DDR4 vs DDR5: veja as diferenças dos tipos de memória RAM

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Imagem: Kingston

Com a chegada dos processadores Ryzen 7000, a AMD aderiu definitivamente às memórias DDR5. Diferente dos CPUs Intel Core de 12ª e 13ª gerações, compatíveis com memórias DDR4, o novo chipset Zen4 AMD traz suporte, exclusivamente, ao novo padrão.

A medida não surpreende, mas deixa dúvidas para quem estava esperando os novos Ryzen para montar um setup do zero. Memórias estão entre as peças mais caras de PCs, mas a diferença de preço, por enquanto, chega a ser mais que o dobro entre kits similares DDR4 e DDR5.




Pensando nisso, preparamos um comparativo entre os dois formatos, apresentando os prós, contras, e se já vale a pena migrar para DDR5 ou se ainda é possível ter uma boa experiência com o padrão antigo.

Principais diferenças entre DDR4 e DDR5

Como já era de se esperar, a velocidade é o primeiro valor observado nas comparações entre os dois padrões de memória. Enquanto os kits DDR4 mais rápidos chegam a 4800 MT/s, essa velocidade de transferência é a mais baixa encontrada em modelos DDR5.

Escalabilidade

Vale lembrar que a taxa de transferência de memórias é escalonável em relação à frequência de operação. A maioria das memórias DDR4 encontradas no mercado operam, sem overclock, entre 800 MHz (1600 MT/z) e 1,6 GHz (3200 MT/s), e os poucos kits de 2,4 GHz, quando não estão esgotados, são extremamente caros.

Memórias DDR5 oferecem maior potencial de escalabilidade de frequências e capacidadeMemórias DDR5 oferecem maior potencial de escalabilidade de frequências e capacidadeFonte:  Twitter via @aschilling 


No caso do novo padrão, essas frequências podem ser de até 4,2 GHz, impressionantes 8.400 MT/s, com a maioria dos modelos sendo os DDR5-5200 e DDR5-5600, de 2,6 GHz e 2,8 GHz respectivamente. Isso garante que mesmo os conjuntos de entrada são, pelo 1,5x mais rápidos que as memórias DDR4 mais poderosas sem overclock.

Eficiência energética

Outra diferença essencial, que influencia bastante nos preços, é que o controlador de voltagem do novo padrão é soldado nos pentes de memória. Ao eliminar o controlador das placas-mãe, é possível garantir uma alimentação mais estável e eficiente aos módulos de memória, além de reduzir a tensão mínima de operação de 1,2V para 1,1V.

Memórias DDR5 trazem controlador de tensão embarcado, eliminando controladores de placas-mãe e garantindo maior eficiência energética.Memórias DDR5 trazem controlador de tensão embarcado, eliminando controladores de placas-mãe e garantindo maior eficiência energética.Fonte:  Kingston 


Por mais que a redução de 0,1 V pareça pequena, essa diferença garante temperaturas de operação mais baixas e amplia a margem de escalabilidade das frequências. Tanto por isso, velocidades de até 8,4 GT/s são possíveis sem a necessidade de configurações extremas de overclock.

Arquitetura e banda de canais

Ao todo, as memórias DDR5 trazem uma banda de 80-bits, 8 deles por canal sendo dedicados exclusivamente ao circuito ECC (error correction code). Ele é responsável por identificar e contornar eventuais erros de alocação, reduzindo o índice de falhas de memória.

Memórias DDR5 trazem dois canais por módulo, ampliando o volume de instruções armazenados por ciclo.Memórias DDR5 trazem dois canais por módulo, ampliando o volume de instruções armazenados por ciclo.Fonte:  Rambus 


Uma das vantagens de operar em dual channel é que isso aumenta a velocidade de acesso do processador aos módulos de memória. Dessa forma, o volume de instruções alocadas simultaneamente é maior. Em memórias DDR4, cada módulo conta com um canal de 72-bits (64 + 8 do ECC), ao passo que no novo padrão, essa banda foi divida em dois canais de 32-bits por módulo.

Essencialmente, a banda disponível para alocação de instruções ainda é a mesma, mas a separação em sub-canais por módulo, apesar de  ainda não configurar operação em quad channel, já é um avanço considerável.

Maior densidade de memória

Talvez a maior vantagem do das memórias DDR5 é o incremento da densidade possível de memória por die. Até então, cada die comportava até 16 GB, resultando em módulos de, no máximo, 64 GB. A nova arquitetura, por sua vez, permite que cada die disponha de até 64 GB, resultando em módulos ainda maiores.

Para o usuário doméstico médio, essa novidade não deve fazer muita diferença tão cedo. Setups com 64 GB de RAM no total já ficam muito longe de encontrar gargalos, mesmo em atividades muito exigentes —  como abrir 10 abas do navegador.


Por outro lado, pensando no segmento móvel, essa diferença tem potencial para entregar laptops e mini PCs com mais memória,  sem comprometer o projeto térmico e tamanho das PCBs.

Vale a pena migrar para DDR5?

Como tudo relacionado à tecnologia, depende. O primeiro ponto importante a considerar é o contexto de cada usuário. Adotar o padrão DDR5 hoje traz algumas implicações e a principal delas é o valor total do investimento.



Os conjuntos de processadores e placas-mãe da nova geração estão com preços que regulam até certo ponto, especialmente nos segmentos intermediários. Sendo assim, para usuários que pretendem montar uma máquina nova, o mais recomendado é já adotar o novo formato, mesmo que utilizando kits de entrada.

Modelos DDR5-4800 de 32GB podem ser encontrado pelo mesmo preço, ou com pouca diferença, de memórias DDR4-3600 também de 32GB. Ainda que essa opção abra margem para tornar o conjunto de memória obsoleto a longo prazo, o restante do setup já será compatível com versões mais modernas, reduzindo o custo potencial no futuro.

Diferença de preço entre memórias DDR4 e DDR5 já começou a cair.Diferença de preço entre memórias DDR4 e DDR5 já começou a cair.Fonte:  Kabum 


Indo ainda além, nesses caso talvez seja ainda mais interessante optar por sistemas AMD, não pelo desempenho dos Ryzen 7000, mas pela longevidade do novo chipset Zen4. A Intel tem um histórico de atualizar sockets em ciclos mais curtos que a AMD, e o LGA 1700 já está em seu segundo ano, ao passo que o AM5 acabou de ser lançado.

Além disso, as novas gerações da Intel são consideradas de transição, mas as placas-mãe DDR4 e DDR5 são distintas devido à arquitetura das novas memórias. Tanto por isso não será possível uma atualização apenas das memórias no futuro.



Ser um early adopter  sempre irá implicar em gastos iniciais elevados. Todavia, considerando que a tendência dos novos componentes é ficarem mais caros, aderir o novo padrão agora pode reduzir a necessidade de upgrades por alguns anos, pelo menos.


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