PES 2021 mantém sua ótima jogabilidade, mas traz poucas novidades

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Imagem: Konami

Há um debate recorrente entre os fãs de jogos de esporte sobre a legitimidade de lançar ou não novos capítulos anuais em franquias como PES, FIFA, Madden, NBA 2k e companhia, e a conversa deve se acentuar ainda mais com o lançamento de eFootball PES 2021 Season Update (pois é, o título oficial completo é gigante assim, então vamos chamá-lo de PES 2021 daqui em diante).

Em PES 2021, a Konami optou por pegar as ótimas bases de jogabilidade e menus renovados de seu antecessor e então fazer retoques mínimos e quase imperceptíveis em seu gameplay, ritmo, atualizações de elenco, músicas, estádios e treinadores, cobrando um valor um pouco inferior ao habitual por isso. Mas será que esse caminho mostrou potencial para virar regra de mercado? Descubra na nossa análise completa a seguir!

O PES tá on!

Como o subtítulo “season update” já deixa claro, PES 2021 traz todos os seus elencos e uniformes devidamente atualizados para a atual temporada do futebol mundial, embora o trabalho de licenciamento continue aquém do ideal, especialmente quando comparado ao seu rival mais direto, a série FIFA da EA, com uma carência notável de times nas principais ligas do planeta, como o campeonato inglês e espanhol.

Entre as atualizações mais negativas em relação ao PES 2020, o jogo da Konami perdeu o lendário estádio do Maracanã e, peculiarmente, o time Palmeiras, misteriosamente rebatizado. Ainda assim, PES 2021 continua trazendo o maior e melhor suporte ao campeonato brasileiro, com todos os outros times das Séries A e B devidamente licenciados e escalados. Na maior parte dos casos, os elencos estão bem fieis aos originais e ao menos uma boa parte de seus atletas ostentam fotos corretas e feições relativamente bem recriadas.

O maior atrativo da vez é a presença da UEFA EURO 2020, um bom tapa buraco depois de a Konami ver a EA abocanhar os direitos exclusivos da UEFA Champions League e Libertadores da América, dois torneios que já foram parte do PES no passado, mas que agora só são jogáveis em FIFA. Para resolver o problema, você continua tendo que montar os seus próprios torneios customizados.

Muito renovado no ano passado, o popular modo Master League retorna praticamente intocado, exceto pela adição de três novos managers sem tanto apelo ao público brasileiro: Frank Lampard, Ryan Giggs e Pep Guardiola. Ao menos continuam por lá craques como Zico, Romário, Bebeto e Roberto Carlos, que podem comandar o seu time dos sonhos. É uma pena que a Konami não tenha aproveitado o embalo e aplicado ainda mais melhorias ao modo, como fez em PES 2020 com maestria.

Merecia mais retoques

Quando PES 2020 deu um amplo, necessário e grato retoque nos menus e apresentação geral do jogo, que pecavam por ser muito genéricos e poluídos nos títulos anteriores, acabou criando a expectativa de que o novo modelo poderia ser ainda mais aprimorado nos próximos lançamentos. Ledo engano, já que desde a tela inicial de PES 2021 até os menus internos de modos como MyClub e Treinamento seguem rigorosamente o mesmo modelo do jogo passado.

Ainda que a Konami não tenha se comprometido a fazer nada isso, é evidente que até as edições mais modestas de FIFA, como as Legacy Edition lançadas para Nintendo Switch, se dão ao trabalho de adaptar e repaginar completamente os menus de acordo com o tema do ano, o que acaba ajudando a dar uma cara de jogo novo ao produto, ainda que sua jogabilidade não mude tanto assim.

Por aqui, no máximo você encontrará novas imagens em alta resolução de craques como Lionel Messi no menu inicial, mas a organização e estrutura dos modos, suas janelas e ferramentas seguem rigorosamente idênticas ao ano passado! Pelo menos temos novas músicas para navegar entre os menus, mas mesmo elas não contam com grandes bandas ou hits de sucesso, tendo entre seus nomes mais conhecidos grupos indie como Bombay Bicycle Club e Little Dragon.

Mas e a bola rolando, como ficou?

Já faz alguns anos que PES apresenta (discutivelmente) o melhor futebol virtual com a bola rolando, com uma jogabilidade divertida que é, ao mesmo tempo, acessível o bastante para novatos e profunda o suficiente para quem quiser gastar centenas de horas aprendendo os nuances de seus dribles e passes super precisos.

Mesmo sem maiores atualizações além de pequenas calibragens nos juízes — que ainda cometem erros grosseiros na interpretação de faltas aqui e ali, mas com menor frequência —, goleiros um pouco mais espertos e sistema de física com melhor contato entre os atletas, ainda é uma delícia participar das peladas por aqui, já que elas oferecem um entretenimento justo e facilmente ajustável de acordo com o seu nível de habilidade.

Milton Leite e Mauro Beting retornam para repetir suas funções como narrador e comentarista, respectivamente, mas há algo de estranho nas gravações do Mauro, que volta e meia soaram meio abafadas e difíceis de compreender, ao menos na semana de lançamento do jogo. Também continua evidente que a dupla precisa gravar mais algumas falas para evitar a repetição constante de frases, um problema que já exista nos jogos passados.

Veredito

É complicado dar uma nota para PES 2021 considerando que ele é, essencialmente, um relançamento do PES 2020 misturando algumas melhorias e pioras no licenciamento. Apesar de cobrar um preço mais modesto nessa edição (R$ 99 no PC ou R$ 179 no Xbox One e PlayStation 4), o valor ainda parece caro demais para o que é oferecido. Se a ideia é continuar lançando a franquia anualmente, esse não é o melhor caminho.

Apesar de ser um jogo standalone, PES 2021 mais parece um pequeno DLC que atualizou minimamente os elencos e gameplay, podendo passar facilmente por um patch de poucos GB. Se você não jogou os últimos PES, essa é uma boa chance de curtir a sua excelente jogabilidade gastando um pouco menos que o habitual. Para fãs veteranos, vale mais a pena pular essa edição e esperar a prometida revolução que virá em PES 2022, que terá novo motor gráfico e mecânicas.

NOTA: 63

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