Cowabunga!: Tartarugas Ninja não é só nostalgia, é muita qualidade

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Ah a nostalgia, nada como aquele sentimento gostoso e tão reconfortante que te traz um quentinho no coração só de invadir a sua mente. A nostalgia pode ser sentida em diversos momentos: quando assistimos a algum programa de quando éramos crianças, ao rever velhos amigos, ao lembrarmos da nossa avó, mãe, pai ou qualquer familiar querido fazendo aquela sua comida favorita aos domingos.

No nosso caso específico, como jogadores de videogame, também se aplica a quando jogamos aquele jogo que te faz relembrar algo bom do passado e garanto a vocês que jogar o novo game das Tartarugas Ninja é um abraço dos tempos mais simples mesclado com uma pitada de novidade. Esses dois ingredientes deixaram o sabor na medida certa para quem amava jogar beat’em ups em arcades, Super Nintendos e Mega Drives nos anos 90.

Agora, chega de apelar para a nostalgia vamos para a nossa análise de Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge:

Santa Tartaruga!

A primeira coisa que devemos saber sobre o jogo é que ele apresenta um gameplay moderno, mas com raízes nas mecânicas clássicas dos Beat’em ups, aquela que é fácil de aprender mas difícil de dominar. 

O game foi desenvolvido pela Tribute Games, uma das responsáveis por Scott Pilgrim Vs. The World, e publicado pela Dotemu que nos trouxe Street of Rage 4, entretanto, diferente do que foi feito com esse outro clássico, Tartarugas Ninja manteve aquela pegada de pixel art, obviamente que de maneira atualizada, mas sem perder o toque retrô extremamente colorido da época de ouro dos fliperamas.

É claro que não foi só isso que o jogo trouxe, existe toda uma nova interface que nos permite acompanhar de forma mais intuitiva tudo o que o game tem a oferecer, desde tutoriais para sabermos utilizar os combos até lista de achievements. Tudo em português-brasileiro, facilitando assim a vida de quem não manja muito de inglês.

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Shredder’s Revenge é totalmente baseado nos jogos anteriores dos heróis cascudos, como Turtles in time. Nele vamos encontrar os personagens mais conhecidos da série das Tartarugas Ninja, como Beebop, Rocksteady, Destruidor e vários outros, mas não é só do passado que o jogo é feito.

O gameplay como um todo passou por uma boa modernização cada personagem escolhido pelo jogador conta com suas próprias habilidades, movimentos e status. Por exemplo, Michelangelo se movimenta mais rápido do que o Rafael, que por sua vez consegue dar mais dano em seus inimigos, mas não tem tanto alcance quanto Donatello. Traduzindo, cada personagem tem diferenças entre si. Bem mais perceptíveis do que na época dos videogames dos anos 90, não é só a cor das faixas que diferencia os irmãos.

Para uma diversidade maior entre os personagens de uma forma mais óbvia foram adicionados movimentos únicos para cada um. Ao completar uma barra azul, que fica logo acima da barra de HP na parte superior da tela, é possível usar um dos golpes especiais únicos do personagem.

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Além disso, para dar uma sensação de evolução maior ao jogador e também aumentar o tempo de vida do jogo, cada personagem tem seu próprio nível, quanto maior o nível de um herói mais habilidades especiais, resistência a dano ou vidas extras. Por isso, ao terminar um jogo com Leonardo por exemplo, dá uma jogadinha com o Mestre Splinter para aumentar o nível dele também e assim sucessivamente com todos os bonecos.

E para aumentar ainda mais esse fator replay, existem missões especiais que devem ser cumpridas em cada fase para que alcance aquele famoso 100%, além de itens secretos que precisam ser encontrados e devolvidos aos respectivos donos, como os diários da Irma ou os jornais do Burne.

Essas novidades aumentam o fator replay com certeza, mas sabe o que é melhor do que isso? Jogar de galera. Shredder’s Revenge pode ser jogado em até seis jogadores simultaneamente , a tela fica uma bagunça, mas é um caos bem divertido.

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Falando de performance e gráficos

Joguei Tartarugas Ninja: Shredder’s Revenge no PC, tenho uma máquina bem robusta, sendo que é um I7 de nona geração com uma placa de vídeo 2080 TI, e 16 GB de RAM. Não tive nenhum problema de performance jogando nas configurações máximas e também acho difícil máquinas menos poderosas terem problemas.

O game é leve sem deixar de ser bonito, mas uma coisa é extremamente recomendada: use um controle. Até tentei jogar as primeiras fases com teclado, só pra me torturar e realmente foi uma tortura, eu nem sei o que eu esperava.

Como eu disse no início desta análise, o game é extremamente colorido e com estilo pixel art sensacional. Sei que bastante gente torceu o nariz quando viu que os gráficos não eram como os de Streets of Rage 4, mas no quesito beleza, não fica atrás.

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As animações são muito fluidas, cada sprite parece se ligar perfeitamente ao anterior dando uma suavidade sensacional aos golpes, cambalhotas e outros movimentos de cada personagem. Mesmo quando escolhemos os irmãos tartarugas, que são bem parecidos entre si, existem trejeitos diferentes na forma como tomam um ataque ou como se levantam e esses detalhes são incríveis.

O maior defeito do jogo são as cutscenes e como a história do game é contada. Claro que o estilo remete aos jogos clássicos de Beat’em Up, aquele jeitão só com conversas legendadas e uma fotinha na parte de baixo da tela. Contudo, seria legal uma modernizada nessa parte também, adicionar cutscenes mais interessantes que realmente chamassem mais a atenção para a narrativa que ficou muito em segundo plano aqui.

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Eu sei que o foco é na gameplay, que está extremamente divertida com ótimas fases, boas lutas contra chefes e dificuldade adaptável para qualquer jogador, mas que a história por trás poderia ser melhor contada, isso poderia.

Além do modo história o game também conta com um modo Arcade, que nada mais é do que aquele estilo clássico dos fliperamas, você conta com vidas limitadas e se acabar todas, é game over. Ou seja, passa a ficha para o próximo da fila, pois sua vez acabou.

Vale a pena?

Não é de hoje que o trabalho da Dotemu em publicar bons jogos Beat’em Up deve ser exaltado. Streets of Rage 4 é um dos games do estilo que mais joguei em muito tempo. Além disso, o time da Tribute Games que desenvolveu o jogo é composto por uma galera que ajudou estava na criação do game do Scott Pilgrim, então know how já sabíamos que existia e o resultado na minha humilde opinião foi ótimo.

O modo como a história é apresentada é o ponto mais fraco, como eu disse, entendo que esse era o estilo dos jogos desse gênero na época, mas tantas coisas foram modernizadas, essa também poderia ter sido uma: tornar a narrativa um pouco mais chamativa, talvez com animações como as da abertura do jogo, só para dar aquela enchida nos olhos.

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Apesar desse pequeno ponto fraco, temos que exaltar os outros pontos tão bem trabalhados: gráficos, estilo de arte, modernização das interfaces, sistema de evolução de cada personagem, diversão. Enfim, existem muitas muitas coisas boas que não devem ser obscurecidas por uma ruim.

O game, como vocês devem imaginar, não é muito longo. Levei pouco mais de 3 horas para zerar a campanha com um personagem, mas continuei com vontade de jogar mais para explorar os outros heróis, fazer os desafios das fases e pegar todos os colecionáveis, então o fator replay é bem válido.  Concluindo, posso dizer que Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge não é só a nostalgia falando alto, é qualidade!

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