O calor forte, que já virou rotina em muitas cidades brasileiras, também aumentou uma dúvida comum: vale a pena comprar um ar-condicionado agora? Entre modelos, potências, consumo de energia e funções “milagrosas”, muita gente se perde antes mesmo de chegar no preço.
Por isso, antes de escolher o melhor ar-condicionado, faz sentido entender o básico do que ele faz e como ele funciona. Com essa visão, fica mais fácil comparar opções e evitar arrependimento depois da instalação.
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O que é um ar-condicionado
Ar-condicionado é um equipamento que controla a temperatura do ambiente, reduzindo o calor e deixando o ar mais agradável. Na prática, ele puxa o ar do cômodo, retira parte do calor e devolve esse ar mais frio para o mesmo espaço, mantendo a sensação térmica mais estável.
Ao contrário do ventilador, que apenas movimenta o ar, o ar-condicionado realmente resfria o ambiente. Por isso, ele costuma ter impacto maior no conforto em dias quentes, principalmente em quartos e salas onde o calor “fica preso” por mais tempo.
Além de resfriar, muitos modelos também ajudam a controlar a umidade e a filtrar partículas do ar, dependendo do tipo de aparelho e do sistema de filtragem. Ainda assim, o resultado final varia bastante conforme potência, vedação do cômodo e até incidência de sol no ambiente.
Como escolher o melhor ar-condicionado?
Por causa de sua praticidade e eficiência em refrigerar os ambientes, o ar-condicionado tem sido muito utilizado durante a época quente do ano. Tendo em vista essa tendência “quente” dessa época do ano, o TecMundo resolveu criar este artigo para ajudar aquelas pessoas que estão pensando em adquirir um ar-condicionado, mas ainda possuem muitas dúvidas.
Afinal, nem todo mundo nasceu sabendo qual é a diferença entre esse equipamento e um climatizador, para que serve o tal de “BTU” e por que colocamos o dispositivo em uma região alta dentro dos cômodos.
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Ar-condicionado: praticamente essencial nos dias de calor.
Ar-condicionado, climatizador, circulador ou ventilador?
Apesar de o objetivo ser o mesmo, o funcionamento e a tecnologia de cada um desses dispositivos são bem diferentes. Entender essa distinção ajuda a escolher a opção certa para o seu dia a dia; e para o seu bolso.
Afinal, entram várias variáveis nessa conta, como o tamanho do ambiente, a umidade da sua região e até limitações estruturais. Por exemplo, quando a instalação exige obra ou ponto elétrico dedicado.
Ar-condicionado
O queridinho de quem quer “mandar” na temperatura, o ar-condicionado realmente refrigera o ambiente e permite escolher quantos graus o cômodo deve manter dentro dos limites do aparelho. Para ele funcionar bem, vale isolar o espaço, mantendo portas e janelas fechadas.
- Preço médio: de cerca de R$ 1,3 mil a R$ 4 mil+, variando bastante entre modelos de janela e split/inverter (e também por potência e marca);
- Principais vantagens: entrega conforto térmico de verdade, dá conta de ambientes maiores (com BTU adequado) e funciona bem em diferentes climas;
- Principais desvantagens: costuma consumir mais energia do que as alternativas e exige instalação mais cara, feita por profissional habilitado. Além disso, ao refrigerar, ele também pode reduzir a umidade do ar no ambiente.
Climatizador
Muita gente confunde com ar-condicionado, mas o climatizador se parece mais com um ventilador “turbinado”. Ele movimenta o ar e usa evaporação de água para deixar a brisa mais fresca e aumentar a umidade. Na prática, ele pode ajudar a aliviar o calor, mas o resultado depende muito da temperatura e, principalmente, da umidade do ar.
- Preço médio: em geral, fica entre R$ 400 e R$ 1.900, variando pelo tamanho do reservatório, vazão de ar e recursos extras;
- Principais vantagens: dispensa “isolar” o ambiente, consome menos energia que um ar-condicionado e pode ajudar em locais secos, já que umidifica o ar;
- Principais desvantagens: não substitui a refrigeração de um ar-condicionado e costuma render menos em regiões muito quentes e úmidas; nesses casos, ele pode só “empurrar” ar morno e aumentar a sensação de abafamento.
Circulador
O circulador não “refrigera”, mas costuma espalhar o ar de forma mais ampla, ajudando a distribuir a ventilação pelo cômodo. Ele pode ser uma boa opção para quem quer movimentar o ar sem ficar com o vento batendo direto no rosto, principalmente na hora de dormir.
- Preço médio: normalmente entre R$ 150 e R$ 700 (os modelos maiores e mais robustos tendem a custar mais);
- Principais vantagens: melhora a circulação do ar no ambiente e, em muitos casos, dispensa instalação (é só ligar na tomada);
- Principais desvantagens: não controla a temperatura do cômodo e perde eficiência em ambientes muito grandes ou muito quentes, porque ele não “tira calor” do ar.
Ventilador
Opção mais tradicional e normalmente mais barata, o ventilador movimenta o ar e melhora a sensação térmica, principalmente por ajudar na evaporação do suor. Mas ele não “gela” o ambiente: se o cômodo estiver quente, o ventilador vai circular esse ar quente.
- Preço médio: em geral, entre R$ 120 e R$ 750, dependendo se é um modelo simples de mesa, coluna ou mais potente;
- Principais vantagens: custa menos, tem muitos modelos e resolve bem o uso individual (ou para dar uma força na circulação do ar);
- Principais desvantagens: não refrigera nem umidifica o ar e costuma direcionar o vento para áreas específicas, mesmo quando tem oscilação.
A questão dos BTUs
Voltando para o foco desta matéria, vamos falar do ar-condicionado e da eterna dúvida sobre os BTUs. Essa sigla, acrônimo de British Thermal Unit (Unidade Térmica Britânica), indica uma unidade de energia não métrica bastante usada para esses equipamentos.
Apenas por curiosidade: 1 BTU é definido com a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de uma massa de uma libra de água de 59,5 °F para 60,5 °F, sob pressão constante de 1 atmosfera.
Como calcular quantos BTUs eu preciso?
O cálculo de BTU é uma questão que gera bastante dúvida e é essencial para determinar qual equipamento você deve adquirir para o seu cômodo. Escolher a quantidade de BTU incorreta pode fazer com que o ar-condicionado não resfrie adequadamente o ambiente ou, caso você exagere, resulta em um gasto de energia maior do que o necessário.
O cálculo de BTU deve levar em consideração as quatro regras a seguir:
- Para cada metro quadrado do cômodo, multiplica-se por 600 BTU;
- Cada pessoa adicional soma 600 BTU (a primeira não é contabilizada);
- Cada equipamento eletrônico soma 600 BTU;
- Se o cômodo ficar diretamente exposto ao sol, recomenda-se acrescentar mais 800 BTU para cada medida.
Exemplo: uma sala com 30 m² para três pessoas, dois computadores e que não está diretamente exposta ao sol vai precisar de um ar-condicionado de 20.400 BTU.
Cálculo: 30 (m²) x 600 (BTU) + 1.200 (BTU – para duas pessoas, excluindo-se primeira) + 1.200 (BTU – dois computadores) = 20.400 BTU.
Vale ressaltar que essa fórmula de cálculo leva em consideração os ambientes com pé direito padrão (aproximadamente 2,60 a 3 metros).
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Ar-condicionado de janela, split ou portátil? Qual a diferença?
Definida a quantidade de BTUs necessária para refrigerar o seu ambiente, ainda falta tomar mais uma decisão: optar entre o modelo de janela, o split e o portátil. A seguir, descrevemos cada uma das variantes, para quem elas são indicadas e quais são as vantagens e desvantagens de cada uma. Vale lembrar que existem variações, como inverter e quente/frio, mas quase todas partem desses três “formatos” principais.
Ar-condicionado de janela
Popularmente chamado de ar-condicionado de parede ou “janeleiro”, esse equipamento é um dos modelos mais tradicionais. Ele retira o calor do cômodo e o joga para o lado de fora, por isso precisa ficar encaixado em uma abertura voltada para o exterior. Hoje, ele não é necessariamente “menos tecnológico”: já existem versões mais modernas, inclusive com controle eletrônico e até tecnologia inverter em alguns casos.
- Principais vantagens: costuma oferecer os preços de entrada mais baixos da categoria e, geralmente, tem construção compacta (um único bloco). Além disso, a instalação pode ser mais simples do que a de um split quando o imóvel já tem o vão pronto para encaixe.
- Principais desvantagens: apesar de existirem modelos mais potentes, a maior parte dos janeleiros aparece em capacidades menores, então ele pode não atender ambientes maiores. Além disso, ele tende a fazer mais ruído do que um split, já que o “miolo” do aparelho fica mais próximo de quem está no cômodo.
- Indicação: ambientes pequenos e médios, especialmente onde já existe abertura para instalação. Ele também faz sentido para quem aceita um pouco mais de barulho e não quer lidar com tubulações. Por outro lado, pode não ser viável em locais com restrição de fachada/obra ou onde seja difícil criar uma saída para o exterior.
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Ar-condicionado split
Como o nome sugere, o ar-condicionado split vem em duas partes: a evaporadora, que fica dentro do cômodo e sopra o ar climatizado, e a condensadora, que fica do lado de fora e rejeita o calor para o ambiente externo e concentra a maior parte do barulho.
- Principais vantagens: funciona com baixo nível de ruído no ambiente interno e oferece as linhas mais populares hoje, com muitos modelos “inverter”, que costumam entregar melhor eficiência e temperatura mais estável. Ele também tem bom desempenho para diversos tamanhos de ambientes, desde quartos até salas maiores com a capacidade corret.
- Principais desvantagens: tende a custar mais do que um modelo de janela e exige instalação profissional. Na prática, não é só “um furo”: normalmente entra a passagem das tubulações, dreno e ponto elétrico compatível, o que pode variar bastante de casa para casa.
- Indicação: o split combina com quem prioriza conforto e silêncio, e com ambientes onde a instalação externa (condensadora) seja possível. Para capacidades muito altas, ele também aparece em versões mais comuns em comércio, como cassete e piso-teto — e aí a instalação costuma ser ainda mais exigente.
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Ar-condicionado portátil
O funcionamento lembra o do ar-condicionado de janela: o aparelho precisa mandar o ar quente para fora. Por isso, ele usa um duto (mangueira) que vai até uma janela, porta ou abertura específica. Ele costuma fazer mais ruído, porque toda a “máquina” fica dentro do cômodo, e costuma render melhor em ambientes menores.
- Principais vantagens: fácil de instalar, não exige obra e pode ser uma saída para quem mora de aluguel ou não consegue colocar condensadora do lado de fora. Em muitos casos, basta encaixar o kit da janela e ligar na tomada.
- Principais desvantagens: costuma ser mais barulhento e, em vários modelos (principalmente os de duto único), tende a ser menos eficiente do que um split. Além disso, ele pode pesar mais no bolso dependendo do tempo de uso e do calor do ambiente.
- Indicação: perfeito para quem não quer mexer na estrutura do imóvel e precisa de uma solução “vai e vem”. Ele funciona melhor em cômodos pequenos e bem vedados. Em ambientes grandes ou muito quentes, o portátil pode sofrer para manter a temperatura — e aí vale considerar um split, se o local permitir.
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Qual é a melhor marca de ar-condicionado?
Qual é a melhor marca de ar-condicionado? Bem, não há uma resposta definitiva. Dependendo da época em que você esteja lendo este artigo, é provável que uma marca esteja se sobressaindo em relação às demais, quadro que pode se inverter nos meses seguintes. Portanto, não mencionaremos nomes e modelos específicos.
No entanto, isso não nos impede de dar dicas preciosas sobre o assunto. Na hora da compra, observe mais do que simplesmente o preço. Detalhes como maior capacidade de filtragem, o sistema para retenção de poeira e bactérias e a possível diminuição de odores podem ser recursos interessantes para integrar o equipamento.
Além disso, pesquise a reputação da marca e leia a análise de outros consumidores. Essa prática pode ajudar a evitar que as pessoas caiam no erro de comprar produtos que ocasionam muitos problemas com manutenção ou que gastam energia demais. Uma coisa nós garantimos: vai ser necessário pesquisar bastante se você quiser encontrar o ar-condicionado ideal.
Mitos e verdades sobre o ar-condicionado
A seguir, listamos alguns mitos e verdades sobre ar-condicionado que foram disseminados com o tempo:
- O ar-condicionado pode ajudar na qualidade do ar, mas isso depende do tipo de filtro e, principalmente, da limpeza e manutenção; filtros sujos e aparelho mal higienizado podem piorar o ar do ambiente;
- Esses equipamentos não são automaticamente “vilões” para quem tem problemas respiratórios: com filtros limpos, eles podem reduzir poeira e partículas no ar. Porém, não dá para cravar que todo modelo “retém 99,9%” das impurezas — essa eficiência varia, e alguns aparelhos só entregam esse nível com filtros mais avançados e manutenção em dia;
- Por geralmente não virem equipados com função de umidificador, o ar-condicionado pode reduzir a umidade do cômodo onde está instalado;
- O ar-condicionado pode ser instalado em diferentes ambientes da casa, desde que respeite as condições básicas de instalação, como drenagem, ponto elétrico, área adequada e, nos modelos com unidade externa, local para a condensadora. Ele geralmente é colocado no alto porque o ar frio, mais denso, tende a descer e ajuda na circulação do ar no cômodo;
- Alternar entre o modo “resfriar” e “aquecer” de forma brusca não costuma “quebrar” o aparelho, porque muitos modelos já têm proteção do compressor. Ainda assim, é comum existir um atraso de alguns minutos antes de religar (em geral cerca de 3 minutos; em alguns casos, pode ser maior no aquecimento), então o ideal é evitar ficar alternando sem necessidade;
- Os filtros do ar-condicionado precisam ser limpos periodicamente, de acordo com o uso do equipamento. Como regra prática, vale verificar a cada duas semanas e limpar sempre que houver poeira visível; em locais muito empoeirados, com pets ou perto de vias movimentadas, a limpeza pode precisar ser mais frequente (alguns fabricantes também citam limpeza por horas de uso, como “a cada 100 horas”);
- O painel e as partes externas podem ser limpos com um pano macio (de preferência levemente umedecido) e, se necessário, um pouco de detergente neutro. Evite excesso de água, não jogue líquidos dentro do aparelho e não use produtos agressivos, solventes, álcool forte ou itens abrasivos;
- Ambientes com incidência direta de sol tendem a exigir mais do ar-condicionado para refrigerar. Cortinas, persianas e, quando possível, soluções como película/blackout podem ajudar a reduzir o esforço do aparelho;
- Janelas e portas abertas causam perda de eficiência parecida (ou pior) do que o sol direto, porque o ar externo entra e o aparelho precisa trabalhar mais. Por isso, evite manter o cômodo aberto enquanto ele estiver refrigerando ou aquecendo.
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