Star Fox: 20 anos de Barrel Rolls!

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Ao completar 20 anos de estrada, Star Fox certamente foi além de uma franquia de jogos, tornando-se uma verdadeira instituição cultural. Afinal, mesmo quem nunca olhou mais de perto para o drama intergaláctico envolvendo as ameaças ao sistema Lylat deve, em algum momento, ter entrado em contato com a imagem de uma raposa espacial ou com memes como “do a barrel roll!”.

Mas a despeito da notoriedade de Fox McCloud, Peppy Hare e Cia., fato é que Star Fox, por algum motivo, jamais foi uma marca tão explorada quanto outro ícones da Nintendo — Mario e The Legend of Zelda, por exemplo.

Fonte da imagem: Divulgação/Nintendo
Entretanto, desde que deu as caras originalmente no Super NES, a equipe de animais antropomórficos da Nintendo conseguiu assumir uma posição inarredável no imaginário da maior parte dos jogadores — novos ou da velha-guarda dos 16 bits.

Afinal, o surgimento de Star Fox não apenas dava origem a uma nova trama. Na verdade, ao lançar mão de uma tecnologia até então inédita em consoles caseiros, a Nintendo deu seu primeiro “barrel roll”, produzindo um game a um só tempo “cool” e inovador. Vale a pena olhar essa história mais de perto.

Os jogos que construíram um íconeProjetos ambiciosos, tecnologias inéditas (e algum reaproveitamento)

O conceito por trás da coisa toda não poderia ter surgido de outro lugar que não a cabeça sempre imaginativa de Shigeru Miyamoto. Ao entrar em contato com um santuário erigido a um deus-raposa — que era acessado por meio de diversos arcos —, Miyamoto teve o lampejo original. Posteriormente, a desenvolvedora Argonaut apareceria com a ideia: “E se fosse um jogo de tiro espacial?”. O resto, como dizem, é história.

  • Star Fox (Super Nintendo, 1993)

O game que daria nome à franquia e à equipe de animais antropomórficos liderada por Fox McCloud deu as caras para o Super NES em 1993. O resultado foi obtido por meio de uma colaboração entre a Nintendo EAD e a Argonaut Software, trazendo consigo uma verdadeira inovação para a época: o chip Super FX.

Trata-se do empurrão tecnológico que permitiu à Big N colocar belos polígonos virtuais (para a época, pelo menos) para rodar em um console originalmente projetado para rodar apenas gráficos bidimensionais.

Pelo lado do “cânone”, entretanto, trata-se do primeiro contato dos jogadores com a equipe de resistência do sistema Lylat — que se vê subitamente ameaçado pelo temível Andross... Que, na verdade, não ia muito além de um amontoado de polígonos acinzentados na época.

Afora sua aparição original, o primeiro Star Fox também deu as caras muitos anos depois, embora de forma indireta. Fox McCloud, Slippy toad, Peppy Hare e Falco Lombardi fazem uma ponta em WarioWare: Smooth Moves, com mini games concentrados apenas nas batalhas contra chefes.

  • Star Fox 64 (Nintendo 64, 1997)

Embora o primeiro Star Fox tenha aberto caminho, foi mesmo no Nintendo 64 que a equipe de Fox McCloud acabou por formar mais um clássico indiscutível da Nintendo. De fato, foi aqui que se consolidou o gameplay praticamente canonizado da série, juntamente com uma frase explorada à exaustão por inúmeros humoristas pretensiosos do YouTube: “Do a barrel roll!” — entusiasticamente disparada por Peppy Hare.

Diferente do que possa parecer, entretanto, Star Fox 64 não é uma continuação direta do primeiro título. Na verdade, por algum motivo desconhecido, a Nintendo resolveu utilizar o seu novo console (o Nintendo 64) para promover um reboot na série — acrescentando diversos elementos inéditos a uma história que, no geral, permaneceu inalterada.

Entre as novidades, havia um pacote vendido juntamente com o então inédito Rumble Pack — o pioneiro dos atuais sistemas de vibração/feedback, à época acondicionado na parte traseira do controle. Além disso, embora ainda se mantenha essencialmente com um “jogo de naves”, Star Fox 64 foi o primeiro a apresentar ação fora do cockpit — embora apenas para o modo multiplayer.

  • Star Fox Adventures (GameCube, 2002)

Na verdade, Star Fox Adventure não foi algo exatamente planejado. Pelo menos no que tange ao cronograma da Rare — que tinha sob a manga apenas um game sobre dinossauros, o qual deveria contemplar o final do ciclo do Nintendo 64. Entretanto, por ordem da Nintendo, a softhouse acabou cancelando o projeto para, posteriormente, transformá-lo em mais uma geração de Star Fox.

Uma geração um tanto atípica, vale dizer. Lançado para o GameCube em 2002, Star Fox Adventures foi o primeiro jogo da franquia a alterar o foco da ação, que passou dos cockpits das naves e dos retículos de mira para uma ação a pé — embora existam alguns interlúdios dentro das espaçonaves. Em termos de gameplay, pode-se dizer que Adventure se aproxima bastante da ação encontrada nos primeiro jogos tridimensionais de Legend of Zelda.

O game se passa oito anos depois dos acontecimentos de Star Fox 64 e traz consigo também novos integrantes para a resistência: Prince Tricky e Krystal (um merecido par romântico para o heroico Fox McCloud). O vilão principal? Um dinossauro chamado Sharp Claws — afinal, alguma coisa a Rare precisaria reaproveitar, certo?

  • Star Fox: Assault (GameCube, 2005)

Se originalmente Star Fox era “um jogo de espaçonaves”, passando então a “jogo de aventura”, pode-se dizer que Assault localiza-se em alguma porção intermediária do espectro. Trata-se aqui de uma encomenda da Nintendo à Namco, cujo objetivo seria o de dar continuidade à fase GameCube da série — passando-se um ano após os acontecimentos de Adventures.

  • Star Fox Command (Nintendo DS, 2006)

Star Fox Command representa a primeira aparição de Fox McCloud em um portátil. Trata-se também do primeiro game da série a incluir um modo multiplayer online. Com diálogos mantidos em um “blablablá” incompreensível e ação voltada para os tiroteios espaciais, Command realiza ainda uma bela homenagem ao primeiro game da série.

Mas o ar retrô fica por aí, é claro. Isso porque o game se serviu perfeitamente das funcionalidades características do Nintendo DS. Graças à tela sensível ao toque do sistema, por exemplo, tornou-se possível “desenhar” rotas de voo — incluindo uma dimensão estratégica até então sem precedentes. Ademais, cada personagem tem um estilo típico de pilotagem e ataque, com o icônico Fox McCloud aparecendo dentro de um remodelado Arwing II.

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A edição para o portátil da Nintendo também incluiria uma inovação associada à trama. Pela primeira vez, as suas decisões podiam ter impacto contundente no andamento e no desfecho da história (o game traz nove finais distintos) — embora nenhum acontecimento aí altere de forma significativa o andamento da franquia como um todo.

  • Star Fox 64 3D (3DS, 2011)

Com o seu novo portátil estereoscópico ainda fresco nas prateleiras, era mais do que natural que a Nintendo revisitasse suas franquias consagradas como forma de alavancar as vendas — modus operandi já tradicional da companhia. Dessa forma, Star Fox 64 apareceu trazendo o clássico do Nintendo 64, agora devidamente revigorado com elementos gráficos que “saltam da tela!”.

Jogos cancelados e spin-offsSequências abandonadas... E um presentinho para comedores de cereais matinaisMesmo que um bom número de games tenham carregado a bandeira Star Fox pelas prateleiras ao longo de 20 anos, fato é que muitas ideias acabaram abandonadas. Star Fox 2, por exemplo, previsto para dar sequência ao primeiro game no Super NES, acabou desmantelado — tendo, entretanto, grande parte dos seus “componentes” reaproveitados em Star Fox 64.

A Nintendo também chegou a planejar uma versão para o seu controverso Virtual Boy... Algo que não foi muito além de uma demonstração de tecnologia. O mesmo ocorreria ainda com uma versão para arcades, originalmente planejada para acompanhar o lançamento de Star Fox: Assault. O título deveria dar as caras entre 2004 e 2005, mas acabou misteriosamente abandonado.

Mas Star Fox ganhou também um simples porém respeitável “spin-off”. Em uma pareceria com a fabricante de cereais matinais Kelloggs’s, a Nintendo passou a enviar gratuitamente relógios com um mini game baseado na franquia a todos que adquirissem uma caixa de Corn Flakes e enviassem uma carta.

O futuro?Entre o mercado e a vontade de Shigeru MiyamotoVerdade seja dita: Star Fox não recebe um game realmente inédito desde 2006 — um hiato bastante considerável diante do peso da série. Quer dizer, mesmo com o belo remake produzido para o Nintendo 3DS (confira acima), fato é que boa parte dos fãs gostaria de ver a Big N finalmente virando a página da sua alegoria envolvendo animais espaciais.

Bem, embora não exista nada de realmente concreto, a possibilidade de um novo game parece estar sempre alguns passos a frente. Naturalmente, isso ganhou ainda mais corpo com o lançamento do Wii U, sobretudo quando se lembra que o produtor do game, Dylan Cuthbert, considerava o Wii mais como um “brinquedo” do que como um console — o que justificaria a inexistência de um Star Fox movido a Wii Remote.

Por fim, há ainda a resposta lacônica de Shigeru Miyamoto. Ao ouvir do site GamesTM que eles “adorariam ter um Star Fox para o Wii U”, Miyamoto respondeu: “Eu também”. Enfim, resta agora esperar por novos “barrel rolls!”.

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