RE 7 resgata horror de sobrevivência e pode revolucionar a série; jogamos

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Sem sombra de dúvidas, Resident Evil 7 foi um dos jogos que pegou todo mundo de surpresa durante a E3 2016. Trata-se de um título há muito aguardado pelos fãs que, pelo histórico decadente da franquia principal, pode ser a nova repaginada e renovada que o percursor e difusor do gênero do survival horror precisa. Na demo de julho, comentamos sobre as novidades e melhorias que a franquia precisava. Agora, ressaltamos as qualidades que a nova demonstração trouxe.

Durante a Brasil Game Show 2016, tivemos a honra de jogar em portas fechadas (a versão aberta ao público era a "Beggining Hour", a mesma presente na PSN) a sessão jogável denominada de “Lantern” por completo, apresentada por alguns breves trechos em um trailer da Gamescom, que conta com muito mais aspectos marcantes do que aparenta no breve vídeo liberado pela Capcom. Confira:

Um tira-gosto mais marcante da franquia Resident Evil

A primeira coisa que precisamos comentar é: a demo “Lantern” não retrata o protagonista – ainda não confirmado, mas com rumores de que será Ethan, uma cara nova –, mas sim uma garota que fugiu e é perseguida constantemente por uma senhora macabra, chamada de Marguerite Baker (alguém associou Resident Evil 3 aqui?), em um trecho gravado em fita VHS, portanto, algo que será opcional.

Diferente de “Beggining Hour”, o trecho da nova sessão jogável estará presente na versão final do título e não se trata de um petisco para sentir a mudança radical de ares, e sim de um tira-gosto da obra completa. As mecânicas novas são simples e bem delineadas: resolver puzzles, explorar a residência e se esconder do inimigo. Por ora, sem combates, apesar de já ter sido confirmado.

Stealth será uma das mecânicas de RE 7

O cenário é uma casa muito grande, mas que, infelizmente, pôde ser pouco explorado pela limitação da demo. Não é a mesma residência já vista nos gameplays anteriores, mas ela se encontra no mesmo terreno da fazenda dos Bakers, semelhante à divisão de cenário do primeiro Resident Evil.

No geral, uma coisa fica evidente: mecânicas stealth fazem parte do grande escopo de Resident Evil 7

Ainda não tivemos a entrada nem um gostinho do prato principal que será Resident Evil 7, mas o sabor marcante da série começa a aparecer em pequenas pitadas. Os puzzles voltaram com tudo, com a temática ilógica para o mundo real, mas que faz sentido no universo da franquia. Durante a jogatina, tivemos que abrir uma porta secreta ao colocar uma figura na projeção de uma luz, tornando a sombra uma aranha. O inventário e anotações também estão presentes e os inimigos mais marcantes começam a dar as caras.

Um dos puzzles que tivemos que resolver

Personagens muito bem caracterizados e dicas do que está por vir

Até agora, pouco se sabe sobrem eles, mas os Bakers terão um papel crucial na narrativa complexa da nova iteração da franquia. A história de fundo é curta e resumida: Jack (o velho que aparece no final de Beggining Hour) e Marguerite são proprietários de uma enorme fazenda em Luisiana, mas desapareceram há alguns anos e mais nada foi ouvido sobre eles, além de rumores de uma casa assombrada no meio do mato.

A mulher que persegue a personagem que controlamos é Marguerite, conforme supracitado. A senhora claramente sofre com distúrbios mentais e apresenta sérios problemas de sanidade. Subentende-se que a moça fugiu de uma outra casa e a idosa não vai deixar isso passar. Trata-se da “Nêmesis” da demonstração Lantern.

Marguerite é a "Nemesis" da demo "Lantern"

O sentimento é total de Alien: Isolation. Apesar de conter scripts e ações pré-programadas, os monólogos esbravejados por Marguerite são de altíssima qualidade. A senhora exala xingamentos e reações exacerbadas por não conseguir encontrar a “protagonista” da fita VHS, com direito a pisadas pesadas e acessos de raiva. A única coisa que podemos fazer é vigiar entre frestas e imaginar o que acontecerá se formos pegos.

Quem é a garota tão mencionada por Marguerite? Seria a menina representada pela silhueta na capa do game?

O grande “X” da questão são as frases soltas pela inimiga fervorosa. Em diversos momentos, escutamos: “cada passo que você dá é um cuspe na cara dela” ou “ela gosta muito de você e é assim que você nos retribui?”. Porém, quem é “ela”? Especula-se que os Bakers têm um filho, mas nada sabemos sobre uma menina na história (seria a garota da capa do jogo, aquela com o visual à la Samara?).

Apesar de não confirmado pela Capcom, fica evidente que a fita VHS na qual Lantern se passa retrata uma moça que conhece Ethan, possível protagonista do game, e que fugiu de uma casa controlada pelos Bakers. Aparentemente, ela era uma “amiga” ou “brinquedo” de alguma outra antagonista feminina, e viu uma brecha para tentar fugir.

Jumpscares, mas sem exageros: o que reina é o terror

Se você acompanha o gênero de horror da última década, certamente se deparou com inúmeros títulos que não se esforçam muito em criar uma atmosfera densa e amedrontadora que inspira medos profundos ou assombram os seus piores pesadelos. O terror deixou de ser psicológico e, cada vez mais, parte para os sustos e emoções de horror rápido, mas menos marcantes.

Resident Evil 7 evita isso? Aparentemente, sim. Assim como na primeira demonstração, Beggining Hour, os jumpscares estão presentes, mas não são o alicerce do game. Trata-se de uma imersão muito mais aterrorizante e inteligente do que meros sons altos e imagens repentinas que, de uma forma preguiçosa, tiram os jogadores da cadeira.

A ambientação está ainda mais fenomenal e bem construída do que já vimos nos primeiros gameplays. Se isso será uma tendência na versão final, não sabemos, mas claramente o título utiliza uma direção de arte impressionista alemã como referência: luzes, sombras e o terror pelo desconhecido imperam e reinam com maestria, algo que pode facilmente devolver Resident Evil ao trono que ele tanto merece.

Ainda é incerto, mas possivelmente Resident Evil poderá ocupar de volta o seu trono de rei do survival horror

Mais uma vez, um trabalho audiovisual soberbo

A direção de arte de Lantern é fantástica, conforme mencionamos acima, mas o jogo continua com um primor gráfico técnico de primeira, com belíssimos visuais, taxa de atualização em 60 quadros por segundo aparentemente travada e muitas texturas de alta qualidade, com uma ou outra imagem de baixa resolução. O vídeo estava borrado, mas era algo proposital, tudo para simular a interferência analógica de uma fita VHS.

Gráficos de primeira

Contudo, o elemento que mais volta a se destacar é a sonoplastia soberba. Beggining Hour construiu uma atmosfera aterrorizante com pouco a se mostrar, mas abusando do medo do desconhecido, representado principalmente por elementos gráficos ocasionais e efeitos de som que brincam com a imaginação do jogador.

Resident Evil 7 ainda não tem muitos detalhes sobre a história, combate ou demais aspectos gerais do grande escopo de jogabilidade, mas certamente já nos atiçou com as suas novas e surpreendentes mecânicas que caíram como uma luva na nova fórmula. O game chega dia 24 de janeiro para PC, Xbox One e PlayStation 4, que contará com uma versão exclusiva em realidade virtual para PlayStation VR.

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