Como funciona o Gorilla Glass, vidro inquebrável para celulares e tablets

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(Fonte da imagem: Divulgação/Corning)

Quando o Gorilla Glass chegou ao mercado, eram poucas as pessoas que realmente acreditavam que esse tipo de vidro seria resistente como prometido. Hoje, ele é o carro chefe quando o assunto é proteger dispositivos portáteis, sendo considerado praticamente indestrutível.

Essa resistência monstruosa também é um grande mistério para qualquer um que tenha um celular ou tablet com o material. Afinal, como algo que parece um pedaço de plástico comum consegue ser tão “forte”?

Fabricando o supervidro

Para que o Gorilla Glass chegue às lojas e possa proteger nossos celulares de arranhões e quedas, ele deve antes ser temperado através de um processo de troca de íons, algo comum para qualquer vidro do gênero.

Neste processo, o Gorilla Glass é submerso em uma solução de sais de potássio a temperaturas de 400 °C. Isso faz com que os íons de sódio do vidro sejam substituídos por íons de potássio; estes, por serem maiores, deixam menos espaço entre cada átomo, criando uma camada muito mais densa e resistente quando o material esfria.

Mas se a troca de íons também é usada na fabricação das outras telas de eletrônicos, por que o Gorilla Glass consegue ser melhor do que eles? O segredo, segundo a própria Corning, está no material usado para fazer o vidro, chamado álcali-aluminosilicato. Sua composição permite que a troca de íons atinja camadas muito mais profundas, o que, de forma simples, o torna extremamente resistente.

Gorilla vs cal

Certo, agora que está explicado todo o processo de fabricação do Gorilla Glass, você deve estar se perguntando qual é a diferença que o vidro traz na resistência de impactos. Em comparação a outros materiais, ele seria praticamente tão forte quanto o titânio, perdendo apenas para o diamante.

Mesmo assim, isso não é suficiente para explicar o nível de resistência do material? Então basta assistir ao vídeo abaixo para ver uma comparação entre um vidro de cal, usado na tela de vários aparelhos eletrônicos, e o Gorilla Glass, quando ambos são submetidos à pressão.

Como uma folha de papel

Outra das características mais impressionantes do Gorilla Glass é sua espessura, já que não adiantaria ter um material resistente que fizesse seu celular ficar do tamanho de um tijolo (e pesado como um).

Atualmente, a Corning é capaz de fabricar o vidro com espessuras que vão de 0,5 mm até 2 mm. Ou seja, tão fino quanto um fio de cabelo ou uma folha de papel. Com isso, também vem a vantagem de que ele é muito mais leve e maleável que os materiais comuns.

Ainda mais fino?

Por falar em espessura, estamos para ver o Gorilla Glass 2 chegar ao mercado. E se o vidro original já parece bom, é melhor você estar preparado: a segunda geração do material é 20% mais fina, o que vai deixar sua resposta a toques ainda melhor, ao mesmo tempo em que mantém a mesma resistência de antes.

Não é indestrutível, mas chega perto

É verdade que o Gorilla Glass pode ser quebrado, assim como ocorre com qualquer outro material que conhecemos. A diferença é que, no caso dele, os estragos são bem menores.

(Fonte da imagem: Divulgação/Corning)

Novamente, a forma mais simples de explicar é comparando-o ao vidro de cal: enquanto seu “concorrente” tende a fazer rachaduras muito maiores e mais profundas quando quebra, a folha de álcali-aluminosilicato reforçada raramente deixa que o dano passe da superfície.

Isso também significa que, no caso de você conseguir rachar a tela do seu celular ou tablet, as chances de que ele ainda possa ser usado são muito maiores com o Gorilla Glass.

Para todas as situações

Embora seja utilizado principalmente em celulares e tablets, estes não são os únicos lugares em que o Gorilla Glass pode ser utilizado. Ele pode, na verdade, agir como um substituto para o vidro comum, sem restrições de tamanho máximo. Hoje, até televisores contam com essa tecnologia, o que pode ser muito útil no caso de uma queda acidental – ou um wiimote que foi arremessado acidentalmente contra sua tela.

Resta apenas que o vidro chegue aos video games, já que, com a chegada das telas sensíveis ao mundo dos jogos, uma proteção extra contra arranhões certamente seria muito bem-vinda.

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Não há duvidas de que o Gorilla Glass é o futuro quando falamos de proteger eletrônicos: em seu curto tempo de existência, ele já passou a dominar boa parte do mercado, com mais de 600 milhões de aparelhos pelo mundo.

O único obstáculo que o vidro ainda encontra está no preço, pois ele encarece um dispositivo consideravelmente; mas, como dizem, “o barato sai caro”. Então, pode ser uma boa ideia gastar um pouco mais, para garantir que seu celular ou tablet vai conseguir sobreviver a qualquer acidente.

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