Criaram um transistor superveloz que alterna entre elétrons e fótons

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Imagem: Illinois News Bureau/Brian Stauffer

Uma nova tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Illinois pode ser o que precisamos para ter um salto no poder de processamento de nossos computadores. Segundo uma publicação feita pela própria universidade, trata-se de um novo tipo de transistor capaz de saltar entre dois estados de energia estável a altíssimas velocidades.

Ainda em estágio de protótipo, o transistor consegue essa façanha por possuir biestabilidade. Isso quer dizer que, em um único componente, temos algo que pode alternar entre sinais ópticos e elétricos – o que pode ser exatamente o que precisamos para o desenvolvimento de computadores fotônicos, já que os componentes eletrônicos, usados nos transistores comuns, são várias vezes mais lentos.

Construir um transistor com biestabilidade elétrica e óptica em um chip de computador vai aumentar significativamente as velocidades de processamento

“Construir um transistor com biestabilidade elétrica e óptica em um chip de computador vai aumentar significativamente as velocidades de processamento” explicou Milton Feng, líder do projeto. “Os dispositivos podem se comunicar sem a interferência que ocorre quando limitado a transistores apenas de elétrons”, continuou.

Por que não usar apenas um transistor que reage à luz, por sua vez? Feng explica que, embora eliminar a parte eletrônica e focar apenas nos sinais ópticos possa acabar com qualquer “gargalo” de desempenho, um cenário em que isso possa acontecer é simplesmente improvável. Logo, a solução encontrada com essa tecnologia é um meio-termo eficiente entre ambas.

“Você não pode remover eletrônicos completamente porque você precisa plugar em uma corrente e converter isso em luz. Esse é o problema com os conceitos de computadores totalmente ópticos dos quais algumas pessoas falam. Apenas não é possível porque não existe algo como um sistema totalmente óptico.”

Um passo à frente para a evolução

Antes que você se anime demais com as possibilidades, é válido avisar que, apesar dos avanços, a tecnologia precisa de algumas melhorias para que possa mesmo se tornar uma possibilidade para ser utilizada. Uma delas é a temperatura: o transistor de Feng é capaz de operar apenas a 50 °C, mas ele afirma já ter alcançado uma maneira de fazê-lo funcionar em temperatura ambiente – o que ele deve publicar em outro artigo em breve.

É importante notar, por fim, que isso ainda não deve levar a novos supercomputadores em nossas casas tão cedo, já que é necessária a criação de toda uma nova tecnologia para interagir com o sistema. Mesmo assim, como falamos antes, esse é um avanço importante, visto que ele pode pavimentar o próximo passo na evolução dos PCs. Resta agora esperar para ver.

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