nomes. Entre tantos, podemos citar Rockstar, Ubisoft, Konami, EA Games, Capcom e Valve. Há também algumas desenvolvedoras menores que já deram as caras em muitos jogos, todavia, hoje, não ouvimos mais falar nelas.

Fonte: Divulgação/Ubisoft
É o caso da Bullfrog, da Sierra, da Infogrames e de tantas outras que ficaram no túnel do tempo. Afinal, o que aconteceu com essas desenvolvedoras? Fomos pesquisar sobre o rumo de cada uma dessas grandes companhias que fizeram história e caíram no esquecimento.

Bullfrog Productions (1987 - 2004)

Fundada ainda nos primórdios do Atari, a desenvolvedora começou sua carreira com Fusion, um jogo de naves para o Atari e para o Amiga, e Populous — título que foi liberado para consoles e DOS. Esse segundo game deu fama à empresa por se tratar de um dos primeiros a oferecer o “papel de deus” ao jogador.

Fonte: Reprodução/Giant Bomb
Ao longo de quase 20 anos de existência, a Bullfrog Productions produziu outros tantos games de sucesso, os quais serviram de alicerce para a companhia ganhar fama e perdurar por um bom tempo. Ocorre que alguns membros, incluindo um dos fundadores, saíram da empresa. Depois do desfalque, a companhia ainda lançou Theme Park Inc, isso ainda em 2001.

Em 2004, a Electronic Arts UK comprou o estúdio e declarou a companhia como parte do passado. Para aproveitar as ideias lançadas pela Bullfrog Productions, a EA teve a brilhante ideia de ressuscitar alguns projetos. Recentemente, Syndicate ganhou uma nova perspectiva sob o desenvolvimento da Starbreeze.

Sierra Entertainment (1979 - 2008)

Inicialmente conhecida como Sierra On-Line, esta desenvolvedora e distribuidora ficou famosa por trabalhar com uma enormidade de jogos para múltiplas plataformas. No início da carreira, a companhia desenvolveu jogos famosos para a Disney, incluindo Donald Duck's Playground e Winnie the Pooh in the Hundred Acre Wood.

Fonte: Divulgação/Activision
No final da década de 1990, a Sierra praticamente abandonou o desenvolvimento de games, ficando responsável pela distribuição de grandes títulos. De lá para cá, você deve ter visto o nome da empresa em jogos como The Legend of Spyro, The Lord of the Rings: War of the Ring, F.E.A.R. e muitos outros.

Durante esses quase trinta anos de carreira, a Sierra Entertainment adquiriu diversas empresas de pequeno porte, mudou seu nome inúmeras vezes, virou parceira de outras companhias e, no fim, por volta de 2006, acabou se tornando parte da Vivendi Games.

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Mesmo com novo nome e um fôlego extra, a Sierra e a Vivendi acabaram virando parte da Activision; que por sua vez agora se chama Activision Blizzard. Nesse caso, a companhia não faliu exatamente, mas foi abocanhada por uma gigante.

Infogrames Entertainment (1983 - 2009)

Responsável por grandes jogos, como RollerCoaster Tycoon e Civilization III, a Infogrames teve uma história cheia de reviravoltas. Nos primórdios, a companhia francesa adquiriu direitos sobre alguns personagens importantes, incluindo o Tintin e o Asterix. Entretanto, o primeiro grande sucesso foi o jogo de terror Alone in The Dark — desenvolvido pela própria Infogrames.

Fonte: Reprodução/Retro Isle
Com a aquisição de diversas companhias, a empresa foi criando uma enorme dívida. Isso, no entanto, não atrapalhou o crescimento dos negócios. Muito pelo contrário, a compra da GT Interactive, por exemplo, garantiu a distribuição de grandes games, como Unreal Tournament, Driver, Oddworld e outros importantes que tiveram muita fama nos EUA e na Europa.

Para ampliar ainda mais seu catálogo, a Infogrames abocanhou, ainda em 2001, a Hasbro Interactive e a Atari. Durante cinco longos anos, a empresa rebolou muito para equilibrar as dívidas e conseguir se manter como um grande estúdio. Da mesma forma em que adquiria novos produtos, ela acabava vendendo outros tantos.

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Na tentativa de sobreviver por mais um tempo, a companhia vendeu Driver para a Ubisoft, precisou voltar atrás nos negócios com a Hasbro — cedendo por um pequeno valor as franquias Transformers e My Little Pony — e demitiu quase 20% do pessoal. Por fim, a empresa resolveu mudar o nome de Infogrames para Atari, a qual ainda está viva.

Radical Entertainment (1991 - 2012)

O caso mais recente de “falência” de um grande estúdio é o da Radical Entertainment. Você talvez nem se lembre da existência da empresa, mas devemos nos lembrar da real importância dessa grande companhia. Ela desenvolveu muitos jogos para Super Nintendo, Game Boy, Sega Genesis, PlayStation e outros consoles.

Fonte: Divulgação/Radical Entertainment
No início, ficou famosa por Mario is Missing!, Mario's Time Machine e, inclusive, por dois jogos do Pelé! Depois, ela ampliou sua lista de games com alguns títulos esportivos, especiais com os personagens da série The Simpsons e alguns jogos com o famoso Crash. Entre as tantas empresas citadas neste artigo, a Radical merece destaque por ter lançado Prototype.

Claro que a companhia nem sempre foi perfeita e permaneceu com lucros excelentes. Durante sua história, ela sofreu divisões, foi adquirida por outras grandes empresas e se juntou com times maiores — em meados de 2008, ela virou parte da Activision Blizzard.

O último game desenvolvido pela Radical Entertainment foi Prototype 2. Segundo a declaração oficial da Activision, o estúdio foi fechado por conta da falta de uma audiência comercial para o segundo capítulo de Prototype. Apesar de encerrar o setor de desenvolvimento, a Activision decidiu manter um setor para dar suporte a outros projetos.

Uma zona comercial

Como você pode ver, nem todos os estúdios realmente foram à falência. A maioria deles acabou virando parte de um grande bolo de negócios. As gigantes citadas no começo do artigo são as principais responsáveis por essa grande bagunça, pois, com o crescimento disparado, elas acabam adquirindo as empresas menores e mudando o rumo de inúmeros projetos.

No fundo, essas infinitas aquisições e vendas continuarão existindo para sempre. O mercado de jogos é como qualquer outro e somente as grandes empresas continuarão existindo. Pequenas desenvolvedoras independentes podem até aparecer e obter sucesso com ideias geniais, mas basta uma oferta atraente para que elas cedam ao lado negro da força.

Por um lado isso é bom, pois os recursos para desenvolvimento são ampliados, por outro ângulo caímos no problema da mesmice e das franquias que acabam durando pouco tempo. O negócio mesmo é aproveitar o que cada companhia tem de melhor e torcer para que as alianças não estraguem os títulos divertidos ou abalem o setor indie.

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