Unity cobrará devs de jogos por cada instalação; entenda

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Imagem: Unity

A Unity anunciou novas taxas para usar o motor gráfico atrelado à quantidade de instalações e atiçou a ira de desenvolvedores. Na terça-feira (12), a empresa afirmou que cobrará uma comissão para cada vez que um jogo for instalado a partir de 2024.

Anteriormente, as instalações de um jogo com Unity não custavam nada. No novo plano da plataforma, desenvolvedores com acesso gratuito à engine teriam que desembolsar US$ 0,20 (R$ 1, em conversão direta) cada vez que um usuário instalasse o game, mesmo se já tivesse baixado antes, assim que o título alcançasse 200 mil instalações e US$ 200 mil em receita.

No caso de assinantes do Unity Pro, o teto das instalações gratuitas seria maior e a comissão por download seria reduzida.

Contudo, da forma em que foi anunciada, a medida poderia afetar significativamente os ganhos de desenvolvedores e distribuidoras, principalmente aqueles com acordos em serviços como Xbox Game Pass. A maior preocupação era de que as comissões poderiam gerar gastos até maiores do que os lucros com o título.

Revolta de desenvolvedores

Naturalmente, a comunidade não ficou nada satisfeita com o anúncio e reclamou da mudança no X (antigo Twitter). A desenvolvedora de Among Us, por exemplo, disse que a medida poderia atrasar o lançamento de novos conteúdos e recursos para os jogadores.

O desenvolvedor de Cult of the Lamb, também desenvolvido com base na Unity, ameaçou apagar o jogo em 1° de janeiro se a plataforma não rever as comissões.

Vários outros desenvolvedores brincaram com a situação, alguns dizendo que migrariam para a Unreal Engine, engine da Epic Games, assim que possível.

Unity reviu a medida (em partes)

Diante das críticas, a Unity reviu parte da decisão: a plataforma ainda pretende cobrar uma comissão, mas apenas por instalação única do game. Portanto, se um usuário desinstalar e instalar um jogo de novo, o ato não geraria uma cobrança para o desenvolvedor.

Contudo, se a instalação acontecer em plataformas diferentes — uma no Xbox e outra no PlayStation, por exemplo —, o desenvolvedor seria cobrado duas vezes, mesmo se o ato acontecer por um único usuário.

CEO da Unity já quis cobrar US$ 1 por tiro

O atual CEO da Unity, John Riccitiello, já foi responsável ideias controversas no mundo dos games. Em 2011, enquanto ocupava a cadeira de CEO da Electronic Arts (EA), o executivo sugeriu cobrar jogadores para recarregar armas em jogos de tiro durante uma reunião com investidores.

John Riccitiello, CEO da Unity e ex-CEO da EA Games, por desempenho aquém do esperado.John Riccitiello, CEO da Unity e ex-CEO da EA Games, por desempenho aquém do esperado.Fonte:  The Information 

A fala foi divulgada no YouTube e poderia afetar franquias famosas, como Battlefield. “Quando você joga Battlefield por seis horas e fica sem munição em seu pente e pedimos um dólar para recarregar, você realmente não é tão sensível ao preço naquele momento”, teria dito Riccitiello no vídeo.

Ele deixou o cargo de diretor-executivo da EA em março de 2013 devido ao mau desempenho financeiro da empresa naquele trimestre. Ele se tornou CEO da Unity em 2014.

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