Sim, o Game Boy já foi um controlador de máquinas de costura!

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Imagem: Repositório de imagens NZN

Sucesso de vendas da Nintendo, com mais de 118 milhões de unidades comercializadas globalmente, o Game Boy tinha uma série de acessórios curiosos, como a câmera para tirar fotos e um sonar para auxiliar pescadores. Mas um dos dispositivos mais diferentes que podiam ser acoplados a ele provavelmente era uma máquina de costura.

Pode parecer brincadeira, mas o clássico portátil da Nintendo também podia ser usado para costurar, facilitando o trabalho das pessoas que atuam na área. A inusitada parceria surgiu a partir da ideia das fabricantes de máquinas que tentavam atrair os jovens, em um momento no qual eles não tinham muito interesse em costurar.

Tudo começou com o Game Boy Color, lançado pela marca japonesa em outubro de 1998, trazendo tela colorida e um software mais sofisticado do que o adotado no modelo original, que estreou no final dos anos 1980. Além disso, tratava-se de um dispositivo compacto e de boa adaptabilidade.

O Game Boy era usado para controlar a máquina e personalizar as costuras.O Game Boy era usado para controlar a máquina e personalizar as costuras.Fonte: Getty Images

Era a combinação perfeita que as marcas de máquinas de costura tanto procuravam, lembrando que, na época, a tecnologia digital não era tão avançada nem disponível como atualmente. Dessa forma, elas decidiram inovar, utilizando o pequeno console para controlar seus aparelhos.

Modelos lançados no Japão

A estreia do Game Boy Color como cérebro de máquina de costura aconteceu no ano 2000. A Jaguar International, sediada no Japão, foi a primeira parceira da Nintendo no segmento, lançando o modelo Jaguar Nu-Yell (JN-100), que se conectava ao portátil por meio do cabo Game Link, o mesmo utilizado para plugar dois consoles durante a jogatina.

Com a conexão, o videogame se tornava a tela de controle da máquina. Em vez de utilizados para jogar, o direcional e os botões serviam para escolher determinados pontos, bordados e padrões como formas e letras, conceito que tinha o objetivo de tornar a costura mais acessível, divertida e atraente para o público jovem — veja o modelo em funcionamento no vídeo abaixo:

Um software especial criado pela desenvolvedora Natsume, que vinha em um cartucho para ser acoplado ao portátil, fazia a interação entre os dois aparelhos, trazendo as diferentes opções de personalização para as roupas. Outro detalhe é que a máquina e o Game Boy eram vendidos separadamente — a fabricante se baseou na ideia de que a maior parte das famílias japonesas possuíam o videogame.

Mais tarde, a empresa resolveu lançar um segundo modelo, batizado de Nuotto e também conhecido como JN-2000. Esta variante tinha algumas diferenças em relação ao modelo original, trazendo, por exemplo, um braço de bordado e cartuchos para costuras personalizadas com imagens do Super Mario, letras e outros tipos de desenhos.

A versão americana feita pela Singer

A máquina de costura com Game Boy acoplado também foi lançada nos Estados Unidos, pouco tempo depois de estrear no mercado japonês. Por lá, a adaptação ficou a cargo da Singer, que passava por uma grave crise financeira,naquele momento e viu no conceito uma alternativa interessante para alavancar as vendas e ajudar na sua recuperação.

No mercado americano, a JN-100 foi rebatizada de Izek 1500, opção que surgiu a partir de uma brincadeira com o nome do fundador da gigante do setor, Isaac Singer. A versão tinha, basicamente, os mesmos recursos encontrados no modelo vendido no Japão, possibilitando controlar a máquina a partir do D-Pad e dos botões do portátil.

A fabricante desenvolveu uma campanha de marketing grandiosa ao longo de 2001 para divulgar a Singer Izek 1500, apresentando o aparelho em vários estados, passando por oficinas de costura e organizando acampamentos de verão. Na ocasião, ela era vendida por US$ 799, o equivalente a R$ 4,1 mil pela cotação de hoje.

O aparelho fez sucesso entre os mais jovens, principalmente, chegando até a gerar fila de espera para comprá-lo, em alguns momentos. No entanto, a falta de interesse entre os costureiros mais experientes e não muito envolvidos com a tecnologia fez as vendas despencarem, posteriormente levando à descontinuação da máquina de costura operada pelo Game Boy Color.

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