Você também aprendeu inglês com os games?

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Grim Fandango: um dos poucos exemplos de jogos dublados dos anos 90. Fonte da imagem: Reprodução

Vamos combinar que hoje em dia não é nada incomum encontrar jogos com legendas em português brasileiro ou mesmo totalmente dublados para o nosso idioma. Menus, falas dos personagens, conversas paralelas à trama central... Em vários dos grandes lançamentos, como Battlefield 4, Beyond: Two Souls, GTA V, FIFA e Pro Evolution Soccer, só para ficar nos mais recentes, brasileiro nenhum passa aperto na hora de entender o que se passa no game.

O protagonismo alcançado pelo Brasil na última década, que se saiu relativamente bem em meio a uma crise econômica que assola a Europa e os Estados Unidos, deu ainda mais importância ao mercado brasileiro de games. Com isso, a indústria tem se mexido para ampliar a quantidade de jogos que chegam aqui legendados ou totalmente dublados em nosso português.

Mas nem sempre foi assim. Durante muito tempo — e isso provavelmente vai remeter à sua infância enquanto gamer —, nós nos batemos um bocado para compreender uma trama. No meu caso, jogos como Resident Evil 2, Driver e Sim City 2000 foram os que mais me impulsionaram a experimentar o idioma inglês além da sala de aula.

Em muitos jogos, especialmente os de aventura, entender o enredo, decifrar as falas dos personagens e tudo mais era essencial para saber o que fazer. Muita gente deve ter enfrentado dificuldades para enteder ao certo tudo o que precisava ser conhecido em Metal Gear Solid, Silent Hill, Siphon Filter e outros games com histórias mais densas.

Então, o que eu aprendia na escola acabava sendo ampliado em casa na hora da jogatina, que a partir dos meus 11 ou 12 anos ganhou o reforço de um minidicionário inglês-português. Ele sempre me salvava na hora de saber qual a melhor decisão tomar dentro do game ou mesmo apenas para saber o que estava se passando.

O pessoal do BJ também contou um pouco sobre o quanto a jogatina na infância e na adolescência contribuiu para o aprendizado de outra língua.

Felipe Gugelmin - Redator

Não diria que os games foram os únicos responsáveis por eu ter aprendido inglês, mas com certeza eles desempenharam um papel fundamental nisso. Afinal, em uma época em que quase não havia traduções oficiais para o português (especialmente no mundo dos consoles), a única maneira de uma criança com seus 12 anos entender Final Fantasy VII era saber o mínimo do idioma bretão.

Diria que, não fosse meu interesse por jogos eletrônicos, músicas e filmes estrangeiros, dificilmente teria me esforçado tanto para aprender inglês. Apesar de até hoje ter alguma dificuldade para falar a língua (muito por falta de prática), acredito que, não fossem esses elementos, não teria o nível de domínio que apresento atualmente.

Eduardo Karasinski - Editor de vídeos

Comecei a jogar bastante cedo no computador, mas naquela época os games não eram tão complexos assim quando se fala em diálogos. Foi só algum tempo depois, quando eu estava com nove anos e Final Fantasy VII foi lançado (em 1997), que eu me dispus a exercitar o novo idioma. O fato é que RPGs apresentam muitos diálogos, e você precisa entendê-los para conseguir prosseguir.

Tendo isso em mente — e munido de um dicionário Inglês-Português —, eu comecei a traduzir e perceber os padrões da língua. Posso afirmar com segurança que devo bastante do meu conhecimento da língua inglesa a vários jogos — mas o título de Cloud Strife tem um lugar especial nessa lista.

Igor Pankiewicz - Coordenador de conteúdo

Quando era criança, vivia irritado ouvindo meu tio e minha irmã conversando em inglês quando eu passava por perto com o video game na mão. Podia até nem ser, mas sempre imaginei que estavam tirando sarro de mim de uma forma que eu não pudesse entender.

Foi aí que Final Fantasy VII apareceu na minha vida. Fiquei tão intrigado com a narrativa e com a traição de Sephiroth que me empolguei: fui pra frente da tela com um dicionário em mãos e comecei a traduzir tudo por conta. Não demorou muito até que as coisas fizessem sentido e eu me animasse com o idioma.

Demorou até eu entender sobre o que meu tio e minha irmã conversavam, mas, se hoje entendo, certamente é porque o video game ajudou MUITO no aprendizado.

Leonardo Rocha - Redator

A primeira lembrança que tenho da relação entre os video games e o inglês na minha vida é das tardes de 1997 quando ficava jogando 007 Goldeneye no meu Nintendo 64 com um dicionário do lado para conseguir traduzir os objetivos das fases. The Legend of Zelda: Ocarina of Time também ajudou, me permitindo descobrir o significado de ainda mais palavras.

Mas a maior influência dos jogos no meu conhecimento atual de inglês vem de quando concluí Banjo-Kazooie pegando todas as peças de quebra-cabeça, feito que desbloqueou uma cena secreta pós-créditos. No entanto, não era possível pausar o texto, que passava muito rápido e não deixava tempo para consultar o dicionário. A frustração de não conseguir entender quais segredos estavam sendo revelados foi a minha maior motivação para aprender o idioma.

Douglas Vieira - Redator

Não posso falar que aprendi 100% de inglês com jogos, mas eles foram os responsáveis por me ensinar a ler no idioma. Evidentemente, só consegui fazer isso com paciência e recorrendo a um dicionário para verificar o significado das palavras que não conhecia (e na época eram muitas).

Essa base foi construída ao longo de alguns anos com a ajuda dos RPGs, mas dois jogos marcaram esse aprendizado: Little Nemo: The Dream Master (que não tinha diálogos muito complicados) e Chrono Trigger (nesse caso, fiz questão de ler e entender totalmente a história).

Ian Castelli - Redator

Posso dizer com toda certeza que eu aprendi inglês em muitos jogos, especialmente com os títulos de RPG. Com histórias tão fantásticas (e menus repletos de itens específicos), eu precisava saber o que os personagens realmente diziam para entrar na história e poder realizar os objetivos sem grandes dificuldades.

Desde pequeno, sempre joguei títulos em inglês e aprendi muito com isso. Nunca fiz um curso, porém posso dizer que os jogos foram meus melhores professores (claro, com um bom dicionário ao lado). Hoje, fico feliz quando vejo tantos jogos lançados em português. Por outro lado, espero que muitas pessoas ainda possam aprender inglês com os games que não são totalmente traduzidos.

Bruno Micali - Redator

Apesar de mexer com inglês diariamente e ter passado por vários estudos (inclusive acadêmicos) em cima do idioma, os games certamente representam o alicerce do meu aprendizado em torno das nuances dessa língua. Lembro que, ao jogar SNES quando pequeno, lia tudo mesmo sem entender e ficava com um dicionário bilíngue ao meu lado.

Costumava procurar qualquer palavra cujo significado em português eu desconhecia. Então, com essa "insistência" na leitura mesmo sem entender 100% daquilo que estava à minha frente, pouco a pouco fui internalizando o inglês para que, num momento futuro, o aprendizado "oficial" (escolas, estudos) fosse natural. Portanto, posso seguramente dizer que aprendi inglês com games, sim!

Fábio Jordão - Redator

Aprendemos muita coisa na escola, mas demoramos a entender a aplicação dos ensinamentos. Comigo aconteceu isso no caso do inglês. Na época do Mega Drive e do Super Nintendo, não me vi obrigado a aproveitar os poucos verbos e substantivos que me foram introduzidos.

Os joguinhos eram simples, com histórias que eram passadas facilmente através de animações. Bastava usar a intuição para começar a jogar e testar os botões para entender como tudo funcionava. Era possível até encarar jogos em japonês no esquema de tentativa e erro.

Todavia, quando ganhei meu PlayStation, acabei precisando mergulhar no idioma para poder entender a história e as funcionalidades de alguns jogos. Foi isso que acontece quando entrei em Silent Hill e no universo de Parasite Eve. Esses dois jogos são densos e possuem histórias recheadas de detalhes.

Por conta de uma série de palavras desconhecidas, acabei me obrigando a usar um dicionário em boa parte das aventuras para compreender o enredo. Depois, passei a estudar mais e a aproveitar o idioma em games e filmes. Hoje, ainda necessito de um Oxford (inglês para inglês) em alguns casos, mas isso é normal — usamos dicionários mesmo dominando o português.

Maximilian Rox - Redator

Não acho que os games me ensinaram o inglês como professores particulares rodando em CDs e cartuchos, mas com certeza eles foram a minha maior motivação para estudar a língua. Para entender algumas das histórias que eu jogava, o dicionário sempre estava ao lado - pronto para procurar algum termo que eu não conhecia de jogos como Chrono Cross ou Final Fantasy IX.

Não aprendi por osmose vendo palavras e frases na tela, tive que buscar o significado delas e porque elas estavam naquele contexto. Nada melhor que fazer isso enquanto se diverte.

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E aí, você também aprendeu inglês com os games? Não deixe de dividir sua experiência com todos nos comentários.

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