Streamers do mundo todo fazem boicote à Twitch nesta quarta (01)

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Imagem: salarko/Shutterstock

Vários streamers espalhados pelo mundo estão realizando um grande boicote à Twitch e não farão lives durante esta quarta-feira (1º). Os produtores de conteúdo paralisaram o trabalho para chamar a atenção da plataforma aos discursos de ódio e assédio que têm se espalhado no ambiente virtual.

O movimento, que foi transformado nas redes sociais na hashtag #ADayOffTwitch, foi idealizado por ShineyPen, Lucia Everblack e RekItRaven. Os organizadores do movimento disseram que apesar de os ataques não serem novos, eles explodiram nas últimas semanas.

Falando ao The Verge, eles contaram que os chats de vários streamers explodiram com mensagens racistas, sexistas e transfóbicas que eram enviadas inclusive por bots. Depois dessas ações, eles criaram a hashtag #TwitchDoBetter, que até chamou a atenção da plataforma da Amazon, mas não foi o suficiente.

“Um dia fora (da Twitch) é principalmente sobre nos unirmos em solidariedade. O único dia fora é um passo dos muitos passos que temos que dar para a mudança”, disse ShineyPen, um streamer filipino trans.

RekItRaven afirmou que a paralisação funcionará mais como um ato de apoio a produtores de conteúdo marginalizados do que uma ação para impactar resultados financeiros da Twitch.

Streamers contrários

Apesar de o #ADayOffTwitch ter tido bastante adesão, chegando a figurar nas primeiras colocações nos Trendings Topics do Twitter hoje, alguns streamers não aderiram à paralisação.

Entre eles está Asmongold, que faz lives de gameplay e tem mais de 2,4 milhões de seguidores na Twitch. “Ninguém se importa se você tira o dia de folga. Ninguém sabe quem você é”, chegou a dizer. Mesmo com o posicionamento forte, ele disse que até poderia aderir ao “blackout” caso outros grandes streamers aderissem também.

Segundo o The Verge, outros produtores de conteúdo são contrários ao movimento por razões mais “filosóficas”. Segundo eles, os responsáveis pelos ataques de ódio estão atuando justamente para retirar os alvos do ódio gratuito da plataforma, ou seja, os streamers deixando de fazer live seria justamente o que os trolls gostariam que acontecesse.

Para esses streamers, continuar realizando lives e falar publicamente sobre o abuso seria uma forma melhor de lidar com o problema.

Movimento no Brasil

Antes mesmo da paralisação dos streamers mundo afora, produtores de conteúdo brasileiros já haviam realizado uma espécie de “greve”. Em 23 de agosto, dezenas de brasileiros não abriram lives em protesto à diminuição dos valores das inscrições na plataforma.

Além do Apagão da Twitch, responsável pela greve, um grupo chamado “União dos Streamers” já havia se reunido para reclamar das condições do site.

Resposta da Twitch

“Apoiamos os direitos de nossos streamers de se expressar e chamar a atenção para questões importantes em nosso serviço. Ninguém deve ter que experimentar ataques maliciosos e odiosos com base em quem é ou o que representa e estamos trabalhando duro para melhorar a detecção de evasão de banimento no nível do canal e melhorias adicionais na conta para ajudar a tornar a Twitch um lugar mais seguro para os criadores”, disse um porta-voz da Twitch em resposta ao #ADayOffTwitch.

“Apoiamos os direitos de nossos streamers de se expressarem e chamarem a atenção para questões importantes em nosso serviço. Estamos ouvindo este feedback e continuaremos a trabalhar para fazer da Twitch o melhor serviço para os criadores de conteúdo criarem e promoverem suas comunidades”, disse a empresa recentemente sobre as reclamações dos brasileiros.

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