Nintendo teria forçado demissão após pergunta sobre sindicalização

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Imagem: wellesenterprises/Getty Images

Mackenzie Clifton é um testador de games que disse ter sido demitido em função de uma pergunta sobre sindicalização que ele fez a Doug Bowser, presidente da Nintendo of America. Ele trabalhava em uma terceirizada da empresa japonesa e deixou o cargo em fevereiro de 2022.

“Espero que compartilhar essa história possa fazer com que mais e mais pessoas pensem sobre como a indústria de jogos funciona e como essas empresas, que todos conhecem e amam como provedores de entretenimento e diversão, são muito mais do que isso”, afirmou Clifton ao site Axios.

Ele contou que fez o questionamento durante uma sessão de perguntas e respostas que contava com a presença de Bowser. Na oportunidade, ele perguntou o que a Nintendo of America pensava “sobre a tendência de sindicalização no controle de qualidade na indústria de jogos”.

Nintendo

A pergunta não foi respondida e mais tarde, no mesmo dia, um representante da Aston Carter – terceirizada que contratou Clifton e atendia a Nintendo – ligou para ele. O ex-funcionário disse que ouviu do consultor que o questionamento feito por ele era “ruim” e que qualquer fala daquele tipo deveria ser feita para a própria terceirizada e não diretamente para a Nintendo.

Clifton foi demitido menos de um mês após a ligação. Ele trabalhava com a Big N desde 2018 e disse que gostava da função que exercia. “As coisas eram realmente muito boas inicialmente”, pontuou. O testador chegou a trabalhar durante quase dois anos em títulos como Super Smash Bros. Ultimate, mas não foi creditado inicialmente. Depois de reclamar sobre isso, os créditos do game foram atualizados com o nome dele e de outros testadores.

“Se todo esse trabalho que fiz durante todos esses anos não significava nada para essas pessoas, que elas não podiam nem modificar um documento de texto, por que se incomodar?” reclamou.

Depois da demissão, Clifton ainda apresentou uma queixa trabalhista contra a Nintendo no Conselho Nacional de Relações Trabalhistas (NLRB, em inglês, agência norte-americana que fiscaliza práticas contra trabalhadores). A defesa do ex-funcionário alega que a companhia de games descumpriu o direito de que todos os funcionários têm de falar sobre sindicalização sem medo de retaliação.

O que diz a Nintendo

A Big N negou que a demissão de Clifton esteja relacionada com o questionamento sobre sindicalização. A companhia afirmou que ele foi dispensado por “divulgar publicamente informações confidenciais”.

A marca de games não entrou em detalhes sobre quais informações supostamente confidenciais foram reveladas, mas Clifton suspeita que a Nintendo pressionou os supervisores da Aston Carter a dizer que a violação veio em um tweet feito por ele em 16 de fevereiro.

Nintendo

A publicação dizia “na build de hoje, alguém em algum lugar deve ter excluído todas as outras texturas do jogo porque tudo agora está vermelho. Tipo, vermelho puro. É muito idiota”.

O ex-funcionário alegou que o tweet é vago e não justificaria uma demissão. Nintendo e Aston Carter não responderam aos pedidos de comentários sobre a conta do testador no Twitter e a NLRB não comentou sobre o status do processo.

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Fontes

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