Fonte da imagem: Reprodução/Sony
Houve um tempo em que serviços como Gaikai e OnLive eram vistos como a revolução dos games. Afinal de contas, a possibilidade de experimentar os mais poderosos títulos do mercado a partir de quase qualquer dispositivo, com o único requisito sendo uma boa internet, é o sonho de qualquer jogador hardcore.
Com o tempo, porém, as novidades mostraram-se pouco acessíveis para as plateias globais, principalmente para quem mora distante das centrais de servidores. As fabricantes de consoles, porém, enxergaram as novidades como mais do que uma simples possibilidade diferente de jogabilidade. Enxergaram ali uma boa parte do futuro dos video games e, rapidamente, começaram as aquisições e incorporações.
O primeiro movimento da Sony no mundo da nova geração foi feito em julho de 2012, quando a empresa anunciou a compra do Gaikai. Muito se especulou, na época, sobre que tipo de uso a fabricante do PlayStation 3 faria com os sistemas de sua mais nova afiliada. Uma resposta concreta, porém, veio quase um ano depois, com a revelação do PS4.
Mesmo assim, pouco se sabe sobre como tudo vai funcionar. Tudo o que temos são possibilidades e expectativas, com quase nenhuma demonstração concreta. Uma situação que está causando muitas dúvidas na galera. Por isso, reunimos aqui as informações existentes e vamos traçar um quadro do que podemos esperar do Gaikai e sua integração com os consoles da Sony.
Então, o que será possível fazer com o Gaikai?Um ponto de cada vez.Jogatina social
Fonte da imagem: Reprodução/Sony
Os sistemas nas nuvens do Gaikai serão providenciais para uma das principais características do PlayStation 4: o compartilhamento. Esse será um aspecto tão presente na experiência com o console que o clássico DualShock, quase imutado desde sua primeira versão, ganhou um novo botão exclusivo para funções sociais.
As possibilidades anunciadas pela Sony nesse sentido são inúmeras. A principal delas se refere ao streaming de jogatinas para a internet – por meio do Ustream, que também está no barco com a Sony. Imagine o #aovivoBJ, mas sem a necessidade de configurações complicadas, placas de vídeo e eliminando travamentos. Basta um botão e você está no ar.
Está com dificuldade em um game? Chame um amigo para te ajudar. Por meio do Gaikai, a Sony promete implementar um sistema de assistência ao vivo, onde jogadores convidados podem assumir o controle de sua partida e te auxiliar em um momento de tensão. Ou então, você pode simplesmente transmitir sua tela para aquele colega em específico, para mostrar a ele como se faz.
Interações mais simples também fazem parte do pacote. O Gaikai também vai permitir que você grave trechos específicos da jogatina ou crie screenshots em tempo real, compartilhando na PSN ou Facebook aquele bug engraçado ou seu recorde impressionante. E tudo, vale repetir, ao toque de um botão.
Segunda tela
Fonte da imagem: Reprodução/Sony
Quem acompanhou a E3 2013 viu que as experiências com uma tela secundária serão cada vez mais algo essencial nos títulos da atualidade. Com o Gaikai, a Sony promete dar ao PlayStation 4 uma experiência semelhante ao do Nintendo Wii U, trabalhando com o Vita para permitir que os jogadores curtam seus games da forma mais prazerosa possível.
Essa função, como vocês devem saber bem, já está presente desde o PSP. Agora, porém, ela será mandatória. Ou seja, todos os jogos do PlayStation 4 deverão, obrigatoriamente, apresentar a integração com o PlayStation Vita por meio do Gaikai. A exceção, é claro, são as propostas específicas para o Move, por exemplo.
É aquilo que já conhecemos. Você está jogando e sua mãe quer ver a novela? Basta transferir a jogatina para o portátil, mudar a TV do canal e continuar curtindo seu God of War enquanto os outros moradores da casa continuam ligadinhos nos desenrolares televisivos.
Agora, sem demora
Fonte da imagem: Reprodução/Sony
O processo de utilização de demos no PlayStation 3, hoje, é bastante semelhante ao do download de um game comum. No sentido que você precisa, efetivamente, baixar o conteúdo para que ele funcione no seu console, um processo que, para muitos, significa muito mais tempo de espera do que de jogatina. Uma combinação que, dependendo, pode ser extremamente frustrante.
O poder da nuvem quer fazer com que o processo de experimentar um game seja instantâneo. A ideia é que demos sejam jogadas diretamente pela internet, sem a necessidade de baixar e instalar conteúdos. A ideia, claro, esbarra nos problemas de internet citados no começo desse texto, mas ainda assim, é uma perspectiva bastante interessante.
Uma falha que, por outro lado, não vai afetar o sistema de utilizar games enquanto eles são baixados. Em uma dinâmica que já pôde ser experimentada por quem comprou a versão digital de The Last of Us, não será mais preciso esperar o fim de um processo de download para começar a jogar.
Um sistema de hierarquização garantirá que os arquivos essenciais para a jogatina sejam baixados primeiro. A velocidade da sua internet ainda será determinante de quão rápido você vai começar suas aventuras, mas esse tempo deve ser reduzido sensivelmente.
A nuvem também promete acabar com a parte mais chata dos consoles da atual geração: as atualizações mandatórias. A frustração de chegar em casa louco para jogar e ser obrigado a esperar minutos ou horas de download via acabar quando o PlayStation 4 baixar e instalar automaticamente os patches, sem a necessidade de interação humana.
Retrocompatibilidade para todos
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Como uma medida de redução de custos para um console que já tem preço abaixo da concorrência, a Sony decidiu excluir completamente a utilização de jogos antigos a nível de hardware. Isso, porém, não significa que os games clássicos deixarão de ser parte da biblioteca do PlayStation 4.
Mais uma vez usando o Gaikai, a ideia é aplicar softwares e emuladores que rodem perfeitamente os jogos antigos por meio da nuvem. A ideia é oferecer os jogos pouco a pouco até que toda a biblioteca dos antigos PlayStations estejam disponíveis para quem quiser, na hora em que quiserem.
Uma coisa, porém, não ficou muito clara aqui. Qual o sistema que a Sony vai usar? Teremos uma abordagem parecida com a atual, em que é possível baixar jogos clássicos diretamente para o sistema, ou um esquema semelhante ao das demos, em que a jogatina é permitida apenas pela internet?
Fonte da imagem: Reprodução/Sony
Uma declaração de Dave Perry, o fundador do Gaikai, dá uma dica do que pode acontecer. Segundo ele, a tecnologia está sendo estudada de forma que os jogos possam ser rodados em qualquer dispositivo compatível. Então, ou teremos smartphones, tablets e outros aparelhos com capacidades semelhantes às do PS3, ou estaremos presos à internet para usar esse recurso.
Possuem a resposta somente aqueles que trabalham na Sony ou contam com uma máquina do tempo na garagem de casa. Mas ela já tem data para chegar, pelo menos. Mesmo que nem todo o portfólio de novidades do Gaikai esteja disponível já no lançamento do PlayStation 4, boa parte delas poderão ser experimentadas já no final deste ano.
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