Confira a análise de World of Warcraft: Mists of Pandaria

8 min de leitura
Imagem de: Confira a análise de World of Warcraft: Mists of Pandaria

Com o lançamento de sua quarta grande expansão, a Blizzard fez a Azeroth de World of Warcraft passar por mudanças radicais. Não apenas foi descoberto um novo continente, como foram adicionadas várias novidades. Em termos de jogo, agora existem mais masmorras, instâncias, campos de batalha e o retorno dos “chefes de mundo” – monstros poderosos que você encontra vagando pelo mapa.

O grande destaque da expansão é a nova raça: Pandaren. Com ela, e sua cultura fortemente baseada em países orientais, foi adicionada também uma nova classe, disponível para todas as raças, exceto Worgen e Goblin: o monge. Além disso, você também tem acesso a uma nova modalidade de jogo, na qual você chama três amigos e parte para completar um “cenário” com vários objetivos diferentes e história única.

Embora a descoberta do continente seja algo relevante na história geral, a grande temática de Mists of Pandaria é a intensificação dos conflitos entre Horda e Aliança, o que promete ser abordado não apenas nos cenários, como também nas raides avançadas; por exemplo: o último chefe da expansão é nada menos do que o próprio líder da Horda: Garrosh Grito Infernal.

Finalmente, muitas outras coisas mudaram ou foram adicionadas: o nível máximo subiu para 90, o sistema de talentos e glifos foi completamente reformulado, as masmorras ganharam o modo “Desafio” (mais difícil que o heroico) e agora é possível usar o Raid Finder para todas as raides da expansão. Por último, foi introduzido o sistema de batalhas entre pets, no qual você luta usando coelhos, cobras e dragões contra outros jogadores, lembrando bastante Pokémon.

Aprovado

Uma jornada introspectiva

Com uma sequência sensacional de missões para combater as forças inimigas, você acaba se deparando com uma característica peculiar de Pandaria: emoções negativas ganham forma física, energia maligna conhecida como Sha. Quando isso acontece, você tem o primeiro contato com os habitantes dessa terra linda e exótica, cheias de mistérios próprios e peculiaridades muito interessantes – tudo seguindo uma temática oriental.

Após esse encontro, você inicia uma jornada introspectiva enquanto explora as novas terras e ajuda os seus habitantes para ganhar sua confiança e conhecê-los melhor. Devido a diversas situações, o conflito entre as facções deixa de ser importante e, pelo menos nas primeiras semanas da expansão e nas regiões de missões diárias, reina uma sensação de paz temporária: é possível pescar ao lado do inimigo sem se preocupar (embora você sempre fique tenso).

Trocando em miúdos, o destaque da expansão é a forma como as histórias são contadas: não apenas sua elaboração foi sensacional, como há também animações quase cinematográficas para o final de cada sequência de missões em cada região de Pandaria. Além disso, algumas mecânicas de narrativa pouco presentes em outras expansões apareceram em peso na atual (coisas como controlar outro personagem enquanto ele conta uma história).

Os pandas do kung fu destroem

Além do seu visual diferente e bastante caricato por si só, o povo Pandaren é muito bem humorado, o que fica claro nas citações dos personagens criados na raça. Com os seus bônus raciais, você ganha algumas vantagens boas para subir de nível, algo muito útil para quem quer chegar ao nível máximo logo. Contudo, não faz sentido um caçador passar por treinamento de monge na região inicial da raça.

Como monge humano, por exemplo, você passa pelo mesmo problema, pois não há nenhum instrutor por perto para justificar a aquisição das suas habilidades. Apesar disso, as animações dos golpes da classe é muito bacana, pois o monge espanca os inimigos sem parar, o que é visualmente muito divertido. A rotação das habilidades exige o balanceamento de duas energias, algo que pode ser desafiador no início, mas é um sistema muito eficiente.

Cuidado que ele morde!

Colocar seus pets para lutar finalmente dá uma razão de ser para eles: antes era raro ver qualquer pessoa com um bichinho ao seu lado. Com essa nova alternativa, você pode explorar o mundo novamente para treinar as suas mascotes preferidas até o nível máximo, algo que fornece várias conquistas novas e um passatempo muito divertido.

As batalhas em si funcionam exatamente como em Pokémon: a existência de diferentes elementos e o uso estratégico de ataques torna as lutas muito acirradas. Como os combates estão muito equilibrados, em termos de força das mascotes, é comum você passar algo como dez minutos na mesma luta, vencendo-a com o seu bichinho com apenas 1 de vida. Ou seja, embora pareçam muito bobas, e realmente sejam, a emoção é frequente nos duelos.

Mude o rumo dos acontecimentos

Juntar um grupo de três pessoas, sem a necessidade de dividir tarefas, cada um jogando como bem entender, é uma característica muito interessante dos cenários. A forma progressiva como a história é contada torna a apreensão dos fatos mais fácil. Além disso, muitos eventos narrados fazem parte da história da expansão, fazendo com que esta nova modalidade de jogo seja algo indispensável para quem deseja se sentir parte dos acontecimentos do MMORPG.

Não fez tudo e já tem novidades

A partir de Mists of Pandaria, a ideia de Blizzard é lançar patchs com periodicidades menores, isto é, as novidades serão em menor escalada, porém mais frequentes. Isso é algo muito bom para manter os jogadores interessados no conteúdo do game e fazê-los não parar de jogar, pois era algo muito comum uma pessoa parar de pagar mensalidade porque já não tinha nada para fazer na expansão e o próximo patch sairia apenas vários meses depois.

Nada de ficar dormindo

Enquanto mapas mais antigos de campos de batalha permitiam que jogadores simplesmente ficassem parados num canto do mapa para receber pontos sem ajudar o time, isso não é possível no Templo de Kotmogu e na Mina do Estilhaço Prateado. Neles, você não consegue sobreviver sem um excelente trabalho em equipe, o que é ótimo para promover a formação de times fixos, dado que os combates estão muito mais dinâmicos do que eram antigamente.

É hora de carpir o dia

A vida no campo de World of Warcraft não demanda muito do seu tempo, o que não necessariamente é algo bom. Afinal, por mais que você banque o herói, cuidar da sua fazenda é um passatempo divertido com o qual seria interessante ser possível gastar mais tempo. Com os vários revezes que surgem ao plantar uma semente, você precisa sempre arrancar ervas daninhas, regar a terra etc., o que torna a atividade muito divertida e imprevisível.

Reprovado

Fácil demais?

No nível 90, o número de masmorras heroicas é de nove e você perde a opção de entrar aleatoriamente nas normais. Basicamente, se você evitar os ataques mais fortes de cada chefe (basta sair da frente), é possível sobreviver e terminar as lutas rapidamente. Com isso, a sensação é que a heroicas representam o nível normal de dificuldade, enquanto o Modo de Desafio seria realmente a única maneira de “sofrer” para completá-las.

Ao usar o Localizador de Raides, a dificuldade das lutas é baixada a um nível que é praticamente impossível você não vencê-las. Claro, um grupo ruim ou com equipamentos fracos vai ter grandes dificuldades, pois os inimigos enfrentados possuem quantidades absurdas de vida. Além da facilidade, um malefício dessa ferramenta é que menos gente está usando o chat geral do servidor para formar grupos para as dificuldades normal e heroica.

Outro ponto negativo da expansão é o fato de ter ficado muito fácil conseguir dinheiro: com a remoção do limite de missões repetíveis diariamente e gordas recompensas por usar o Localizador de Masmorras, você consegue juntar mais de mil moedas de ouro todo dia. Com isso, os preços de muitos itens vão às alturas, enquanto outros despencam na Casa de Leilões. Isto é, o excesso de dinheiro pode ter desestabilizado a economia já frágil do MMO.

Mudanças drásticas

Com o pré-patch de Mists of Pandaria vieram muitas reclamações dos jogadores: classes desbalanceadas, mudança drástica na mecânica das especializações e um novo sistema de talentos básico demais. Com o intuito de deixar a jogabilidade mais simples para atrair jogadores mais novos, a Blizzard deu um tapa na cara de quem já é macaco velho de WoW, enfiando goela abaixo mudanças que descaracterizaram completamente algumas classes.

O PvP está morrendo

No início da expansão, como já mencionado, era possível ir a uma região com mais de dez jogadores de nível 90 e encontrar todos pescando calmamente, sem brigar. Essa paz pode dar início a uma guerra no servidor inteiro quando o primeiro golpe é desferido, porém isso raramente acontece. A paz vai contra o princípio dos servidores PvP, pois seu propósito é justamente promover combates sem sentido entre os jogadores.

Corrida maluca por equipamentos

O sistema para adquirir bons equipamentos depende dos pontos de justiça e de bravura. Diferente de todas as expansões anteriores, esse sistema foi mudado completamente, ficando não apenas um pouco confuso, como também tornando fácil demais a aquisição dos pontos de bravura – os quais eram praticamente impossíveis de adquirir para jogadores muito casuais, uma vez que eles nem sequer podiam entrar nas masmorras de nível heroico.

Além disso, a expansão removeu completamente o limite de 25 missões repetíveis diariamente. Enquanto isso é bom para quem possui muito tempo livre, o número de tarefas disponíveis para cada facção mais do que dobrou, obrigando você a priorizar uma facção para não gastar entre duas e quatro horas para realizar absolutamente todas as missões disponíveis todos os dias.

Vale a pena?

Quem espera por revoluções gráficas e de jogabilidade em World of Warcraft, provavelmente não vai se interessar por Mists of Pandaria, pois o jogo continua quase o mesmo de oito anos atrás. Embora muitos ajustes e melhorias tinham sido realizados ao longo dos anos, para realmente mudar algo no MMORPG seria necessária uma reformulação no game desde a sua raiz.

Entretanto, quando você considera exclusivamente a evolução interna da série em questões gráficas, narrativa e de jogabilidade, Mists of Pandaria é uma das melhores expansões já lançadas para World of Warcraft. Em outras palavras, se você parou de jogar porque não foi com a cara dos pandas, aproveite as várias promoções e “degustações” oferecidas pela Blizzard para mudar de ideia, pois o jogo realmente vale a pena.

Via BJ

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.